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Rollins College destaca-se cada vez mais como opção para a comunidade brasileira
Orgulhosos e determinados, estudantes brasileiros que escolheram a instituição têm experiência única a nível acadêmico e profissional
Edição de outubro/2018 – p. 04
Ao que parece, a crise econômica brasileira não tem atingido brasileiros que estão dedicados a estudar nos Estados Unidos. Um levantamento anual feito pelo Student and Exchange Visitor Information System (Sevis) aponta que o número de estudantes vindos da América do Sul para os Estados Unidos entre março de 2017 e março de 2018 cresceu quase 5% em relação ao mesmo período no ano anterior. Deste total, 13,1% são de estudantes brasileiros. São quase de 1,5 milhão de alunos internacionais estudando no território americano e, desse total, pouco mais de 27% vão para o sul dos Estados Unidos, onde fica a Flórida, onde 547 instituições recebem alunos de várias partes do mundo, com ênfase no Brasil. Nos últimos anos, tem sido notória a intensificação da busca por uma experiência internacional por parte da população estudantil brasileira. Segundo uma pesquisa do Instituto Data Folha, 62% dos brasileiros entre 16 e 24 anos desejam sair do Brasil para ter uma experiência internacional e os Estados Unidos está no topo da lista dos países destino.
Na Flórida, uma das instituições quem vem cada vez mais atraindo a comunidade brasileira que decide estudar por aqui é a Rollins College. Fundada em 1885, a Rollins é uma faculdade privada que fica em Winter Park e encantou a Bia. “O campus é lindo demais! Eu nunca imaginei que fosse tão lindo, porque eu não tive a chance de vir conhecer a Rollins antes de mudar de vez. Realmente me encantei quando cheguei”, revela Beatriz Olivieri, de 18 anos, que veio do Rio de Janeiro há pouco mais de dois meses. “Eu sou atleta de natação e desde 2009 eu sou federada e, por conta disso, muitos amigos vieram para os Estados Unidos pela natação e acabaram ganhando bolsa de esportes para estudar aqui. Aí comecei a estudar a ideia com a minha família em 2015, tendo a bolsa esportiva como uma possibilidade”, detalha Bia, com entusiasmo.
Comunidade – quando chega o momento de estudar em outro país, especialmente em um país em que não se fala a mesma língua, fazer parte de uma comunidade se torna essencial para que alunos possam se sentir confortáveis e assistidos durante essa experiência que pode ser o divisor de águas na carreira dos jovens. “Meus pais sempre me incentivaram e eu conheci a Rollins em uma college fair (Feira de Faculdades), ainda no Rio. Por ser relativamente perto do Brasil, e até pelo clima também, eu focalizei na Flórida. Quando eu vim visitar o campus da faculdade, eu senti que eu tinha que estudar aqui. O lugar é tão lindo, tem tanta coisa pra fazer, e eu também não queria ir para uma universidade gigante, tipo a UCF (Universidade da Flórida Central), porque é tudo muito impessoal. Na Rollins as aulas são com no máximo 20 alunos, então o professor sabe até seu nome! Isso é ótimo”, afirma Luiza Baptista, que também é carioca e faz o último ano de Comércio Exterior e Ciências Políticas (International Business & Political Sciences). Luiza contou ainda que a própria faculdade estimula alunos a receberem seus compatriotas e ajudá-los no processo de aplicação, moradia e acomodação, que é tão importante na fase inicial da mudança. “A faculdade é pequena, e tem de tudo um pouco. É como se fosse família grande, uma comunidade mesmo”, conta a estudante.
