Acordei, governei e já estou aqui! O poder de governar antes de liderar

COLUNA NOSSA GENTE || Desenvolvimento Humano na Gestão de Projetos  || Raquel Cadais Amorim

Era fim de noite, todos dormiam. No sofá, exausta, rolava o Instagram sem pensar até que uma frase me parou: “Acordei, governei e já estou aqui.” Simples. Poderosa. Transformadora. Por si só, já teria me encontrado em um lugar sensível; mas, ao ver quem havia postado, tudo tomou outra dimensão. Era uma jovem advogada e empresária, pastora, esposa, mãe de dois bebês de aproximadamente um e três anos. Ela havia escrito aquilo logo pela manhã, sentada em uma bancada de podcast para uma entrevista.

Aquela frase traduzia, de forma prática e humana, o que os dicionários descrevem. Governar é o ato de conduzir, dirigir, administrar algo. Pode ser um país, uma empresa, um projeto ou até a própria vida. E quando essa ação se organiza em valores, processos e responsabilidades, chamamos de G]overnança. Ou seja: governar é a ação, governança é o sistema que a sustenta. No corre-corre de quem precisa administrar família, carreira, ministério e ainda ter voz ativa, aquela jovem resumiu em três palavras o que significa governar.


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Naquele instante, percebi que a frase dela poderia estar em qualquer manual de gestão. Porque governança não acontece apenas em conselhos de administração ou em reuniões de diretoria. Ela começa no dia a dia, no governar a si mesmo: acordar, organizar, escolher prioridades, lidar com imprevistos e ainda estar presente no que importa.

Quando falamos de projetos, muitas vezes restringimos governança a normas e compliance (fazer as coisas do jeito certo, dentro da lei e das regras combinadas). Claro, isso é essencial. Mas a parte mais invisível e a mais poderosa da governança está no humano: como as pessoas se comunicam, assumem responsabilidades, colaboram e sustentam valores em meio à pressão.

Desenvolver pessoas é parte da governança. Não basta definir prazos e processos; é preciso cultivar ética, transparência, maturidade emocional. Isso inclui:

• Papéis Claros: não só quem faz a tarefa, mas quem apoia, quem comunica, quem media.

• Feedback contínuo: abrir espaço para ouvir e ajustar o rumo.

• Competências socioemocionais: empatia, resiliência, comunicação não violenta.

• Gestão de mudanças: apoiar as pessoas quando o projeto muda de direção.

Essa dimensão humana reduz riscos invisíveis, como a desmotivação, conflitos e retrabalho, e fortalece a eficiência colaborativa.

Projetos que integram governança humana tendem a ser mais sustentáveis e coerentes. Equipes engajadas permanecem, clientes confiam mais, entregas são consistentes. Em vez de depender apenas de controles e relatórios, a confiança se torna o maior mecanismo de governança.

Naquele fim de noite, uma frase em uma tela iluminada me lembrou algo essencial: a governança começa dentro. Antes de governar projetos, é preciso governar a si mesmo. Antes de estruturar processos, é preciso alinhar valores. Um projeto bem governado nasce primeiro de um líder bem governado.

Acordei, governei e já estou aqui. Simples. Poderoso. Transformador.

​E a pergunta que fica é: Que áreas da sua vida e dos seus projetos precisam ser governadas hoje, para que você esteja plenamente presente no amanhã?



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