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Desafio extremo
Corridas de 24 e 48 horas fazem parte da “rotina” do ultramaratonista Adilson Ligeirinho
por Luiz Humberto Monteiro Pereira
humberto@esportedefato.com.br
Adilson José Pereira, o Adilson Ligeirinho, é uma figura bastante conhecida em Poços de Caldas. É comum que os habitantes da estância hidromineral mineira topem com ele, sempre correndo pelas ruas e estradas da região. Aos 49 anos, o vendedor e entregador de uma loja de materiais de borracha não esconde o orgulho com seu desempenho em sua inusitada especialidade: as ultramaratonas, que são corridas com distância superior aos 42,195 km da maratona. “Tenho duas vitórias, em 2008 e 2010, na Ultramaratona Br135+, prova com uma distância de 135 milhas (217 km), realizada na Serra da Mantiqueira. Em agosto do ano passado, fui campeão das 24 Horas de Campinas – onde corri 188 km. E, em novembro, venci a Ultramaratona Internacional 48 Horas da Mantiqueira, em Passa Quatro, onde totalizei 339,6 km”, contabiliza Adilson que, embora seja nascido em Fernandópolis, no interior paulista, já incorporou o jeito de falar típico do Sul de Minas Gerais. Ele começou a correr em busca de uma melhor qualidade de vida. “Era sedentário. Tenho 1,59 m de altura e cheguei a pesar 82 kg. O médico mandou que eu fizesse alguma atividade física. Comecei fazendo caminhadas, depois fui dando um trotezinho… E fui perdendo peso. Primeiro participei de corridas de 5 km, depois de 10 km. Logo vieram as meias-maratonas e a primeira maratona”, explica.
Esporte de Fato – O que leva alguém a escolher uma modalidade esportiva tão insana?
Adílson Ligeirinho – Nas ultramaratonas, realizamos grandes objetivos e sonhos. É muito bom, porém tremendamente desgastante. Somos movidos pelo desejo de superar limites e concretizá-los, pois em uma ultramaratona temos de aprender a deixar para trás qualquer cansaço físico e psicológico.
Esporte de Fato – Como é uma corrida de 48 horas?
Adílson Ligeirinho – É uma competição cansativa, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. A prova de Passa Quatro é disputada numa pista de atletismo de 400 metros. Eu dei 849 voltas na pista em 48 horas, totalizando 339,6 km. Alguns dos competidores tinham metade da minha idade. Durante a prova, senti muitas dores e cansaço. Durante a madrugada até o amanhecer, consegui abrir quatro voltas de vantagem. Daí em diante, foi só controlar o ritmo até o final da corrida. É importante se alimentar e hidratar bastante durante a prova. De vez em quando, é preciso parar para trocar o tênis, dar um pulo no banheiro ou tomar uma chuveirada para tirar o sal do suor do corpo. Mas sem descanso, pois se pararmos não dá mais para alcançar os primeiros colocados.
Esporte de Fato – Provas tão longas e desgastantes devem acontecer situações bizarras…
Adílson Ligeirinho – Em minha primeira ultramaratona de 24 horas eu desmaiei, ficando mais de três horas fora da corrida. E, mesmo sem autorização médica, retornei à prova, conseguindo ser o sétimo colocado geral. Em minha última corrida de 48 horas, depois de estar mais de 10 km atrás do primeiro colocado, consegui buscá-lo e ainda abri mais de 10,8 km de vantagem. Foi inacreditável! Também já vi atletas sofrerem alucinações durante a prova, tamanho o desgaste psicológico. Alguns chegaram a confundir os vaga-lumes em torno da pista com as velas de uma procissão…
Esporte de Fato – E como é sua preparação para uma corrida dessas?
Adílson Ligeirinho – O meu dia começa às 4:30 h da manhã, para poder treinar e dar tempo de chegar às 7:45 h na loja em que trabalho, onde fico até as 18 h. De lá, novamente começo a treinar com uma corrida de duas horas, mais uma hora de musculação em academia. Após isso, retorno para casa, onde descanso e dou atenção à família. Durmo em média de 4 a 5 horas por noite. Tenho acompanhamento de um médico, um preparador físico e uma fisioterapeuta. É preciso fazer musculação, para manter o corpo preparado para o desgaste da prova. Bastante treinamento em rampa, subidas, treinamento em esteira… Antes da prova, a alimentação é à base de muitos carboidratos.
Esporte de Fato – Quais são as suas próximas competições?
Adílson Ligeirinho – As 24 Horas de Campinas, em agosto, as 12 Horas de Piracicaba, em outubro, e a Ultramaratona Internacional 48 Horas da Mantiqueira, em Passa Quatro, em novembro.
Esporte de Fato – Quais são seus patrocinadores?
Adílson Ligeirinho – Hoje tenho um apoio do Hotel Monreale, onde realizo meus treinamentos em academia, trilhas e piscina, além da alimentação. Também conto com o apoio médico do Centro Otorrino, também em Poços de Caldas, para que eu possa continuar participando das competições.
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