Orçamento dos EUA tem de ser votado até meia-noite desta segunda

Orçamento dos EUA tem de ser votado até meia-noite desta segunda

Se Senado rejeitar, governo pode cortar despesas não essenciais. Salários seriam congelados e emissão de passaportes atrasaria.

A maioria republicana na Câmara Baixa aprovou um projeto para financiar o Estado até 15 de dezembro. Foto: Alex Wong/Getty Images North America/AFP Photo
A maioria republicana na Câmara Baixa aprovou um projeto para financiar o Estado até 15 de dezembro. Foto: Alex Wong/Getty Images North America/AFP Photo

O Congresso dos Estados Unidos tem de votar até a meia-noite desta segunda-feira (30) – quando termina o ano fiscal de 2013 – um plano orçamentário que evitaria um “fechamento temporário” do governo federal amanhã (1º). Se não houver um acordo, os salários de cerca de 800 mil funcionários serão congelados temporariamente, Parques Nacionais mantidos pelo governo ficarão fechados e a emissão de passaportes e vistos registrará atrasos.

Esse impasse deve seguir causando mais estresse nos mercados financeiros. No Brasil, o dólar fechou em alta no último pregão da semana passado, afetado por temores sobre um possível calote da dívida dos Estados Unidos.

Na madrugada de sábado para domingo (29), a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil, aprovou o projeto de lei, que, por outro lado, atrasa em um ano a entrada em vigor da reforma da saúde, chamada de “Obamacare”, dois dias antes que comece a ser aplicada uma parte essencial dessa lei: a oferta de seguro médico para todos os americanos — algo que o Senado e a Casa Branca já advertiram que não aceitarão.


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A medida aprovada na Câmara acrescenta duas emendas à proposta de lei aprovada na sexta-feira pelo Senado, e manteria o financiamento para o governo Federal até o próximo dia 15 de dezembro, um mês mais do que o previsto no projeto da Câmara Alta.

Uma das emendas é a da Saúde, que deve ser rejeitada pelo Senado. A outra elimina um imposto de 2,3% nos dispositivos médicos e foi posta em vigor por causa da própria reforma da saúde, algo ao qual a Casa Branca e os democratas do Senado se opõem.

“A Câmara voltou a adotar um plano que reflete o desejo dos norte-americanos de manter a operacionalidade do governo e colocar um freio à lei da saúde impulsionada pelo presidente”, disse o líder republicano da Câmara dos Representantes, John Boehner.

“Cabe ao Senado adotar este texto sem demoras para impedir o fechamento do Estado”, acrescentou.

O projeto, que devido às suas modificações deve retornar ao Senado, será rejeitado, segundo seu líder Harry Reid.

A Casa Branca também já anunciou que Obama vetaria o texto da Câmara Baixa caso fosse aprovado.

Primeira paralisia desde 96
Seria a primeira paralisia do Estado desde janeiro de 1996, quando o democrata Bill Clinton presidia o país.

Entrevistado este domingo pela rede ABC, o ex-presidente recomendou a Obama “não negociar com os cortes dos gastos” que seus rivais republicanos querem que seja aplicado. Para ele, “isso tiraria o pão da boca dos trabalhadores de baixa renda, enquanto seriam mantidos os subsídios aos agricultores de alta renda”.

“Em um certo momento, é preciso saber dizer ‘não’ e ter esperança de que exista uma base para um acordo”, destacou Clinton.

Já o senador Rand Paul, do movimento ultraconservador Tea Party, afirmou à CBS este domingo que “o presidente (Obama) é que está disposto a deixar que seu governo feche se não derem tudo para o ‘Obamacare”. ‘É um sinal de intransigência e falta de vontade e compromisso”, insistiu.

Aprovada em 2010 e aprovada pela Suprema Corte de Justiça em 2012, a lei sobre a saúde, chamada “Obamacare”, concede cobertura de saúde a milhões de norte-americanos.

Os republicanos se opõem à obrigação legal para todos os norte-americanos de contar com um seguro de saúde a partir do dia 1º de janeiro.

“Realmente acredito que ‘Obamacare’ será a primeira etapa de uma transformação quase irreversível dos Estados Unidos rumo a uma economia socialista”, considerou mais cedo Trent Franks, legislador do Tea Party.

Fonte: g1.globo.com (Da France Presse)



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