O momento certo – muitos brasileiros que têm o interesse de estudar fora ficam em dúvida sobre quando devem ter esta experiência. Especialistas afirmam que não existe um momento em que investir em educação seja considerado inapropriado, especialmente quando se está diante de um momento em que o mercado exige cada vez mais dos profissionais. Entretanto, pela possibilidade de assumir riscos, jovens até 28 anos estariam mais dispostos a tentar uma experiência internacional com vistas a um currículo mais robusto e competitivo. “Eu sempre quis vir pra fora. Tem algumas coisas que a gente só pode fazer agora, porque eu não sei se eu conseguiria ter essa mesma liberdade de experimentar daqui a dez anos, por exemplo. Você acaba entrando na linha do tempo, de ir pra uma faculdade, depois ir trabalhar, e aí fica mais difícil pra você decidir sair do país quando já tem uma carreira, um trabalho estável. Você cria um vínculo muito forte e fica muito mais difícil você sair da zona de conforto. Então essa pra mim foi a oportunidade perfeita então essa a minha chance de crescer muito!”, diz Beatriz.
Durante a graduação, estudantes possuem a liberdade de explorar as possibilidades para entender qual o caminho vai ser seguido ao final do curso. Foi graças a essa liberdade que Matias saiu do Brasil, veio para a Rollins, na Flórida e acabou indo representar a instituição na Califórnia e em Londres, na Inglaterra. “Eu vim para os Estados Unidos meio sem querer. Fazia faculdade de engenharia em Santa Catarina e meu pai foi transferido do trabalho para cá. De início ele me convidou pra vir, e eu não aceitei, mas com o tempo percebi que engenharia não era pra mim então decidi vir. Hoje estudo Empreendedorismo Social e Gerenciamento de Negócios (Social Entrepreneurship & Business Management). Uma das coisas que me atraíram na Rollins foi exatamente o fato de ela ser uma das primeiras dos Estados Unidos a oferecer esse curso, então me apaixonei. Pouco tempo depois que cheguei, já comecei a trabalhar para o centro de inovação aqui da Rollins, e agora vou começar a trabalhar no centro de inovação do Florida Hospital”, conta o estudante Matias Meireles. “No último ano, participei do Hult Prize, que é um prêmio internacional. Eu e outros alunos fundamos uma Startup para competir e vencemos na etapa nacional, aqui dos Estados Unidos, na etapa em São Francisco, na Califórnia. E de lá competimos na etapa internacional, em Londres. Ficamos em segundo lugar, passamos 6 semanas na Inglaterra, e foi uma experiência incrível”, ressalta Matias, que planeja voltar ao Brasil para desenvolver estratégias de empreendedorismo social no país.
Aprendizado – a Rollins College tem, hoje, 60 diferentes nacionalidades, e de acordo com o departamento de admissões, o número de estudantes brasileiros cresceu 79% nos últimos 4 anos. A faculdade acredita que fatores como possibilidades de bolsas de estudo, classes menores, e a possibilidade de trabalhar no campus são os diferenciais que impulsionaram esse número. Os alunos concordam: “aqui você sente o carinho, a preocupação dos professores com os alunos. Eles querem mesmo que você seja a melhor versão de si mesmo sempre. Você pode falar com os professores, mesmo depois das aulas, e a faculdade também está focada em promover experiência junto com o conhecimento, é o que sinto de diferente da faculdade no Brasil”, enfatiza Matias.
Para Luiza, o suporte para o mercado é também um fator importante e um diferencial para o sucesso dos estudantes. “Um dos momentos muito importantes pra mim foi o intercâmbio que fiz, como aluna da Rollins, pra Itália, em que fiquei seis meses lá. Foi também uma experiência única. Agora eu faço estágio na ISGF, uma empresa americana que lida com recrutamento e eu trabalho no marketing de lá, e eu só consegui essa vaga por intermédio da Rollins, que tem um departamento específico para ajudar a gente a conseguir chances no mercado de trabalho”, diz Luiza.
E mesmo que muita gente ainda se sinta insegura de sair do Brasil e se dedicar para uma formação internacional, a experiência vale a tentativa. “A minha surpresa foi muito boa. Tenho amigo da índia, da Irlanda, Costa Rica, Polônia, Alemanha. As pessoas são muito abertas pra se conhecer, o que é muito diferente do que a gente pensa inicialmente. É uma experiência única e realmente vale muito a pena!”, conta Bia.