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Brasil e EUA abrem a Caixa de Pandora
Há dois pesos e duas medidas no âmbito político no Brasil e nos EUA. O povo brasileiro se encontra acuado, refém dos maus políticos – a maioria, diga-se de passagem – que agem com deslealdade, surrupiando os cofres públicos com cifras milionárias denominadas “propina”. Com a divulgação da lista do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin – que abriu 98 inquéritos e remeteu mais de 200 petições para outras instâncias do Judiciário –, o cenário tornou-se sombrio, diria, assustador. Nos Estados Unidos, a baixa popularidade do Presidente Donald Trump é histórica – bate o recorde de desaprovação pela maioria dos americanos. Uma pesquisa da “Universidade Quinnipiac” mostrou que 52% dos eleitores sentem vergonha da liderança de Trump, enquanto 27% sentem orgulho do presidente. O mandatário também perdeu popularidade entre sua base, homens e brancos. E segundo comentaristas políticos o republicano contraria uma lei federal que proíbe o nepotismo, ou seja, a concessão de postos no governo para parentes.
Em Brasília o caos está instalado. Os principais nomes da política brasileira estão envolvidos em escândalos, e não se sabe quem é quem, em meio à enxurrada de denúncias. Próximo às eleições presidências de 2018, o povo não supõe em quem votar – no que confiar -, mediante a comprometedora política do nosso país. Fica inviável apontar nomes como possíveis candidatos, pois – pasme o leitor – usando um termo chulo, “se ficar o bicho pega, se correr…” E a delação premiada tornou-se uma Caixa de Pandora, que deixa escapar os males e aniquila a esperança.
Entre os americanos que rejeitaram as ações de Trump, se referindo aos 59 mísseis Tomahawk lançados contra uma base aérea na Síria, e a bomba MOAB GBU-43, apelidada de “mãe de todas as bombas”, que mirou cavernas do Estado Islâmicos no Afeganistão, é o estopim para o caminho da guerra. Todos, indistintamente, prezam pela paz, pelo diálogo quando o mundo lida com a impulsividade de líderes imprevisíveis, incluindo Vladimir Putin e Kim Jong-un.
Em contrapartida, Donald Trump endurece o jogo quanto ao programa de vistos temporários para estrangeiros, que permite às pessoas qualificadas de trabalharem nos EUA. Ele assinou decreto que reduz a concessão de vistos e que restringe o uso de produtos importados em obras públicas. Em reduto brasileiro, o impasse na reforma previdenciária se arrasta no Congresso, entre tapas e recuos. A Previdência registra rombo crescente com gastos saltaram de 0,3% do PIB, em 1997, para projetados 2,7%, em 2017.
São tempos difíceis para o Brasil e os EUA. E nesse “fogo cruzado”, de normas e interesses, os brasileiros se escondem em trincheiras – tanto aqui quanto lá -, temendo ser alvo da intolerância de poderosos, no embate de forças. A cada dia que passa torna-se mais difícil esconder a realidade econômica no Brasil e a irresolução em solo americano. Horizontes nebulosos, que requer de cada de nós presteza. Os tempos são outros, mas a persistência nossa de cada dia deve triunfar.