A superstição, em última análise, reflete o quanto as pessoas valorizavam –ainda valorizam – a crença de que é preciso ter cuidado com hábitos que possam trazer má sorte. É sexta-feira 13, você é supersticioso?
Da Redação
Para muitas pessoas – diria supersticiosas –, a sexta-feira 13 é data para se ter o máximo de cuidado, principalmente quando crenças tão arraigadas nas sociedades modernas em todo mundo criam o mito do azar. Nos EUA, por exemplo, é um dia misterioso, com potencial para trazer má sorte e ocorrências inexplicáveis – vale lembrar os tantos filmes produzidos por Hollywood protagonizados na sexta-feira 13, a grande vilã de acontecimentos bizarros.
De qualquer forma, superstições mais comuns são evitadas a todo custo; desviar do gato preto ou não passar debaixo de escadas. Espelho quebrado dá sete anos de azar?
Michael Bailey, professor de história da “Iowa State University”, especializado nas origens das superstições, disse em entrevista que desde que Jesus foi crucificado em uma sexta-feira, o dia tem sido associado a “mau presságio geral”. Afirmou ainda que se acredita que 13 convidados tenham participado da Última Ceia na noite anterior à morte de Jesus e que o discípulo que traiu Jesus foi o 13º convidado.
Enquanto os mais céticos encaram a sexta-feira 13 como um dia normal, usando a expressão “sextou”, sem recorrer a crenças ou superstições, há um contingente de pessoas que evita certos costumes, temendo que algo possa dar errado nesta data fatídica, envolta de mistérios. Para esses cidadãos, o melhor é não abusar e seguir as regras à risca, mesmo que isso pareça ilógico em pleno 2022, quando o turismo espacial é uma realidade, e fala-se da invasão de Óvnis à Terra.
Mas por que não andamos debaixo de escadas? Por que, depois de expressar otimismo, batemos na madeira? Por que as pessoas não religiosas pedem que “Deus abençoe” um espirro? E por que evitar a todo custo abrir um guarda-chuva dentro de casa? Superstições comuns que herdamos de nossos antepassados. Algumas pessoas têm medo do dia real em que a sexta-feira cai no 13º dia de um mês.
Espelho quebrado dá azar?
Espelho quebrado dá sete anos de azar? Fala-se que na Grécia antiga, era comum que as pessoas consultassem “videntes de espelho”, que diziam suas fortunas através da análise de suas reflexões. A adivinhação era realizada por meio de água e um espelho. Isto era chamado catoptromancia. O espelho era mergulhado na água e uma pessoa doente era convidada a olhar para o copo. Se sua imagem aparecia distorcida, ela corria o risco de morrer; se clara, ela viveria.
Outro ponto é que, derramar sal tem sido considerado azar por milhares de anos. Cerca de 3.500 a.C., os sumérios antigos anulavam a má sorte de derramar sal jogando uma pitada sobre seus ombros esquerdos. Este ritual se espalhou para os egípcios, os assírios e, mais tarde, os gregos.
A superstição, em última análise, reflete o quanto as pessoas valorizavam –ainda valorizam – a crença de que é preciso ter cuidado com hábitos que possam trazer má sorte. Em um mundo de mecanização e desumanização – quando nos deparamos com guerra na Ucrânia, além da pandemia e tantos outros acontecimentos –, o medo pela sexta-feira 13 ainda persiste. E você, leitor, é supersticioso?