No centro do alvo
Jogador de dardos Mario Portela - Fotos: arquivo pessoal

No centro do alvo

O “português carioca” Mario Portela ajudou a escrever a história do jogo de dardos no Brasil

por Luiz Humberto Monteiro Pereira

humberto@esportedefato.com.br

Mario Portela tem 57 anos e nasceu em Funchal, na Ilha da Madeira. Mas se sente absolutamente carioca. Em Portugal, se iniciou nos dardos, mas foi quando chegou ao Rio de Janeiro que começou a levar o jogo mais a sério. Foi bicampeão brasileiro individual, cinco vezes campeão brasileiro de duplas e duas vezes campeão da Copa do Brasil, entre outros títulos regionais. Participou da seleção brasileira de dardos em diversos torneios internacionais, como o Mundial, Copa do Caribe, Copa do Mundo, Sul Americano e Copa das Américas. Foram quase 40 anos praticando o esporte. Há dois anos, parou de competir para atuar mais no apoio às federações e, principalmente, ao filho Diogo, que também foi campeão brasileiro de dardos e que se mudou para Londres há três anos para se tornar jogador profissional. “É um caminho longo que ele percorreu nestes últimos anos até poder ter a chance de jogar com a elite do dardo mundial. Diogo é o primeiro brasileiro a participar das competições da Professional Darts Corporation, a corporação profissional de dardos”, comemora Mario.


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Esporte de Fato – Como os dardos surgiram na sua vida?

Mario Portela – Comecei a jogar dardos em Cascais, no Sul de Portugal, em 1976. Cheguei a São Paulo em dezembro de 1977 e nem imaginava que havia dardos aqui também. Na bagagem, tinha trazido meus dardos e um alvo que instalei em nossa casa. Em 79, me mudei para o Rio e o meu pai conheceu o Lord Jim, em Ipanema, um pub carioca que tinha dardos. Foi o dono deste pub – Jim Philips, um texano – quem introduziu os dardos no Brasil através deste pub, em 1976. A partir daí, comecei a frequentar o lugar, a conhecer os jogadores, participar de torneios… Não havia associações, federações, nada. Apenas torneios em pubs.

Esporte de Fato – Como foi a evolução do jogo de dardos como esporte no Brasil?

Mario Portela – A primeira associação foi criada em São Paulo, em meados dos anos 80… Depois no Rio, Brasília, Goiás, Espírito Santo e Minas. Em 1985, o Brasil conseguiu se filiar á WDF (World Darts Federation), o que permitiu ao país passar a participar anualmente do mundial em Londres e das Copas do Mundo, a cada dois anos. O primeiro Campeonato Brasileiro, que servia de “qualifier” para estes torneios, aconteceu em 1986. Fui campeão brasileiro pela primeira vez em 1988 e participei da equipe do Brasil no Mundial desse ano. Em 1989, também participei da primeira equipe nacional a disputar uma Copa do Mundo, que foi em Toronto, no Canadá. Em 1994, estava na equipe brasileira na Copa do Caribe. Em 2002, participei da primeira edição da Copa América. Fiz parte da equipe brasileira em seis Mundiais, sete Copas do Mundo, sete Copas América e nove Copas do Caribe.

Esporte de Fato – Como está a modalidade no Brasil hoje?

Mario Portela – As principais competições nacionais de dardos são o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e o Campeonato Profissional Brasileiro. A partir do próximo ano, estamos otimistas com a possibilidade de se realizarem mais duas competições, com o respaldo da PDC – Professional Darts Corporation –, para que tenhamos regularmente um “qualifier” no Brasil para a Copa do Mundo profissional e também para o Mundial profissional. No circuito profissional, tivemos em junho a primeira participação do Brasil na Copa do Mundo. Diogo e seu parceiro Alexandre Sattin ficaram entre os 16 melhores. Atualmente os principais jogadores praticando no Brasil são Alexandre Sattin (DF), Anderson Vieira (GO) e Bruno Rangel (RJ). Vários outros estão em plena ascensão.

Esporte de Fato – Qual é o principal atrativo do jogo de dardos?

Mario Portela – É o desafio de acertar em espaços mínimos, às vezes de milímetros, num alvo a 2,37 metros de distância. Exige muito treino, concentração, auto-controle e auto-conhecimento do seu corpo e da mente e uma busca constante da superação dos limites. E também o circulo de amizades que se acaba fazendo.

Esporte de Fato – O que diria a quem quiser se iniciar nos dardos hoje?

Mario Portela – É um esporte excitante, além de barato para se começar e manter. Ótimo para esquecer os problemas, relaxar e curtir também bons momentos com os amigos. A sensação de fazer uma boa jogada, de ganhar uma partida, é de muito prazer e satisfação. Além disso, o jogo de dardos ajuda muito na concentração e no foco. E melhora as habilidades matemáticas.

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