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Grupo Sambô contagia o público em Orlando
MAR/15 – pág. 72
Os músicos têm estilo diferenciado. Uma mistura perfeita entre o rock e o samba, proporcionando um show inesquecível
O encontro casual entre músicos de Ribeirão Preto (SP) aconteceu durante o aniversário de um amigo, isso há 9 anos. Ali, reunidos, os sambistas faziam pagode de mesa quando alguém sugeriu que tocassem rock roll, músicas de Raul Seixas ou da banda Led Zeppelin. Os rapazes não tinham guitarras, mas resolveram adaptar os instrumentos de samba ao rock. Imagine você ouvir Led Zeppelin em ritmo de samba. Deu certo. Todos na festa gostaram. Naquela noite nascia o Sambô, grupo musical de rock-samba que é sucesso no Brasil. Interpretaram “Toda Forma de Amor”, de Lulu Santos, tema de abertura da novela “Sangue Bom”, na Globo. Com três Cds gravados e dois DVDs, eles estão lançando o CD “Em Estúdio e em Cores”, tendo se apresentado em Houston, no Texas, Los Angeles e San Francisco, levando alegria e descontração aos seus admiradores.
O encontro com os músicos do Sambô aconteceu em Orlando, em entrevista exclusiva ao Jornal Nossa Gente. O vocalista e percussionista, San, que pediu para ser chamado de Sandami, falou trajetória que nasceu de forma inesperada, mas com um diferencial: tocar clássicos do rock na cadência do samba. A mistura agradou o público, mas deixou os críticos exaltados, afinal, tamanha ousadia partiu de um grupo de rapazes que exalta Janis Joplin ou Adoniram Barbosa com a mesma distinção. “A revista Veja online colocou a nossa matéria em uma página de humor. E quem fez a crítica -depreciativa -, nunca foi ano nosso show”, rebate Sandami. “Não pôde presenciar a alegria que proporcionamos ao público. A crítica tem uma linha a seguir e não olha para os lados. Críticos são puristas. O importante é respeitar o público. A gente ingere e depois vomita este tipo comentário”, complementa.
No palco o Sambô é contagiante. Consegue levantar o público, proporcionando um espetáculo musical de qualidade, inesquecível. E nada mais agradável ouvir sambas consagrados com os clássicos do rock. Um passeio pela história musical, de forma vibrante e saudosista. Entre as mais pedidas estão “Mercedes Benz”, de Janis Joplin, “Rock and roll”, do Led Zeppelin, e até “I feel good”, do padrinho do soul James Brown. E quando perguntado sobre a origem do nome Sambô, o vocalista disse que todos no grupo tiveram parte na escolha. “Depois daquele momento inusitado, no aniversário do nosso amigo em Ribeirão, decidimos montar o grupo, mas precisava de um nome especial, diferente. A gente se reuniu durante horas até que surgiu o Sambô. Todos aprovaram”, lembra.
Quanto a turnê nos Estados Unidos, Samdami disse que a princípio ficou apreensivo, pois não sabia o que poderia acontecer. “É a primeira vez que saímos do Brasil para uma turnê internacional. Muita responsabilidade, mas graças a Deus está indo muito bem. O show no Texas foi um sucesso e a dose se repetiu em Los Angeles e em San Francisco. A plateia vibra e para nós é gratificante”, fala com entusiasmo. O show do Sambô segue para Nova York onde se apresentará em algumas cidades, incluindo Newark, em New Jersey.
Sobre a Comunidade brasileira o músico disse estar surpreendido com o carinho dos emigrantes. “São Pessoas geniais, que têm depositado confiança no nosso trabalho. Nem parece que estamos fora do Brasil. Eu, por exemplo, nem precisei gastar o meu inglês (brinca)”.
Sambô – formação: Daniel San – Sandami (voz e percussão), Sudu Lisi (bateria), Zé da Paz (pandeiro), Ricardo Gama (teclado e vocal de apoio) e Júlio Fejuca (guitarra, banjo, cavaquinho e vocal de apoio).
Walther Alvarenga