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Rússia diz que EUA recusaram reunião de alto nível para tratar da Síria
Os Estados Unidos se recusaram a receber em Washington uma delegação russa de alto nível para tratar de assuntos relacionados à Síria e rejeitaram igualmente enviar uma delegação norte-americana a Moscou. A informação é do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, que falou hoje (14/10) na Câmara Baixa do Parlamento russo.
O ministro se referia a declarações feitas ontem (13/10) pelo presidente Vladimir Putin que acusou Washington de se recusar a cooperar e compartilhar informações sobre a Síria. Putin disse ainda estar disposto a enviar uma delegação, chefiada pelo primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, aos Estados Unidos.
“Recebemos uma resposta oficial literalmente hoje”, disse Lavrov. “Foi-nos dito que não podem enviar uma delegação a Moscou e que também não podem receber uma delegação em Washington”, disse Lavrov.
Putin, que discursou num fórum de investimento, disse que a delegação russa podia ainda incluir responsáveis militares ao nível de vice-chefe do Estado-Maior e membros dos serviços de informações. “Está na hora de fazer este trabalho a um nível sério e substancial se queremos trabalhar de forma eficaz”, disse Putin.
Na intervenção de ontem, o presidente russo fez algumas das críticas mais duras à forma como os Estados Unidos têm lidado com o conflito sírio, afirmando que Washington “não tem uma compreensão clara” do que se passa no terreno e “não parece saber que objetivos pretende alcançar” naquele país.
Serguei Lavrov disse hoje que, por outro lado, a Rússia e os Estados Unidos estão perto de um acordo para evitar incidentes entre os respetivos aviões nos céus da Síria. “[O acordo] deverá estar operacional muito em breve”, disse o ministro, acrescentando que as formalidades serão concluídas hoje.
A afirmação de Lavrov, no entanto, contradiz uma outra, feita pouco antes pelo secretário da Defesa norte-americano, Ashton Carter. Segundo Carter, os Estados Unidos e a Rússia vão ter mais uma roda de negociações sobre essa questão. “As conversações estão progredindo, mas nada está decidido”, disse Carter na terça-feira à noite em Boston.
A Rússia lançou, em 30 de setembro, uma campanha de bombardeios aéreos na Síria com o objetivo de frear o avanço do grupo extremista Estado Islâmico, mas os Estados Unidos e seus aliados criticaram a entrada de Moscou no conflito, afirmando que o país está bombardeando grupos da oposição moderada, apoiados pelo Ocidente, em uma tentativa de reforçar a posição de Bashar al-Assad.
Fonte: Agência Brasil