MAR/14 – pág. 62
Na edição passada, falei dos “3Ks”: evitar – “criticar, queixar e controlar” para obter e manter boas relações. Embora esse conceito aplique-se a qualquer relação e a quase todos os momentos, quando se fala de filhos, gostaria de propor outra regrinha: a dos “3Rs,” isto é, para boa relação com nossos filhos. Nós precisamos cultivar uma relação onde não haja resistência exagerada ou os nossos filhos acabam sendo rebeldes.
Assim, “relação + resistência = rebeldia”.
É claro que as crianças e adolescentes vão resistir a muitas coisas, por exemplo: “Está na hora de apagar a televisão/computador/joguinho/telefone, porque é hora de dormir”. O nosso dever é lembrarmos regras saudáveis e justas e exigir o cumprimento delas.
Os “3Rs” servem para lembrar-nos que deve haver equilíbrio entre as nossas exigências e expectativas, bem como a qualidade da relação que desenvolvemos e desejamos ter com nossos filhos. É nossa obrigação explorarmos essas hipóteses, por exemplo, jogar com eles (o que eles querem e da forma que querem), informarmo-nos e demonstrarmos interesse pelos seus gostos, indagar e manter conversas sobre isso.
Mesmo que não gostemos, que não nos interesse, que não tenhamos tempo, temos que fazer esforço se queremos que os nossos filhos cooperem e queriam agradar-nos de forma feliz (em vez de obrigação). Se eles estão demasiadamente rebeldes, pode ser sinal de que há pouca conexão entre pai ou mãe/filho ou filha.
Há algum tempo, fui a Portugal e visitei Nazaré, um lugar muito bonito, onde aconteceu um recorde no tamanho das ondas: 100 pés! Enquanto eu falava com um conhecido, aficionado por surf (que tem tido problemas fora e dentro de casa), citamos o McNamara, surfista conhecido que se atreveu a surfar nessas ondas gigantes. Sugeri ao meu conhecido que mostrasse o vídeo do “YouTube” para a mãe, ele disse gritando: “Minha mãe não se interessa por essas coisas!”. Essa atitude deixou a mãe triste e corada.
Não deixe que isso aconteça a sua família. Use psicologia e explore temas que interessam aos seus filhos para que vocês possam, juntos, desenvolver momentos íntimos e significativos, que se traduzirão em participação e cooperação por parte de todos quando houver necessidade.
Para qualquer pergunta, comentário ou consulta, telefone ou envie e-mail.
Obrigada!
Rosario Ortigao, LMHC, MAC
Conselheira de Saúde Mental
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