De bola cheia
Agustin Danza, CEO da Confederação Brasileira de Rugby - Foto: João Neto/Fotojump

De bola cheia

O executivo argentino Agustin Danza é o CEO da Confederação Brasileira de Rugby, uma das mais bem-sucedidas entidades esportivas do país

por Luiz Humberto Monteiro Pereira

humberto@esportedefato.com.br

Nos últimos dois anos, a Confederação Brasileira de Rugby foi eleita como a entidade esportiva brasileira com melhores práticas de governança. Um dos segredos do sucesso está em uma gestão profissional. Ao substituir uma associação de amadores, em 2010, a CBRu foi criada com regras equivalentes às qualquer grande companhia, incluindo um conselho de administração e apresentação de balanços. Nesse modelo de negócios, além da presidência, é necessário haver um CEO – sigla inglesa de “Chief Executive Officer”, que significa Diretor Executivo. Para essa função, foi contratado há três anos o executivo argentino Agustin Danza, graduado em Administração de Empresas pela Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Buenos Aires, com MBA pela Columbia Business School, de Nova Iorque. Ele trabalhou durante oito anos na Bain & Company, uma das líderes do mercado mundial de consultoria de gestão. “O que me levou a assumir a posição de CEO da CBRu foi o desafio de crescer o rugby no Brasil”, justifica o executivo.


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Mas esse sonho não é mera ambição de executivo. Agustin é também um ex-jogador de rugby. Jogou no Clube Los Cedros, em Buenos Aires, onde foi capitão das divisões de base e treinador da Escola de Rugby. Também jogou no Brasil durante seus cinco anos no país e, em Nova Iorque, onde foi o treinador do time da Columbia Business School. “Comecei a jogar aos 4 anos de idade. No total são mais de 30 anos praticando rugby”, contabiliza Agustin.

Esporte de Fato – O que leva um alto executivo argentino, com uma carreira consolidada em uma grande empresa da área de consultoria de negócios, a se tornar dirigente de uma confederação esportiva no Brasil?

Agustin Danza – Sou um convicto que o Brasil tem o potencial de dominar qualquer esporte que se propuser, sempre que trabalhar com um plano estratégico bem-feito e de maneira profissional. É isso que estamos querendo fazer aqui na CBRu.

Esporte de Fato – Por que a CBRu tem se destacado há alguns anos como modelo de gestão entre as confederações esportivas brasileiras?

Agustin Danza – A CBRu trabalha opera como uma companhia privada. Temos um Conselho de Administração, composto por membros dependentes e independentes, além de representante de árbitros e atletas. Neste Conselho são tomadas as decisões de alto nível: estratégia de longo prazo, correções de rumo, políticas de risco, etc. Como CEO, sou o responsável pela execução da estratégia determinada no Conselho de Administração, que é presidido pelo Presidente da CBRu. E prestamos contas à Assembleia, onde estão representadas as Federações de Rugby no Brasil. Trabalhamos de uma maneira 100% profissional, falando a mesma linguagem que as companhias, o que nos facilita a comunicação. Consideramos que o foco deve estar em melhorar o trabalho com o que já temos: ter um sistema de alto rendimento no estado da arte, competições nacionais adultas e juvenis muito fortes, programas de desenvolvimento infantil e melhorar a exibição do esporte para todos.

Esporte de Fato – Quase todas as modalidades esportivas brasileiras perderam patrocinadores após as Olimpíadas do Rio. A CBRu conta com o patrocínio do Bradesco, AccorHotels, Topper, Heineken, Correios, CCR, Total, Rumo, Dove Man Care, Alupar, Robert Walters e Cultura Inglesa. Qual é o segredo para manter a atratividade?

Agustin Danza – Nós também perdemos três patrocinadores com a crise econômica brasileira: Outback, JAC Motors e Brookfield. Porém conseguimos somar os Correios e a Accor. Conseguimos isto graças a uma conjunção de fatores: nossos resultados recentes em campo, nossos resultados recentes de exposição na mídia, nossa governança benchmark e nosso planejamento de longo prazo. Além do fato de sermos um esporte “mais barato” que os tradicionais, mas com exposição quase equivalente.

Esporte de Fato – Como formou a equipe que atualmente administra a CBRu?

Agustin Danza – O time esportivo é composto de lideranças com muita experiência internacional em rugby de alto rendimento, secundados por brasileiros de alto potencial que estão iniciando seus passos como técnicos ou preparadores físicos de rugby. O time administrativo é uma equipe jovem, muito energética, disposta a aprender muito “on the job” e se divertir no processo. Na CBRu somos poucos fazendo muito, em um ambiente dinâmico e de muito crescimento.

Esporte de Fato – No ranking mundial, como se posicionam as seleções masculina e feminina brasileiras? Quais são os planos para o próximo ciclo olímpico?

Agustin Danza – O masculino atualmente está 33º. Faz um ano estávamos 46º e esperamos finalizar o ano dentro dos melhores 30. A feminina está no “Top 10” do mundo. Para os Jogos de Tóquio, em 2020, nosso objetivo é ter uma seleção feminina muito competitiva, que possa entrar entre as seis melhores equipes.

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