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Se gritar “pega ladrão” como é que fica?
SET/2016 – pág. 03
As turbulências políticas e econômicas no Brasil ainda são motivos de preocupação para os brasileiros, embora o Governo Temer adotou métodos do “estica e vai”, tentando driblar o engodo gerado pela era maldita do petismo. Em contrapartida, o âmbito político nos Estados Unidos, na reta final para as eleições presidenciais, é incerto o que deixa o eleitor na corda bamba mediante ao egocentrismo do candidato do Partido Republicano à presidência, Donald Trump, e a suposta fragilidade física de sua adversária, Hillary Clinton, candidata do Partido Democrata, diagnosticada com pneumonia. Mas o que tudo isso representa? Na questão brasileira, a certeza de que a turbulência ainda não passou, mesmo com o impeachment de Dilma Roussef (PT) – agora ex-presidente -, e da cassação do até então todo poderoso e manipulador, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB). Quando ao panorama americano, longe supor uma derrota dos Democratas, o que resultaria no retrocesso da luta pela legalização dos cerca de 11 milhões de indocumentados, abrindo precedentes perigosos no relacionamento do país em algumas esferas do mundo político.
O Brasil de Michel Temer enfrenta drásticos desafios, alavancando possibilidades para colocar o país nos trilhos, tendo em mãos batata quente com a recuperação da Economia, a reforma da Previdência e, o mais grave, conter a matilha de corruptos que continua agindo nos bastidores do poder. É a carapuça cantada no verso do samba do saudoso Bezerra da Silva: “Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”. Isso mesmo. A situação é tão grave que os chamados “bandidos do colarinho branco” aderiram à delação premiada – tentando livrar a própria cara -, diante do rigor da Operação Lava-Jato, comandada pelo juiz Sérgio Moro. O festival do entreguismo é repugnante, denunciando cifras milionárias em troca de favores escusos. Um tráfico de influências que lesou a Educação, a Saúde e o respeito ao voto de confiança do povo brasileiro. Não há escrúpulos na seara do banditismo político em nosso país.
Nos Estados Unidos, a presença do Presidente Barack Obama em defesa de Hilary Clinton é primordial, caso contrário, Trump poderá avançar um pouco mais, colocando em risco a campanha da ex- secretária de Estado, que se tornou bode expiatório quanto às condições físicas no embate pelo poder. Sabe-se, no entanto, que o candidato republicano não apresentou de fato suas reais condições de saúde. Até o momento, nenhum dos dois divulgou seu histórico de saúde detalhado, apenas breves declarações médicas. Clinton tem 68 anos e Trump, 70. É essencial que haja transparências, evitando supostas incertezas na conduta de ambos os representantes, para que o fato não afete a corrida à Casa Branca. Novembro está prestes e o tempo é agora.
Como pode entender o leitor, as questões políticas, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, passam por momentos delicados. As trincheiras do poder às vezes confundem – a velocidade dos acontecimentos é enigmática -, então é primordial ter o cuidado máximo na avaliação de prós e contras para um veredito convicto. E entre lobos e oportunistas, acredite, ainda temos a chance de enxergar à luz no fim do túnel.
Walther Alvarenga