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Embalagens de alimentos vão sofrer a maior alteração em 20 anos nos EUA
O governo americano quer facilitar a leitura e o entendimento dos rótulos nutricionais das embalagens para ajudar os americanos a fazer escolhas mais saudáveis na hora de se alimentar. O anúncio foi feito pela primeira-dama, Michelle Obama, a porta-voz de iniciativas saudáveis da administração. Para ela, os rótulos atuais são muito difíceis de serem decifrados.
Raquel Krähenbühl, correspondente em Washington
Entre as principais alterações, o valor calórico deve aparecer maior e mais ressaltado, o açúcar deve ter mais destaque, e o tamanho das porções deve aumentar. Tudo para representar melhor como e o que os americanos comem, além de apontar o que deveriam estar comendo. As atualizações devem refletir os novos dados científicos sobre a relação entre dieta e doenças crônicas, como a obesidade.
Ao anunciar as mudanças, Michelle afirmou que agora “os pais serão capazes de ir ao supermercado, pegar um produto e entender se ele é bom ou não pra sua família”. O público vai ter 90 dias para comentar as mudanças antes do rótulo final ser desenvolvido e os fabricantes vão ter dois anos para aplicar as alterações, que devem custar cerca de US$ 2 bilhões.
Um valor pequeno se comparado com o custo da obesidade aos cofres públicos – todos os anos o custo médico é de quase US$150 bilhões. Mais de um terço da população americana (35,7%) é obesa.
Bom exemplo
Na tentativa de reverter esse problema para a saúde pública, a primeira-dama vem priorizando o combate à obesidade infantil – já que as crianças obesas são cinco vezes mais propensas a serem obesas e desenvolverem doenças ligadas à obesidade na vida adulta.
Por isso, desde 2010, através do programa “Let’s Move”, Michelle vem trabalhando com governos, comunidades, setor privado, escolas e pais para estimular as crianças a terem hábitos mais saudáveis – se exercitarem mais e comerem melhor. Nessa semana, por exemplo, ela anunciou novas regras proibindo a propaganda de comida processada e refrigerante nas escolas.
Todos esses esforços somados a outras mudanças de hábitos dos americanos podem explicar a primeira queda em décadas da obesidade entre crianças de baixa renda em 19 estados, além do declínio surpreendente de 43% da obesidade entre crianças de 2 a 5 anos na última década.
Fonte: RFI