O livro autobiográfico “Will”, do ator Will Smith traz revelações surpreendentes
Relato sombrio e assustador estão no livro autobiográfico do ator Will Smith, com título “Will”, que será lançado nesta terça-feira nos EUA. A revista “People” antecipou com exclusividade um trecho em que Smith, de 53 anos, fala desse acidente traumático que viveu, no qual chegou a cogitar o assassinato do próprio pai
Da Redação
Sem dúvida, o livro autobiográfico do ator Will Smith, com título “Will”, que será lançado nesta terça-feira nos EUA vem causando polêmica mesmo antes de ser distribuído nas livrarias do país. É que um dos tópicos aborda sobre os momentos sombrios que o ator viveu na infância, com a violência doméstica. A sua mãe, Caroline Bright, era espancada pelo esposo violento, Willard Smith – que morreu de câncer em 2016. A família morava da Filadélfia.
Ao lado do pai, Willard Smith – A revista “People” antecipou com exclusividade um trecho em que Smith, de 53 anos, fala desse acidente traumático que viveu, no qual chegou a cogitar o assassinato do próprio pai.
“Em tudo o que fiz desde então, os prêmios e os elogios, os holofotes e a atenção, os personagens e os risos, havia uma sutil cadeia de desculpas à minha mãe por não ter agido nos momentos em que ela era agredida pelo meu pai. Por não enfrentar o meu pai. Por ser um covarde”, admite o ator.
São revelações fortes, vivendo sob o mesmo teto com um alcoólatra , conta Smith, se referindo ao pai. “Quando eu tinha nove anos, vi meu pai bater na cabeça da minha mãe com tanta força que ela caiu. Eu a vi cuspir sangue. Esse momento naquele quarto, provavelmente mais do que qualquer outro momento da minha vida, definiu quem eu sou.”
“Meu Pai era violento, mas também esteve em cada peça de teatro ou recital que eu dava. Era alcoólatra, mas estava sóbrio nas estreias de cada um dos meus filmes”, relata nas primeiras páginas do livro. “Escutou cada disco. Visitou todos os estúdios de gravação. Graças ao mesmo perfeccionismo intenso com que aterrorizou sua família, ele conseguiu pôr comida na mesa todas as noites da minha vida”, relata Will Smith que estreia seu filme ‘Aladdín’, em Londres,
O livro fala que os pais de Smith se separaram quando ele era adolescente terminaram por divorciar em 2000. Apesar de manter uma relação próxima com seu pai, o ator escreve que a mágoa causada por aquele incidente do passado voltou a aflorar várias vezes décadas depois. Essa ira contida o afligiu durante anos, sobretudo enquanto cuidava de seu pai no período em que teve câncer e os médicos lhe deram seis semanas de vida, como declarou em 2016.
Vontade de matar o pai
“Uma noite, enquanto o levava com cuidado do seu quarto para o banheiro, aquilo surgiu dentro de mim. O caminho entre esses dois cômodos passa pelo topo das escadas. Quando era criança, sempre disse a mim mesmo que algum dia vingaria a minha mãe. Que quando fosse grande o suficiente, quando fosse forte o suficiente, quando já não fosse um covarde, o mataria”, confessou, demonstrando que o rancor pelo que seu pai fez o perseguiu durante anos.
Foi esse o instante em que Will Smith recorda ter tido vontade de matar o seu pai. “Parei no topo da escadaria. Achei que poderia empurrá-lo e me esquivar disso facilmente”, contou o ator. “À medida que as décadas de dor e ressentimento iam desaparecendo, balancei a cabeça e continuei a levá-lo para o banheiro”, relatou.
Depois da morte de seu pai, Smith refletiu sobre a complexa relação que tinham mantido e o que isso o ensinou. “Não há nada que você possa receber do mundo material que lhe gere paz interior ou satisfação”, refletiu no seu livro, depois de finalizar o relato que carregou por tanto tempo sobre os ombros.
“Ao final, não importa em nada o quanto os outros amaram você. Só é possível encontrar a felicidade em função de como você tiver amado os outros.”
Will Smith é casado com Jada Pinkett, com quem mantém uma relação aberta há 23 anos e com quem teve dois filhos: Jaden e Willow. Além disso, é pai de Trey, de 29 anos, fruto de um casamento anterior, com quem mantém uma relação difícil. No fim de setembro, ele revelou à revista GQ que em sua autobiografia também falaria das idas e vindas de seu casamento. Concretamente, o livro inclui os detalhes de uma explosiva briga do casal depois que Pinkett completou 40 anos. O motivo foram às divergências no conceito que cada um deles tinha sobre o cônjuge.