O cego de Jericó

O cego de Jericó

Edição de janeiro/2020 – p. 26

O cego de Jericó

Depois foram para Jericó. E, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Time, estava assentado junto a caminho, mendigando. E Ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a chamar e a dizer: Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim! 48 E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele chamava cada vez mais: Filho de Davi tem piedade de mim! E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom animo; levanta-te, que ele te chama. E ele, lançando de sai a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus. E Jesus, falando, disse-lhe: que queres que eu te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista. E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho.”

“JERICÓ” – Cidade grande, de comércio desenvolvido. Interesses materiais.


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“E, SAINDO” – Não permaneceu. Nós também não devemos nos fixar onde predomina a preocupação de ordem material, porque corremos o risco do esquecimento dos fatores espirituais.

“ELE” – Jesus. Guia e Modelo da humanidade.

“COM SEUS DISCIPULOS” – Os que sentem necessidade de aprendizado.

“E UMA GRANDE MULTIDÃO” – Agrupamento disposto a seguir um líder. A multidão oscila. A mesma que ovacionou Jesus na entrada triunfal em Jerusalém, veio a pedir sua morte. Entre Jesus, os discípulos e a multidão, se evidencia a diversidade evolutiva.

“ESTAVA ASSENTADO” – No caso, ASSENTADO é acomodado, tanto que acabou cego. Qualquer um de nós que se acomodar, também, deixará de ser atualizado, tornando-se cego com relação à muita coisa. Uma pessoa, por exemplo, não dada à leitura, acaba desatualizada, cega, portanto, para um punhado de coisas novas, recentes. Há casos em que a palavra ASSENTADO significa Base, Serenidade, Conhecimento de Causa. Jesus muitas vezes, se ASSENTAVA pra dirigir-se à multidão. O mesmo precisamos fazer.

“JUNTO DO CAMINHO” – Junto, à margem do caminho. Aí temos a razão da sua cegueira. Se também nos colocamos à margem da estrada evolutiva, se nos isolarmos, reduzir-se-á a nossa visão. Antes enxergávamos como os demais. Porque paramos, à medida que os outros avançam, acentua nossa cegueira.

“MENDIGANDO” – Nessas condições, temos que passar a pedir. Atendendo um pedido, devemos ter em mente a lição de Jesus: “Dá a quem te pedir, e não desvies daquele que quiser que lhe emprestes”. (Mt 5:42) Não é dê o que te pedir. Ás vezes a pessoa pode nos pedir uma coisa; entretanto, nós lhe nós lhe devemos dar o que ela realmente necessita. Muitas vezes a pessoa carece de algo, mas não sabe de que e acaba pedindo o de que não tem necessidade.

“E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a chamar e a dizer: Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim!” (Mc 10:47).

“E OUVINDO” – Graças a Deus, esse cego só danificara a faculdade de ver. Era ainda capaz de ouvir. Se algum sentido nos falha quando voltado para a espiritualidade, devemos aguçar os demais que se encontram capacitados. E ouviu porque estava atento. Quando nos interessamos por algo, nossos sentidos têm capacidade de selecionar. Pode haver muito barulho, mas se alguém abordar uma questão de nosso interesse acabamos ouvindo só o que ela fala.

“E COMEÇOU A CLAMAR” – Clamar é o grito que parte de nosso íntimo, e que vem saturado de sentimento.

“E A DIZER” – Não ficou, porém, na manifestação do sentimento. Disse alguma coisa. Quando abrimos a boca, devemos falar algo de proveito.

“TEM MISERICÓRDIA DE MIM” – Ele se reconhece como necessitado. Qualquer enfermo só se coloca a caminho da cura, do restabelecimento, quando admite a própria doença, a própria carência. Nisso releva humildade. Assim se torna receptivo.

“E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele chamava cada vez mais: Filho de Davi tem piedade de mim!” (Mc 10:48).

“E MUITOS O REPREENDIAM, PARA QUE SE CALASSE” – Não viam a necessidade do cego de Jericó. Quantas vezes nós constituímos obstáculo para que alguém se aproxime de Jesus, ou seja, levado até Ele, para receber os benefícios que distribui. Seguindo o Cristo físico, externo, e ausência do Cristo interno os impedia de ver o semelhante como Filho de Deus. Quantas vezes o mesmo tem acontecido conosco? Egoísmo é sempre atitude de multidão, atitude que deve ser abandonada, substituída.

“MAS ELE CLAMAVA CADA VEZ MAIS:” – Insistência, dirão alguns. Perseverança diremos nós. Como o cego de Betsaida, para possibilitar a cura definitiva. “Mas naquele que perseverar até o fim será salvo”. (Mt 10:22). Salvo da situação, salvo do problema.

“E Jesus, falando, disse-lhe: que queres que eu te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista.” (Mc 10:51).

“QUE QUERES QUE EU TE FAÇA?” – Jesus sabia o que ele queria. Desejava, porém, que ele se manifestasse, revelando respeito pelo livre-arbítrio de todas as criaturas. Pergunta igual devemos formular a nós mesmos. O que estamos querendo da Doutrina, da leitura dos livros, do estudo do Evangelho? Precisamos nos conscientizar de nossas reais necessidades.

“QUE EU TENHA VISTA” – Em circunstância igual, talvez nos esquecêssemos de nossas reais necessidades, para pedirmos outras coisas. E isso tem acontecido com muita gente. A oração do cego deveria sempre ser a nossa. Que eu tenha vista, que eu enxergue, que eu tenha compreensão. Quem tem entendimento, em toda situação vê o aspecto educativo, e em qualquer circunstância escolhe o melhor.

“E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho.” (Mc 10:52).

“E JESUS LHE DISSE: VAI,” – Bom ficar junto de Jesus, mas a obrigação, os compromissos nos convocam a outros lugares. Antes de a criatura acordar para as coisas espirituais é uma e, depois outra. Morre o homem velho, cedendo lugar ao Homem Novo.

“TUA FÉ TE SALVOU” – Não uma fé contemplativa. Mas uma fé que o fez clamar. Jesus, Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim. E perseverar, apesar de a multidão o repreender. Fé para lançar de si a sua capa, para apresentar-se a Jesus na sua indigência. Fé para obedecer as instruções do Mestre. Fé para acreditar naqueles que antes lhe haviam falado acerca de Jesus, o Filho de Davi.

“PELO CAMINHO” – Ele foi. Seguia a Jesus pelo caminho, isto é, modificado, punha em prática as lições do Mestre, onde estivesse. Já não mais estava junto, à margem do caminho, que, como observamos, foi a causa de sua cegueira.



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