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Churrasco, tendas e amigos. Torcida brasileira adere ao tailgate party
AGO/2015 – pág. 08 e 09
Nos jogos do Orlando City a festa brasileira também acontece do lado de fora do estádio, reunindo grupos de amigos e familiares. O “Jornal Nossa Gente” foi ao “Citrus Bowl Stadium”, em Orlando, para conferir de perto esta façanha
Ao estilo dos torcedores americanos, que levam tendas, mesas, churrasqueiras, cadeiras e todos os objetos usados em um churrasco para montar horas antes do confronto esportivo, (costume conhecido como tailgate party) a torcida brasileira vem se destacando do lado de fora dos estádios. E nos jogos do Orlando City, por exemplo, a festa brasileira tem visibilidade, com churrasco, música, famílias e amigos reunidos, além da descontração que é inimitável. E onde tem brasileiros, evidentemente tem comemoração. A equipe do “Jornal Nossa Gente” foi ao estádio do “Citrus Bowl Stadium”, em Orlando, em um domingo de sol intenso, duas horas antes do jogo do Orlando City para conferir de perto essa mania que deu certo.
E caminhando no entorno do “Citrus Bowl”, seguindo em meio às tendas, envoltas de cadeiras de praia, churrasqueira, som alto e torcida americana animada, os espaços brasileiros também eram demarcados por grupos vibrantes, vestindo a camisa lilás – cor do Orlando City -, na mais perfeita harmonia, regada a uma boa conversa e músicas brasileiras, claro. Times improvisados por crianças, realizavam peladas, acompanhadas pelos adultos. O empresário Nelson Ramos, ao lado de Nelson Ramos Jr., junto da esposa e dos demais familiares, comandava a churrasqueira. O líder de grupo, com cerca de 80 pessoas, incluindo amigos convidados – em sua maioria trajando a camisa 10 do meia Kaká – , mostrava-se descontraído e pronto para torcer pelo time do coração.
“Desde o primeiro jogo do Orlando City que venho ao estádio para prestigiar a equipe. Há dois anos que participo desta festa, que marca o encontro dos brasileiros no estádio, e é uma forma de incentivar o time que tem o apoio de nossa Comunidade. O Kaká é um grande jogador e merece o nosso incentivo”, relata o empresário Nelson Ramos, proprietário da churrascaria Boi Brazil em Orlando. “Nos jogos do Orlando City reúno a família e os amigos e nos locomovemos para o estádio. Antes do jogo montamos a nossa tenda e fazemos o nosso churrasco, depois vamos para as arquibancadas torcer, empunhar as nossas bandeiras. Normalmente voltamos a tenda e preparamos outro churrasco depois do jogo”, acrescenta animado.
A torcedora Fernanda Freitas, de São Paulo, disse que vai ao estádio nos Estados Unidos porque encontra segurança. “A gente vem para o estádio sem medo, ao contrário do Brasil onde as torcidas se confrontam e causam transtornos. Adoro futebol e torço pelo São Paulo, torço pelo Kaká e já o acompanhava desde que ele jogava no Tricolor. Saio de casa sem receio de que alguém possa me abordar, quebrar o vidro do carro e roubar o meu relógio. O estilo americano no estádio é organizado e seguro. O medo da violência no Brasil impede que a gente vá aos estádios porque torna-se muito perigoso, principalmente para nós mulheres”, alerta.
Já o torcedor Fábio Azevedo, acompanhado de Carol Guedes, disse é um admirador do jogador Kaká e que o craque trouxe fôlego para o time do Orlando City. “O Kaká é um atleta maravilhoso, que levou o nome do Brasil para o mundo e merece o nosso apoio. Vale a pena vir para o estádio torcer por ele e pela equipe”, enfatiza com entusiasmo. Ele disse que no Brasil torce pelo Flamengo e que Carol é corintiana.
As amigas e torcedoras, Rose e Yolanda, do Rio de Janeiro, estavam animadas, vestindo a camisa do Orlando City, segurando as bandeiras do clube. Para ambas, ir ao estádio torcer é fundamental, entretanto, no Brasil tinham se afastado dos estádios devido ao índice alarmante da violência entre as torcidas. “Infelizmente não dá para ir ao estádio no Brasil. Fico muito insegura. Adoro futebol e, inclusive, em 92, assisti ao jogo do Brasil e Uruguai, na Copa América, no Estádio Maracanã, que estava lotado. Tinha 130 mil pessoas gritando, imagine”, lembra Yolanda. “E foi nessa partida que o Romário fez um gol sensacional para o Brasil e o estádio foi à loucura”, sorri com saudosismo.
Nicholas Santos, que atua no setor de Turismo do Orlando City, na operação de marketing e vendas de ingressos, disse que o público alvo é o americano, também contando com os brasileiros. Filho de Denise Santos e Auleyr Santos – ela de São Paulo e ele de Governador Valadares -, Nicholas é o único brasileiro trabalhando no Departamento de Turismo do clube, responsável em contatar os americanos, incentivando-os a irem ao estádio prestigiar o Orlando City. E o índice de torcedores americanos que vestem a camisa da equipe é expressivo. “O americano tem mostrado interesse no Orlando City, comparecendo em grande número nos jogos. Isso é extremamente importante para o time”, acrescentou Nicholas.
O churrasco, a boa música brasileira integravam-se à animação dos torcedores americanos que também comemoravam do lado de fora do estádio. Todos tinham um propósito em comum: adentrar ao estádio para torcer pelo Orlando City. O curioso é que a camisa 10 de Kaká era quase que unânime na preferência da torcida. Por todos os lados via-se o nome do craque estampado às costas da torcida. Crianças e adultos comungavam do mesmo ideal: torcer pelo ídolo brasileiro que conquistou os campos na Europa. E mesmo com o sol intenso e a temperatura elevadíssima, as pessoas não se importavam, pois aguardam o momento para extravasar o grito de gol. E meia hora antes do Orlando City entrar no gramado o estádio “Citrus Bowl” estava lotado. Cerca de 30 mil torcedores vibravam nas arquibancadas, empunhavam as bandeiras do time. E foi uma tarde de vitória.
Walther Alvarenga