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Seedorf revela planos para o futuro: ”Já estou no final do meu curso para ser técnico de futebol”
Seedorf foi o convidado especial do Redação SporTV desta quinta-feira, 31. O meia Holandês, ídolo de Botafogo, Milan, Real Madrid e Ajax, falou sobre a sua carreira, superação, planos para o futuro e a sua relação especial com o Brasil .
Consagrado na Europa como armador de jogadas ou segundo volante, o camisa 10, de fato, nunca havia se destacado como um grande goleador. Tanto que foi no Botafogo que Seedorf engatou a fase mais artilheira de sua carreira, jogando como meia-armador. Questionado pelo apresentador André Rizek se esta é sua posição preferida, Seedorf foi direto:
– Eu cresci nessa posição, todo meu setor juvenil eu joguei como atacante ou meia. Os primeiros quatro anos da minha carreira eu joguei em todas as posições. Eu sempre me adaptei à exigência dos times. No Milan foi quando começou o discurso de centroavante. Mas essa posição que eu jogo no Botafogo é a que eu amo jogar.
Aos 36 anos, o jogador vive um momento ímpar em sua trajetória, e revela que encontrou no Brasil a motivação nova que precisava para seguir sua carreira quando deixou o Milan.
– No Botafogo eu tenho a liberdade para fazer a minha leitura do jogo, do adversário. Eu faço a leitura de onde o time esta precisando de mim e vou procurando meus passos, atacando e defendendo, usando todos os meus recursos. A minha relação com o Oswaldo (de Oliveira, técnico do Botafogo) é fantástica, foi a relação que eu estava procurando. Oswaldo me deu um novo impulso, me motivou.
O jogador se mostrou insatisfeito com a colocação do Botafogo no Brasileiro. Apesar de ocupar o segundo lugar da tabela, e ver o sonho da Taça da Libertadores, que não acontece desde 1996, algo viável; para Seedorf era possível brigar pelo título. O meia atribuiu a falta de comparecimento da torcida aos estádios quando a equipe começou a lutar pelas primeiras posições.
– Claro (que torcida ajuda a ganhar jogo). O Oswaldo (de Oliveira) sempre fala que torcida não segura perna de ninguém. Ele tem razão. Mas torcida puxa para frente o time, não tenha dúvida. Pedimos várias vezes durante o ano esse apoio. Nosso torcedor não respondeu do tamanho que a gente precisava para ter aquela energia a mais em casa, aquela coisa especial. Quando estávamos lutando nos primeiros lugares, a torcida do Cruzeiro começou a lotar o estádio lá e, infelizmente, a gente não conseguiu fazer a mesma coisa. Faz a diferença. Nenhum time consegue vencer ou fazer uma campanha importante sem a torcida. Não existe. Sempre vi na minha carreira o torcedor apoiando, lotando o estádio, principalmente quando o time está precisando. Porque há momentos que todo o time tem uma caída. Só que quando tem aquela energia especial, você também tem mais energia. Isso é científico – analisou.
O holandês ressaltou ainda que o problema dos estádios vazios não é só no Botafogo.
– O Botafogo, principalmente este ano, está fazendo coisas incríveis. Passamos por muitas dificuldades, estamos o ano todo no G-4, e o aspecto do torcedor não é só do Botafogo. Não vejo muitos estádios lotados no Brasil, quase ninguém lota. A média de público é muito baixa. Um dos pontos do Bom Senso FC é a comparação com outros países, e o Brasil, com a quantidade de pessoas que tem aqui, quase ninguém vai ao estádio. É o Brasil inteiro com essa coisa de não ir para o estádio, que tem que ser mudada para aumentar o espetáculo.
Sobre planos para o futuro, o jogador adiantou que já esta em formação para se tornar técnico após aposentar as chuteiras, mas que segue sem data certa.
– Não tem nada concreto. Depois com certeza vou treinar (algum clube), já estou me preparando ao fim do curso com a Confederação Holandesa. E jogando eu não sei (respondendo até quando joga), agora meu foco é jogar com o Botafogo ao final do ano comemorando alguma coisa (título). – finalizou.
O Redação SporTV promove debates sobre as principais matérias dos cadernos de esporte do país. Sob o comando de André Rizek, o programa é transmitido pelo canal PFC de segunda a sexta às 15h (de Brasília).