Para evitar calote, EUA têm de chegar a acordo sobre orçamento até quinta

Para evitar calote, EUA têm de chegar a acordo sobre orçamento até quinta

Tesouro dos EUA ficará sem caixa se não houver um acordo. País vive impasse devido à falta de consenso no Congresso.

Funcionário mostra cartaz em frente ao Capitólio, em Washington: "Faça o seu trabalho para que eu possa fazer o meu" (Foto: Larry Downing/Reuters)
Funcionário mostra cartaz em frente ao Capitólio, em Washington: “Faça o seu trabalho para que eu possa fazer o meu” (Foto: Larry Downing/Reuters)

Os Estados Unidos entram, nesta segunda-feira (14), em uma semana decisiva. Os políticos norte-americanos têm de chegar a um acordo para elevar o teto da dívida do governo antes do prazo final, quinta-feira (17). O Tesouro dos EUA ficará sem caixa se não houver um consenso.

O limite da dívida atual, de US$ 16,699 trilhões, foi alcançado em maio. Desde então, o Tesouro dos EUA tem usado recursos extraordinários para pagar as contas, mas o dinheiro se esgota no dia 17. Toda semana, o Tesouro também tem que refinanciar US$ 100 bilhões da dívida sob a forma de títulos do governo dos EUA, os chamados Treasure bonds.

A incapacidade de pagar tanto o principal de seus títulos que vencem como os juros dos bonds que estão em posse de investidores colocaria os EUA em situação de calote, ou “default”, no jargão do mercado financeiro.


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O Secretário do Tesouro dos EUA, Jack Lew, estimou que a cada semana sem o orçamento novo, o país deixa de crescer 0,25%, em um ano para o qual se prevê uma economia em marcha lenta.

Desde o dia 1º de outubro, os serviços considerados não essenciais nos Estados Unidos estão paralisados, até que um acordo seja alcançado. Cerca de 800 mil trabalhadores federais estão em licença não remunerada. A medida também provocou o fechamento de museus e parques nacionais, o processamento de impostos, o pagamento de benefícios os pagamentos de subsídios agrícolas e as concessões de empréstimos.

Os republicanos se recusam a aprovar o novo orçamento, a menos que o presidente Barack Obama concorde em adiar ou eliminar o financiamento à saúde previsto na lei de reforma do setor, uma promessa de campanha do democrata, aprovada em 2010.

A Casa Branca recordou que o presidente Barack Obama não mudou sua posição de rejeitar qualquer acordo que impeça o total funcionamento do Estado federal e um incondicional aumento do teto da dívida.
Em conversa telefônica com Nancy Pelosi, líder dos democratas na Câmara de Representantes, Obama voltou a manifestar esta posição.

“O presidente e a líder (da bancada democrata) também discutiram sua disposição – assim que o limite da dívida for elevado e o Estado, reaberto – de negociar uma solução orçamentária de longo prazo”, destacou a Casa Branca.
No sábado, Obama expressou sua hostilidade à ideia de estender somente por algumas semanas a alta do teto da dívida.

A Casa Branca também lamentou que tenha sido rejeitada no sábado uma medida do Senado que permitiria o Estado continuar pagando seus empréstimos até o final de 2014 e afastar, dessa forma, o risco de um inédito default.

“O Estado não poder pedir mais empréstimos, o Congresso deve avançar em uma solução que ponha fim à paralisia do governo e que nos permita pagar nossas contas”, alertou no sábado Jay Carney, porta-voz da Casa Branca.

O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, disse na noite de sábado que “estamos a cinco dias de um momento muito perigoso”. Um default nos Estados Unidos, “pode ser um acontecimento desastroso para os países em vias de desenvolvimento e também será muito prejudicial para as economias desenvolvidas”, alertou.

A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, comparou os efeitos que teria um default norte-americano com os da crise financeira de 2008.

“O estatuto da economia norte-americana estaria, de novo, em perigo”, declarou Lagarde no programa da NBC “Meet the press”, cujos trechos foram publicados neste domingo.

“Se há esse nível de perturbação, de falta de certeza, de falta de confiança nos compromissos dos Estados Unidos, isso implicaria perturbações em massa no mundo inteiro. Estaríamos expostos a cair, novamente, em recessão”, alertou Lagarde.

No sábado (12), Jamie Dimon, presidente do banco americano JP Morgan, disse que não queria nem pensar nas possíveis repercussões de um calote americano. “Não queira saber. Seria chacoalhar a economia mundial de uma forma que você não poderia compreender”, disse à BBC.

Fonte: midiacon.com.br



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