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Rebater os crimes de ódio com gesto nobre de integralidade
Edição de março/2019 – p. 03
Rebater os crimes de ódio com gesto nobre de integralidade
Os ataques que aconteceram recentemente no Brasil e na Nova Zelândia, custaram à vida de inocentes, e expressam o crime de ódio – quando o agressor escolhe as suas vítimas –, que se propaga mundo afora, disseminando a xenofobia, homofobia e o revido mortal das vítimas de bullying. Nos últimos tempos temos assistido ao crescendo de uma onda de intolerância, impulsionada por alguns grupos específicos e os resultados têm sido desastrosos – diria repugnantes. A Declaração Universal dos Direitos Humanos assegurou a igualdade entre todos os indivíduos, mas o levante desordenado mira o seu alvo e o executa, sem o voto de misericórdia.
O Brasil vive um momento atípico, no qual o ódio se naturalizou e é, inclusive, utilizado como plataforma política. O episódio envolvendo Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, e G.T.M., de 17, que culminou em dez mortos, fez o país sangrar diante da barbárie ocorrida na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo. Os assassinos não pouparam a quem quer que fosse e se vingaram, cruelmente.
Vem à memória os crimes cometidos por Wellington Menezes de Oliveira, que matou doze adolescentes – alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, na periferia do Rio de Janeiro. Esse também foi o caso do Nikolas Cruz, de 19 anos, que promoveu um massacre na escola Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida, executando dezessete pessoas.
A aversão a muçulmanos trouxe tristes desdobramentos na Nova Zelândia, até então tido como o país com o menor índice de violência no mundo, mediante ao ato repulsivo do australiano Brenton Tarrant, de 28 anos, ao invadir mesquita em Christchurch, executando cinquenta seguidores.
É lamentável constatar que a forma de violência direcionada toma proporções avassaladoras e o inimigo inesperado está em todos os ângulos e situações, nos expondo ao perigo de cada dia. A temeridade ao deixar os nossos filhos na escola ou mesmo de estar com a família em algum ponto de lazer, acredite, é preocupante. Evidente que não podemos ignorar os mecanismos de segurança, entretanto, a imprevisibilidade nos alarma de alguma forma.
Em ao meio aos dissabores orquestrados pelos crimes de ódio, devemos nos ater a tudo e a todos. Fazer a nossa parte sendo pessoas melhores, solícitas, combatendo a intolerância. Ainda assim, com tanta discrepância e rebeldia, pode-se rebater o desafeto com o gesto nobre de integralidade.