Sindicatos apontam fraudes em pedidos de visto O-1 e O-2

Sindicatos apontam fraudes em pedidos de visto O-1 e O-2

Com decisão do US Citizenship and Immigration Services, os sindicatos agora podem se comunicar diretamente com a Agência Federal de Imigração quando um candidato não apresentar qualificação para os vistos O-1 e O-2 – destinado a indivíduos com “habilidade extraordinária”. A medida foi aprovada recentemente

Edição de setembro/2018 – p. 08

Com o nível de exigência mais acirrado para legalização nos EUA, a concessão de um visto temporário para pessoas com “habilidade extraordinária” vem sendo alvo de investigações pelos setores de Imigração no país, na tentativa de evitar fraudes. A decisão anunciada pelos “US Citizenship and Immigration Services”, no último dia 14, tenta diminuir falsificações, com isso, dá poder aos sindicatos que agora podem se comunicar diretamente com a Agência Federal de Imigração quando acreditarem que um candidato não merece os vistos O-1 e O-2 – destinado a indivíduos com “habilidade extraordinária”.

Os vistos O-1 e O-2 incluem pessoas que atuam nas áreas de Ciências, Educação, Negócios, Atletismo ou Artes, e indivíduos com realizações extraordinárias no cinema ou na indústria de televisão. Os vistos geralmente exigem que o cidadão estrangeiro obtenha uma carta de consulta de um grupo da indústria, organização de trabalhadores ou organização dentro dos EUA.


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Alguns sindicatos, inclusive, comunicaram ao diretor do “USCIS”, L. Francis Cissna, que o processo anterior permitia a fraude por parte dos solicitantes de visto O-1. Antes, cartas de consulta eram fornecidas ao solicitante de visto, que o incluiria no pacote enviado ao “USCIS”. Agora, cartas negativas de sindicatos podem ser enviadas diretamente para UnionConsultationMailbox@uscis.dhs.gov.

Elemento complicador

O envolvimento direto dos sindicados na questão, obtendo autonomia para investigar e denunciar os candidatos solicitantes do visto para pessoas com “habilidade extraordinária”, trouxe um ponto de discórdia, afinal, passam a exercer função de censores na causa. Isso, evidente, torna-se um elemento complicador aos estrangeiros que pleiteiam residência temporária nos EUA.

Em 2016, a Câmara aprovou uma medida que exigiria que o “USCIS” fornecesse aos sindicatos os resultados das petições do visto para o qual eles enviam uma recomendação. O projeto morreu mais tarde no Senado.

De acordo com o porta-voz da agência, Michael Bars, o “USCIS” continuará comprometido em analisar caso a caso. No entanto, à medida que dá poderes aos sindicados, surgiu como forma de solucionar possíveis falsificações através seus pareceres.

Os candidatos a O-1 com cartas negativas dos sindicatos devem incluí-las em seus pedidos, mas podem apresentar argumentos contra a posição do sindicato, disse Rita Sostrin, do “Sostrin Immigration Lawyers” em Woodland Hills, na Califórnia.

“Minha sincera esperança” é que os sindicatos com recomendações negativas os enviem tanto para o ‘USCIS’ quanto para o solicitante de visto O ou seu advogado, disse Sostrin. Caso contrário, “não teremos oportunidade de nos opor”, alerta.

Imigrantes tem contas bancárias congeladas

Em contrapartida, o Bank of America é acusado de congelar ou ameaçar congelar contas de clientes por causa do respectivo status nos EUA. O banco questiona se os correntistas são cidadãos dos EUA ou possuem dupla cidadania, segundo os relatos divulgados pelo “Miami Herald”.

A prova de cidadania não é obrigatória ao abrir uma conta bancária nos EUA, de acordo com Stephanie Collins, porta-voz do “Gabinete do Controlador da Moeda”, a agência federal que supervisiona o setor bancário. Os bancos são apenas obrigados a identificar e relatar transações suspeitas e manter e atualizar as informações dos clientes, disse a porta-voz.

Carla Molina, porta-voz do Bank of America, disse que não houve mudanças em como o banco coleta informações de clientes, incluindo cidadania, em pelo menos uma década. Já os porta-vozes do Wells Fargo e do Citibank informaram que podem perguntar sobre a cidadania dos clientes para manter a conformidade com as regras de conhecer o seu cliente e contra lavagem de dinheiro.

A “California Reinvestment Coalition”, uma organização sem fins lucrativos que defende comunidades de baixa renda, recebeu reclamações sobre a solicitação de prova de cidadania, e quase todas vieram de clientes do Bank of America. O grupo criou a petição “Tell Bank of America: Fique com os imigrantes”, que acusa o banco de encorajar a repressão do governo Trump aos imigrantes e pede que o banco “proteja os direitos civis dos imigrantes e pare de coletar informações sobre o status de cidadania de seus clientes”.



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