O lançamento do foguete da NASA rumo ao Planeta Vermelho teve transmissão ao vivo
Foi lançada nesta quinta-feira, a primeira missão da NASA, dedicada a encontrar sinais de que já houve vida em Marte. Será ainda a primeira a abrir caminho para uma futura missão tripulada. Chega em sete meses
Da Redação
Já está a caminho de Marte a primeira missão da NASA, lançada nesta quinta-feira, conforme o programado – da base aérea de Cabo Canaveral, na Flórida –, com intuito de encontrar sinais de que já houve vida no Planeta Vermelho. O lançamento do rover “Perseverance” e do drone “Ingenuity”, foi transmitido pelos canais da NASA a partir do Cabo Canaveral, a bordo de um foguete “Atlas V”.
E segundo cientistas, começa aqui uma viagem épica de 483 milhões de quilômetros até Marte, lembrando que nas missões passadas ao Planeta Vermelho, os integrantes da agência espacial norte-americana determinaram que já houve condições de habitabilidade em Marte, como a existência de água em estado líquido à superfície. Agora resta saber se houve de fato vida em Marte.
Após o lançamento, os dois estágios do foguete “Altas V” separaram-se. O primeiro, que permite ao foguete atravessar a atmosfera e erguer a carga até ao espaço, já foi descartado. O segundo, chamado “Centaur”, levou a cápsula para a órbita terrestre durante 30 minutos, acionou os propulsores para dar velocidade à missão por oito minutos e também foi descartado. Agora, a “Missão 2020 da NASA”, com o “Perseverance” e “Ingenuity” a bordo, já estão por conta própria pelos próximos sete meses e tornaram-se robôs interplanetários.
Vida em Marte
Viagem a Marte dura sete meses – Todas as atenções estão voltadas para a possibilidade de encontrar microfósseis de vida extraterrestre no passado de Marte. A missão vai aterrar em Jezero, uma cratera com 49 quilômetros de diâmetro próxima ao equador do planeta, que terá estado cheia de água há cerca de 3,5 mil milhões de anos. Onde há água, costuma haver vida, por isso todas as esperanças estão depositadas nesta cratera cheia de minerais de carbonita e argila que pode ter preservado até hoje moléculas orgânicas e outros rastos da existência de vida no planeta.
O rover vai recolher amostras de solo marciano em busca de compostos que possam indiciar a existência de atividade biológica no passado do planeta. Essas amostras serão recolhidas e trazidas para Terra em missões futuras organizadas em conjunto com a Agência Espacial Europeia. A primeira dessas missões de recolha de amostras para Terra deverá ser concretizada em 2026. Não será necessário esperar até ao fim da década para saber se a missão encontrou ou não bioassinaturas no solo marciano, mas a recolha permitirá estudar mais aprofundadamente essas amostras e guardá-las para que um dia possam vir a ser analisadas por instrumentos que ainda não foram sequer inventados.
Robô programado – A bordo do Perseverance” há duas demonstrações tecnológicas que podem facilitar a concretização de uma missão tripulada ao Planeta Vermelho já na próxima década. Um deles é o “MOXIE”, uma caixa que transforma o dióxido de carbono da atmosfera de Marte em oxigênio. Será essencial para abastecer os sistemas de respiração dos astronautas no planeta e criar combustível para o regresso à Terra.
Antes de todas estas demonstrações tecnológicas, a missão a Marte da NASA terá de esperar sete meses, até fevereiro do próximo ano, para chegar ao Planeta Vermelho. A caminho já estão as missões “Hope” e “Tianwen-1”, a primeira dos Emirados Árabes Unidos e a segunda da China, que também aproveitaram a aproximação entre a Terra e Marte para se estrearem no desafiante Planeta Vermelho.