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Reflexões e estatísticas no livro de Álvaro Lima
“Brasileiros nos Estados Unidos – Meio Século (re)fazendo a América – 1960 a 2010” contribui para a compreensão do fenômeno migratório, em direção a politicas e ações de apoio aos imigrantes brasileiros nos EUA e no mundo
Edição de julho/2017 – pág. 24
Com reflexões sobre a condição do brasileiro nos Estados Unidos, estatísticas e a realidade da segunda geração de emigrantes, na luta acirrada para se encontrar em meio à “guerra” de leis e medidas, o livro “Brasileiros nos Estados Unidos – Meio Século (re)fazendo a América – 1960 a 2010” -, dos autores Alvaro Eduardo de Castro e Lima e Alanni de Lacerda Barbosa de Castro, é um olhar criterioso sobre imigração. Análises até então não publicadas, além de organização de dados produzidos ao longo do período, a respeito desse importante movimento migratório. O lançamento é da FUNAG (Fundação Alexandre de Gusmão) e o Download do livro é gratuito.
Em entrevista ao “Nossa Gente” o escritor e Economista Álvaro Lima, que reside na cidade de Boston (Massachusetts), revela que a primeira geração de brasileiros que chegou aos Estados Unidos, na década de sessenta, proliferando a vinda nos anos oitenta – o grande Boom – sofreu as duras penas, e que hoje tem um papel fundamental no contexto migratório. “Por exemplo, temos brasileiros candidatos a vereador, a prefeito. É um passo significativo, retratando a nossa evolução, mesmo que às duras penas. São cinquenta anos de imigração brasileira e hoje o Brasil está nos Estados Unidos, somos representados por vários Estados e não apenas o Estado de Minas Gerais, como aconteceu no passado”, ressalta o autor. “Atualmente temos brasileiros de importantes Estados como Rio, São Paulo e Bahia”.
“O perfil do brasileiro que hoje chega ao país é diferenciado. E não há mais aquela necessidade de comprar casa no Brasil e mandar dinheiro para os pais. O brasileiro que chega, principalmente a Miami e Orlando, é esclarecido, tem poder aquisitivo”, enfoca. “Mas por que eles estão vindo? Pela falta de segurança no Brasil, pela desorganização urbana e pela violência. Os pais querem um futuro seguro para os seus filhos. Isso também ocorreu nos anos oitenta, a história se repete em algum ponto, mas com dados diferentes”.
Segunda geração de emigrantes
Adiantou Álvaro Lima que a preocupação no momento é com a segunda geração de emigrantes brasileiros. A maioria dos jovens que acompanharam os pais quando criança, hoje encontra-se desorientada pela falta de perspectiva, com exceção do jovem protegido pelo DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals), através da Ordem Executiva do ex-Presidente Baraca Obama. “Os garotos cursam o High School, mas no momento de ingressarem na universidade é um dilema. O país não paga estudo para quem não tem documento e o custo de uma universidade nos Estados Unidos é muito caro. Resultado, o jovem se sente frustrado e perdido. Não sabe o que fazer”, alerta o escritor.
“Outra preocupação é que esse jovem cresce em uma sociedade diferente, aí ele precisa entender se é brasileiro, ou se é brasileiro americano. Esse ajuste é complicado. O adulto sabe lidar com a situação, mas para o jovem tudo isso é confuso. A segunda geração de brasileiros ainda não conquistou o que os brasileiros da primeira geração conquistaram. O jovem no momento vive em ambiente de medo e de tensão” enfatiza.
“Agora, como é difícil para o jovem quando ele ouve o presidente dos Estados Unidos – se referindo a Donald Trump – dizer pelos quatro cantos do país que o imigrante indocumentado é um criminoso. Ele desumaniza as pessoas com críticas contundentes”, observa Álvaro Lima. “Com isso, o jovem e a criança não conseguem se achar. O Trump vive dizendo que o muçulmano vai nos matar e que o mexicano vai tirar o nosso emprego”, ironiza.
Sobre o livro
Com uma visão analítica, mas também vivencial, o livro se propõe a contribuir para a compreensão do fenômeno migratório, em direção a políticas e ações de apoio aos imigrantes brasileiros nos Estados Unidos e no mundo. Além de dados e informações provenientes de pesquisas de campo e bibliográficas, a obra “Brasileiros nos Estados Unidos – Meio Século (re)fazendo a América” traz, sobretudo, uma vasta bagagem a respeito desta travessia. Uma leitura imperdível.
Álvaro Eduardo de Castro e Lima, nasceu em São Luís do Maranhão é Diretor de Pesquisa no “Boston Planning & Development Agency (BPDA)”. Economista de formação com mestrado na “New School for Social Research” em Nova York.
Alanni de Lacerda Barbosa de Castro cresceu em Codisburgo, no interior de Minas Gerais. Administradora de empresas e mestre em Administração pela PUC Minas, possui também especializações em cooperativismo e gestão de projeto.