
Uma extensa investigação aponta que o estado da Flórida falha repetidamente em controlar a poluição proveniente de grandes indústrias, fazendas e expansões urbanas — favorecendo os negócios em detrimento da saúde de rios, nascentes e ecossistemas. Mesmo com o conhecimento de que milhões de litros de rejeitos agrícolas e domésticos contaminam massas de água vulneráveis, autoridades continuam adotando um modelo que depende exclusivamente do autorrelato das empresas envolvidas.
No caso das fossas sépticas, por exemplo, o estado contabiliza mais de 2,6 milhões de unidades, muitas sem inspeção obrigatória. Estas liberam nitrogenados e fósforo que alimentam proliferações de algas que sufocam a flora aquática e levam à morte de peixes e peixes-boi em locais como o Weeki Wachee River e o Indian River Lagoon.
Quando pressionadas a reagir, as autoridades estaduais apontam para leis como a Clean Waterways Act de 2020. No entanto, a legislação foi moldada para acomodar a indústria: novas regras entram em vigor apenas para construções futuras, e propriedades já existentes ou em processo de reforma ficam de fora da obrigatoriedade. Enquanto isso, os sistemas sob suspeita seguem operando sem mudanças.
Críticos afirmam que esse padrão protege o desenvolvimento imobiliário e a agricultura industrial, que juntos têm doado mais de USD $200 milhões para campanhas políticas desde 2007, garantindo influência no processo legislativo.
Com o tempo passando e a contaminação crescendo, o estado se aproxima de um ponto limite: mais da metade dos corpos hídricos que foram analisados não apresentaram melhora nos últimos 25 anos. Para ambientalistas e cientistas, sem mudança efetiva, o desastre ambiental não está em futuro distante — já está em curso.




