Quem leu a minha primeira coluna (veja aqui) já entendeu que sim, tive que me reinventar quando cheguei aqui nos Estados Unidos.
Não comecei a trabalhar assim que cheguei.
Me casei e logo dei entrada no processo de green card. O meu processo todo levou 1 ano e meio. E durante esse processo, segui à risca as regras impostas pela imigração: só comecei a trabalhar e a dirigir assim que eles me enviaram a permissão de trabalho e o número do seguro social, o que me possibilitou obter a licença de motorista.
Então meu marido me olhou nos olhos, feliz da vida, e disse: “pronto, agora você pode procurar um emprego, né?”
É. Podia.
Foi nesse momento que eu realmente parei para pensar realmente nessa situação. Que emprego? O que eu ia fazer? Fui dentista a vida toda. Os meus únicos trabalhos fora a odontologia foram lecionar ballet clássico na adolescência, e inglês (não há obviamente muito campo para o ensino do inglês aqui no Iowa).
Pânico. Eu não tinha IDÉIA do que eu ia fazer.
Coloquei meu currículo na rede e um famoso consultório de Ortodontia da região entrou em contato comigo, para a vaga de auxiliar. Fiquei realmente empolgada com a idéia de trabalhar na minha área, mesmo que não como a “doutora”.
A idéia parecia fantástica… mas a realidade não correspondeu. Foram dois anos realmente difíceis. Eu me sentia num “limbo” no consultório. Não pertencia à sala dos “doutores”, mas também não pertencia ao grupo das auxiliares (que conheciam a minha história). Ao fim desses dois anos eu me sentia cansada e não realizada. Pessoalmente ou profissionalmente falando.
Foi quando a pandemia chegou. O consultório fechou por dois meses. E foi essa distância que me fez ver claramente que eu não queria estar lá de volta.
E se não era lá onde eu iria trabalhar, onde era?
É essa decisão que vou contar pra vocês na próxima coluna. Espero vocês!
E aproveito para convidá-los a acompanhar essa minha jornada nas minhas redes sociais:
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