Cair e levantar: confira entrevista com o judoca Victor Penalber

Cair e levantar: confira entrevista com o judoca Victor Penalber

Mais experiente depois dos Jogos Rio 2016, o carioca Victor Penalber se prepara para o novo ciclo olímpico

por Luiz Humberto Monteiro Pereira | humberto@esportedefato.com.br

Um dos principais destaques do Brasil no ciclo olímpico entre Londres 2012 e a Rio 2016, o carioca Victor Penalber chegou às Olimpíadas do Rio de Janeiro como a principal aposta de pódio da seleção brasileira masculina de judô. Vinha embalado pela conquista da medalha de bronze na categoria até 81 kg no Mundial de Astana, em 2015, e competia em casa, onde recebeu um vigoroso apoio da torcida local. Apesar disso tudo, deu adeus à competição nas oitavas de final, ao perder por ippon para o moldavo Sergiu Toma, representante dos Emirados Árabes Unidos. “Certamente poderia ir mais além. Estava bem treinado, e com muita vontade de chegar. Infelizmente não foi possível. O judô é isso, num segundo, a luta muda, e às vezes não dá tempo de se recuperar e correr atrás de virar o placar”, explica.

Mas a derrota precoce em casa não foi o momento mais duro da vida do atleta. Em 2008, durante a disputa do Mundial por Equipes em Tóquio, seu exame anti-doping detectou a presença da subtância furosemida. E ele foi punido com suspensão das competições por dois anos. “Infelizmente tomei um remédio sem verificar a fórmula. Pura imaturidade. Serviu para amadurecimento e crescimento, ficou lá no passado. Procurei me manter sempre perto dos tatames, ajudando minha irmã e meus amigos. O apoio da família, dos amigos e de quem me quer bem realmente foi fundamental para dar a volta por cima”, explica o atleta do Instituto Reação, que aos 27 anos se prepara para encarar um novo ciclo, rumo aos Jogos Tóquio 2020. “Meu o objetivo é chegar bem em Tóquio”, avisa o judoca que, no ano passado, teve como melhores resultados a medalha de bronze no Grand Prix de Cancún e a medalha de ouro no Grand Prix de Tbilisi.


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Esporte de Fato – Como se aproximou do judô?

Victor Penalber – Meus pais sempre acharam importante, além do estudo, manter o dia ocupado com outras atividades. Colocaram minhas irmãs e eu para a prática de esportes num clube perto de onde morávamos, na Tijuca. Dentre eles, estava o judô. Pratico desde os quatro anos de idade. Aos nove, fui campeão brasileiro e aos 11, campeão pan-americano. Daí em diante, as coisas foram acontecendo de forma natural. Fui ganhando campeonatos importantes, e conquistando meu espaço, integrando a seleção brasileira desde a base.

Esporte de Fato – Como é a sua rotina de treinamentos?

Victor Penalber – Treino de segunda a sábado. Tenho treinos físicos e técnicos, psicólogo e fisioterapia. Meu dia é bem corrido. Procuro me organizar para fazer tudo em lugares próximos, mas nem sempre é possível. Às vezes tenho que estar em diferentes lugares num curto espaço de tempo.

Esporte de Fato – Qual foram seus momentos mais emocionantes, dentro do esporte?

Victor Penalber – O Grand Slam do Rio de Janeiro em 2012, quando voltei a competir e venci numa final emocionante contra o americano Travis Stevens, aqui mesmo, em Niterói, com vários amigos e familiares assistindo. Realmente foi um dia inesquecível. O bronze no Mundial de Astana, em 2015, também foi bem emocionante. Sou heptacampeão pan-americano de judô. Também fui bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, e campeão no Mundial Militar, em 2013.

Esporte de Fato – Praticantes de lutas muitas vezes enfrentam verdadeiras batalhas para se manter dentro do peso máximo de suas categorias. Você enfrenta esse tipo de dificuldade?

Victor Penalber – Às vezes sim, mas nada muito radical. Os profissionais que trabalham comigo, e eu mesmo, procuramos fazer este controle para que não seja tão sacrificante.

Esporte de Fato – Quais são suas expectativas para os Jogos de Tóquio, em 2020?

Victor Penalber – Tem muita gente boa chegando aí nesse novo ciclo. Vou trabalhar duro para chegar. Ainda é cedo. Mas o objetivo é estar bem preparado e disputar novamente as Olimpíadas.

Esporte de Fato – Fora o esporte, como é sua rotina?

Victor Penalber – Meu foco é terminar a faculdade de Educação Física. Em função de viagens e treinamentos, o curso ficou todo “quebrado”, mas é muito importante terminar a faculdade. Às vezes é um pouco complicado, tenho que correr atrás das matérias que perdi enquanto viajava para competir. Fora isso, vida normal. Família, amigos, churrasco, futebol, praia, etc.

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Foto em destaque: Judoca carioca Victor Penalber – Foto: Divulgação



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