Ei, pessoal! Tudo bem por aí? Estou super empolgada para compartilhar uma novidade incrível: fui convidada para ser colunista desse amado Jornal e me sinto extremamente honrada pela oportunidade.
Me chamo Raquel Cadais Amorim. Carioca de nascimento com o coração todo brasiliense! Casada, mãe de três filhotes (sim, três!) Ah, e não para por aí: sou pastora evangélica que ama cuidar de vidas. Profissionalmente, sou especialista em Desenvolvimento Humano na Gestão de Projetos, com bacharel em Ciências da Computação para dar aquele toque tecnológico.
É, eu sei, pode parecer uma mistura inusitada, mas eu adoro esse universo cheio de possibilidades! Mas sabe o que me faz brilhar os olhos? Contar histórias! E adivinhem só: consigo juntar todas essas experiências – profissionais, acadêmicas, espirituais e maternas – para fazer dessa jornada uma mistura complexa, mas incrivelmente prazerosa. Então, se quiserem bater um papo sobre projetos, tecnologia, espiritualidade ou até mesmo trocar umas dicas sobre maternidade (três filhos, lembra?), estou aqui!
Vamos compartilhar histórias e experiências nessa jornada de aprendizados e descobertas. Confira abaixo a minha primeira coluna:
MÃE ERRA?
Envolta em ansiedade, medo, náuseas, expectativas, muita alegria e lágrimas; ouvi seu chorinho tímido, como que assustada pelos novos sons, cores e luzes, seguido por um estrondo de berros a plenos pulmões. Passos apressados anunciam a chegada da enfermeira que com afetuosidade me apresenta à minha linda e doce bebezinha. Meus braços amarrados, pela cesária que acabara de acontecer, me impediam de tocá-la, mas quando nossos olhos se encontraram fui invadida, inundada pelo mais profundo e verdadeiro amor, então entendi que nada mais seria igual.
Com a voz embargada, eu disse: “ Oi, amor! Tá tudo bem, é a mamãe…”; e ela imediatamente calou enquanto eu esfregava meu rosto naquela pele quente e amanteigada, num instinto quase que animal de reconhecimento materno. Naquele dia nascia minha primogênita e eu renasci, agora, mãe… na verdade, Mamãe.
Seria lindo se o encanto do nosso primeiro encontro não tivesse se tornado um verdadeiro drama, no momento em que recebi a alta médica. O pavor da responsabilidade de ter uma vida que dependia, exclusivamente, de mim assolou meus pensamentos e me congelou. E se eu errar? E se eu errar com ela? Olhei aquela vidinha indefesa, dona da minha mais doce afeição e, por um breve momento, desejei devolvê-la ao meu útero até que um plano B surgisse. Sem chance, uma vez parida, meu colo era seu novo lar.
No cantinho do quarto do hospital, cantando baixinho e com um doce ar de riso, estava ela, a minha mamãe, arrumando as malas e se divertindo por saber o que se passava em minha cabeça. Uma vez mais, olhos se cruzam e eu saio da posição de mãe e me torno a filha que implora por acolhimento. Com o mesmo intenso amor que acalmei minha bebezinha assustada há alguns dias, sua voz suave me embala na mais pura paz: “Calma, amor de mãe, você consegue, a mamãe está aqui com você…” E como uma dose de calmante, sua voz me sossegou imediatamente e eu descansei na confiança de que não estava sozinha.
Os primeiros dias foram tão difíceis com a privação do sono, cansaço excessivo, dor, mastite, lágrimas, muitas lágrimas e erros. A calma e a serenidade com que a minha mãe administrava minha casa e meu caos me trouxeram uma certeza incontestável: Sem ela eu não teria conseguido. Com o passar dos dias a desordem aquietou, eu e minha bebê fomos encontrando nosso ritmo e nossa própria dança; e minha mãe voltou para sua casa com o coração apertado, mas confiante de que eu seguiria na minha nova função com muita dedicação.
Meses nos atravessaram, minha bebezinha se desenvolvia e aprendia novas habilidades, enquanto eu ia me tornando uma mamãe mais forte e segura que ainda errava, mas sem nunca deixar de correr para minha mãe com uma enxurrada de dúvidas ou para receber conselhos preciosos. E ela me ensinava sobre não precisar dar conta de tudo e que muitas vezes é só um dia de cada vez. Um dia a bebê demanda mais e a casa fica para depois, sem nunca esquecer do autocuidado e da organização. E da mesma forma que a vida acontece, os imprevistos também.
Onze anos depois, somos eu, meu esposo, 2 garotinhas e 1 rapazinho; somandosorrisos, aprendizados, aventuras, histórias, desafios, acertos, erros, gargalhadas e muitas lágrimas também. Erros e acertos fazem parte da rotina da maternidade, às vezes, mais erros que acertos. Uma vez li em algum lugar: “ Não se preocupe em cometer erros; erros acontecem com todo mundo. A chave de tudo está na recuperação; é tudo sobre recuperação, pois a maioria das pessoas não se recupera de um erro. Se quiser se diferenciar, aprenda a lição, levante-se e siga em frente”.
Ser mãe é errar, errar tentando acertar, acertar errando e seguir perdoando e se perdoando, porque não temos tempo de parar. A recuperação acontece enquanto corremos, enquanto seguimos aprendendo. O importante é aprender com o que deu certo e, muito mais, com o que deu errado.
Ser mãe é ensinar nossas crias a comer sozinhos, sentar sozinhos, andar, falar. É guiar pelos passos da independência pessoal, sem nunca perder a certeza de que não importa a idade, o colo que os aconchegou no primeiro respirar permanecerá quentinho e macio para os acolher e proteger a cada novo caminho e fase em que se encontrarem.
Ser mãe é se doar em conhecimento, sabedoria e amor para aquele serzinho que antes habitava seu ventre e agora preenche toda sua vida. É sentir o coração batendo fora do peito. É torcer com toda devoção, rir e chorar de alegria, muitas vezes nos bastidores, mas sempre aplaudindo de pé as pequenas e grandes conquistas. É encontrar forças para lutar, por eles e para eles, batalhas que não precisarão guerrear e é deixá-los lutar as próprias guerras. Ser mãe é compreender a profundidade do amor que nos amou primeiro, que sacrifica a própria vida em favor do seu fruto.
Dedico esse texto a minha mãe, tão amada e excelente, que nunca mediu esforços para me fazer entender que a maternidade pode ser doce, leve e divertida e que quando não o é, o novo amanhã se encarregará de fazer o sol brilhar mais uma vez. Às mães que perderam suas mães e precisaram encontrar apoio em outro colo e, talvez, no próprio colo. Às mães que perderam seus filhos e se recuperaram para serem apoio aos que não têm aconchego. Às que ainda serão mães e às que lutam para serem mães, fontes de vida fluirão através de vocês. À todas as mães que, assim como eu, não desprezam o fato de cometer erros, mas aprendem com eles e não desistem de se recuperar e tentar. Feliz dia das Mães!
Esta matéria é um oferecimento da Assureline Insurance