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Retribuir o mal com o bem
Edição de novembro/2019 – p. 26
Retribuir o mal com o bem
“46 Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? 47 E, se saudares unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também o mesmo? 48 Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.” (Mt 5:46-48);
“POIS, SE AMARDES OS QUE VOS AMAM” – Sempre que Jesus dava um ensinamento (porque suas lições fugiam a rotina), Ele explicava por quê. Assim, após aconselhar o amor aos inimigos, coloca em evidencia que amar os que nos amam não é vantagem. Em verdade, não passa de obrigação, e das mais rudimentares. Só mesmo por incompreensão que deixamos de corresponder às atenções com que alguém nos distingue. Simples questão de educação.
“QUE GALARDÃO TEREIS?” – Pergunta, levando-nos a tirar conclusões. Ora, pensando a respeito, chegaríamos às acima referidas e, inclusive, que nenhum mérito nós teríamos com um tal procedimento. Seria até de causar admiração, se procedêssemos de modo diferente.
“NÃO FAZEM OS PUBLICANOS TAMBÉM O MESMO?” – Até os publicanos, que falavam e não exemplificavam que se tornaram conhecidos pela hipocrisia, não deixavam de amar quem os amava. Tal conduta, porém, é rotineira, é comum a todos; encontramo-nos na Terra para, com o binômio conhecimento/exemplificação, amar também os inimigos, reconhecendo que todos somos filhos de Deus e, portanto, irmãos. Amando os inimigos, teremos a recompensa de uma consciência em paz; a sensação do dever cumprido.
“E, se saudares unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também o mesmo?” (Mt 5:47).
“E, SE SAUDARDES UNICAMENTE OS VOSSOS IRMÃOS” – Deixando de cumprimentar a todos, estamos nos esquecendo da condição de filhos de Deus, portanto, de membros de uma só família espiritual. Devemos ser fraternos com todos e, não, apenas com aqueles que comungam os mesmos pontos de vista. Isso se dá muito nos meios religiosos: aqui é um grupo de pessoas que se julga “salvo”; ali outro que se julga superior aos demais; um que é portador de maiores conhecimentos; outro que se aponta como detentor de verdades absolutas;…
“QUE FAZEIS DE MAIS?” – Nada. Se nos fechamos num grupo religioso, como os “tais”, distanciamo-nos da realidade. No estudo: simples teóricos; na administração: burocráticos; nas obrigações religiosas mal compreendidas: misantropos. Agindo assim (como vemos), só há prejuízos. Nossos, do próximo e da religião em que militamos.
“NÃO FAZEM O S PUBLICANOS TAMBÉM ASSIM?” – Jesus não nos quer chamar de hipócritas. Deseja que, se o nosso procedimento é assim, cheguemos a tal conclusão por nós mesmos, o que será altamente benéfico para cada um em matéria de conscientização da necessidade de mudar, para o n osso próprio bem.
“Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.” (Mt 5:48).
“SEDE VÓS” – Imperativo. Jesus manda com autoridade que Ele tem. Manda o que é bom, o que é mais conveniente para nós. E o que vai realmente se dar, pois a evolução é uma fatalidade.
“POIS” – À vista do que foi exposto, tudo deve nos levar a tirar conclusões que, postas em prática e observadas, precisam transformar-se em medidas praticas de renovação.
“PERFEITOS, COMO É PERFEITO” – Estabeleceu uma comparação. Meditando nessa comparação, chegamos a conclusão que não podemos admitir um fim, um ponto final no processo de aperfeiçoamento. Ele é constante, crescente, eterno. Assim, por muito que façamos, ainda muitíssimo, teremos a fazer. Isso não nos deve desanimar. Antes deve nos entusiasmar, pois vale o nosso esforço, já que não há limite nem limitações.
“O VOSSO PAI”– O “vosso Pai” – o Pai, o Criador do nosso e segundo o nosso entendimento.
“PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS” – Céus no plural, onde haja uma expressão do bem, do belo, do bom (sentimento), da harmonia, inclusive na consciência e no coração das criaturas. O verbo ESTAR encontra-se onipresente, isto é, presente em tudo, em todas coisas, porque em tudo há algo que o manifesta. A confusão, a desarmonia, o feio é a presença do homem inferior, inspirado pelo egoísmo.