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Na velocidade do sonho
Porta-bandeira da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, o piloto de bobslead Edson Bindilatti acredita em um bom resultado
Na velocidade do sonho
por Luiz Humberto Monteiro Pereira
humberto@esportedefato.com.br
Entre os dias 9 e 25 de fevereiro, a cidade sul-coreana de PyeongChang receberá quase 3 mil atletas de 92 países para a realização da 23ª edição dos Jogos Olímpicos de Inverno. O Comitê Olímpico do Brasil enviará apenas nove atletas, que competirão em cinco modalidades: bobsled, esqui alpino, esqui cross country, snowboard e patinação artística. Edson Bindilatti, profissional de Educação Física de 38 anos, é o piloto dos trenós de dois e de quatro atletas no bobslead e será o porta-bandeira da delegação brasileira na cerimônia de abertura, que começa às 9 horas da manhã (horário de Brasília) de sexta-feira, dia 9 de fevereiro. “É minha quarta participação nas Olimpíadas e sempre tive o sonho de carregar a bandeira do meu país. Para mim, representar uma nação como o Brasil, que passa por dificuldades políticas e econômicas, é muito importante”, comemora o baiano de Camamu, que foi adotado aos oito meses por um casal que o levou para Santo André, no ABC Paulista, onde vive até hoje.
Em Salt Lake City 2002, Edson fez sua estreia olímpica como pusher da equipe nacional de bobslead e, em Turim 2006, competiu como breakman. Em Sóchi 2014 debutou como piloto do time de bobslead, que em PyeongChang será composto também por Odirlei Pessoni, Rafael Souza, Edson Martins e Erick Vianna. “Fui atleta de decatlo e assistente técnico do Nelson Miranda na época em que ele trabalhava com a Fabiana Murer e conquistou o Mundial de Salto com Vara. Também ajudei em alguns treinos de salto com vara na formação do Thiago Braz. Dois anos atrás, saí da carreira de técnico de salto com vara para poder me dedicar exclusivamente aos Jogos Olímpicos de PyeongChang. Mas continuo como personal trainer no período em que estou no Brasil”, explica Edson, que treina no Clube Atlético Aramaçan, em Santo André, e no Núcleo de Alto Rendimento Esportivo, na capital paulista.
Esporte de Fato – Como se iniciou no bobslead?
Edson Bindilatti – Foi no fim de 1999, por meio de um convite do antigo presidente da CBDG. Ele já morava nos Estados Unidos e queria montar uma equipe brasileira, após ver outros times recrutarem competidores do atletismo por conta da velocidade e força muscular. Ele viu meus resultados no atletismo, gostou e me convidou. Eu não sabia como era o esporte, assisti ao filme “Jamaica Abaixo de Zero” e gostei. Entrei de cara e estou aqui até hoje!
Esporte de Fato – Como avalia as possibilidades do bobslead brasileiro nos Jogos Olímpicos PyeongChang 2018?
Edson Bindilatti – Estamos com uma equipe bem treinada e um material muito bom. O que tinha para ser encontrado no mercado a CBDG conseguiu comprar e alugar. Sabemos como é difícil competir nos Jogos Olímpicos, enfrentando Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Letônia e outros países fortes, mas queremos fazer o nosso melhor. Se estivermos entre os 20 primeiros, já é um resultado histórico para o Brasil. É claro que queremos um resultado até melhor do que esse, mas não depende só da gente. Há outros fatores que influenciam, como o dia da competição, o clima, as lâminas, etc. É difícil, mas não impossível. Temos possibilidades de fazer um grande resultado.
Esporte de Fato – Como é ser atleta de ponta em uma modalidade tão desconhecida no seu país?
Edson Bindilatti – Para mim, o importante é poder competir em igualdade de condições com os melhores atletas do mundo. Fomos bicampeões da Copa América, o que mostra que a gente evoluiu. Hoje o bobsled brasileiro é respeitado lá fora. Isso me deixa orgulhoso e feliz porque mostra que estamos fazendo um bom trabalho. A CBDG também faz um bom trabalho e o COB acredita em nosso potencial. Acho que a modalidade ser mais conhecida por aqui será consequência dos bons resultados. Estamos trabalhando para que isso aconteça o mais rápido possível.
Esporte de Fato – Como o bobslead pode se desenvolver como esporte no Brasil?
Edson Bindilatti – Na verdade a gente já vem fazendo isso. Hoje temos uma pista de push (arranque) em São Paulo e isso é meio caminho andado para achar novos atletas e começar o treinamento no Brasil. Temos parceria com o NAR (Núcleo de Alto Rendimento) em São Paulo, com o treinador José Moraes, encabeçado pelo Irineu Loturco, grande cientista. Ou seja, temos todos os subsídios para desenvolver um atleta em nível mundial. Estamos começando agora o trabalho de desenvolvimento da modalidade e acredito que na próxima edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, em 2022, já teremos um excelente time. Estamos com um projeto de fazer uma pista de push em São Caetano. Já conseguimos o local e estamos atrás de recursos para construir essa pista e ter mais um local para formar novos atletas.
Esporte de Fato – Muitos atletas brasileiros sofrem com a falta de patrocínios. O bobslead tem patrocinadores?
Edson Bindilatti – Os patrocinadores sumiram, até pela crise que o país está vivendo. Hoje temos um suporte da CBDG no quesito viagem, alimentação e estadia. Mas também sabemos que é necessário mais. A maioria dos atletas tem famílias, a minha esposa mesmo trabalha e ajuda no que dá. Eu sou personal trainer no Brasil, mas quando viajo para competições eu não recebo. Tenho bolsa-atleta que ajuda bastante: pode até demorar um pouco para cair o pagamento durante a renovação, mas quem é contemplado sabe que receberá os doze meses. E isso ajuda muito. Se não fosse o bolsa-atleta, o esporte no Brasil já teria morrido.
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