Sede da Telexfree nos EUA está sob investigação

Sede da Telexfree nos EUA está sob investigação

Apontada como eixo de operação do negócio, unidade é alvo de autoridades de Massachusetts

Carlos Costa, diretor de marketing da Telexfree, anuncia recuperação judicial da empresa, em 20 de setembro de 2013. Foto: Reprodução
Carlos Costa, diretor de marketing da Telexfree, anuncia recuperação judicial da empresa, em 20 de setembro de 2013. Foto: Reprodução

A sede da Telexfree em Massachusetts, Estados Unidos, está sob investigação do governo local. A unidade é apontada como o eixo pelo qual o negócio é operado, o que permitiu continuar a ser acessível a residentes no Brasil, onde a Justiça determinou o bloqueio da atividades por suspeita de pirâmide financeira. A empresa americana é também responsável pelo patrocínio ao clube Botafogo de Futebol e Regatas, do Rio de Janeiro.

A Telexfree, INC. foi criada na cidade de Marlborough em 2002 pelo brasileiro Carlos Wanzeler e pelo americano James Matthew Merrill. Eles trouxeram o negócio para o Brasil em 2010, por meio da Ympactus Comercial, com sede em Vitória, e alvo do bloqueio judicial. Aqui, atraíram cerca de 1 milhão de pessoas, segundo estimativas do Ministério Público do Acre (MP-AC).

As investigações nos EUA são realizadas pelo escritório do Secretário de Estado da Comunidade de Massachusetts, William F. Galvin. O órgão tem o poder para bloquear atividades comerciais no Estado, e subsidiar apuração federais.


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Em novembro, Galvin proibiu a atuação de um negócio que prometia lucros elevados por meio do marketing multinível de serviços virtuais, à semelhança do que faz a Telexfree.

As investigações americanas estão em andamento pelo menos desde março de 2013, segundo a reportagem apurou, mas vinham sendo mantidas sob sigilo. A primeira confirmação oficial foi feita na sexta-feira (28) por Brian McNiff, diretor de Comunicação do Secretário de Estado a um blog dos EUA sobre pirâmides financeiras.

Mcniff confirmou a existência de uma investigação sobre a empresa, mas não comentou quando ela teve início nem se alguém da empresa será ouvido.

“Nós temos a política de não comentar casos em andamento”, disse.  “Qualquer ação que for tomada aqui chega ao conhecimento de outras jurisdições [governos estaduais e federal]”, afirmou, sobre o  possível impacto de investigações em Massachusetts.

A reportagem procurou três advogados da empresa no Brasil e um nos EUA, mas não obteve nenhum comentário imediatamente. Em outras ocasiões, representantes da empresa negaram irregularidades. Um assessor do Botafogo também não retornou o recado deixado em seu celular.

Empresa americana

A Telexfree informa atuar no mercado de telefonia VoIP por meio do sistema de marketing multinível, um modelo de varejo legal em que representantes autônomos ganham ao trazer mais representantes para a rede.

Para o Ministério Público do Acre (MP-AC), entretanto, o negócio usa as taxas de adesão de quem entrou depois para remunerar quem entrou antes, num esquema típico de pirâmide financeira.

Em junho de 2013, a 2ª Vara Cível de Rio Branco determinou o congelamento das contas da Ympactus – braço do negócio no Brasil – e de Wanzeler, Merrill e Carlos Costa, apontado como diretor de marketing e sócio da empresa. Também foram bloqueados novos cadastros de residentes no País, embora isso ainda  fosse possível, como o iG mostrou.

Os responsáveis pelo negócio, então, passaram a tentar migrar os associados brasileiros para a Telexfree americana, como é chamada – a proposta foi feita ao MP –AC, mas rejeitada. A empresa firmou um acordo com o E-Wallet, sistema de pagamentos via internet que, segundo os divulgadores, ainda permite o recebimento do dinheiro no Brasil.

Fonte: economia.ig.com.br



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