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Tacadas decisivas
O paulistano Lucas Lee soma pontos no ranking mundial de golfe para estar nas Olimpíadas do Rio de Janeiro
por Luiz Humberto Monteiro Pereira
jogoscariocas@gmail.com
O golfista Lucas Lee não tem do que reclamar de 2015. O paulistano descendente de sul-coreanos foi vice-campeão de dois torneios consecutivos do Web.com Tour, circuito de acesso ao PGA Tour Americano, que reúne a elite do golfe mundial. Assim, no final do ano, esteve nos primeiros eventos da temporada 2015-2016 do PGA Tour – foi o terceiro brasileiro a participar do torneio. Vira o ano como o nº 360 no ranking mundial e agora vive a expectativa de participar das Olimpíadas de 2016, quando o golfe retornará aos Jogos Olímpicos, depois de 112 anos de ausência. Juntamente com o gaúcho Adílson da Silva, Lucas é o brasileiro com melhores chances de estar nas competições no Campo de Golfe Olímpico, em agosto de 2016. “Todo mundo na comunidade de golfe brasileira quer saber quem é que vai jogar para o Brasil”, diverte-se.
A competição de golfe olímpica de 2016 contará com 60 jogadores competindo em um campo de 18 buracos pelas medalhas de ouro, prata e bronze. Um máximo de quatro jogadores de um mesmo país podem participar, desde que todos os quatro estejam dentro do “top 15” do ranking mundial no dia 11 de julho de 2016. Fora do “top 15”, o campo será preenchido com base no ranking mundial, com não mais que dois jogadores de cada país. “Participar das Olimpíadas do Rio de Janeiro começou a ser uma parte dos meus sonhos há dois anos. Em agosto de 2016, quero poder competir lá por uma das três medalhas!”, avisa Lucas, que mora na Califórnia – onde se formou em História pela UCLA – e completa 29 anos no dia 8 de janeiro.
Jogos Cariocas – Como se aproximou do golfe?
Lucas Lee – Comecei a jogar com 12 anos, quando me mudei para os Estados Unidos, em 1999. Quando comecei disputar os primeiros torneios amadores no colegial, percebi que tinha um pouco de talento para a coisa…
Jogos Cariocas – Quais são seus pontos fortes no esporte? E quais fundamentos precisa aprimorar?
Lucas Lee – Bato o meu drive reto (não muito longe) e faço bem o putting. Preciso muito melhorar meu ferros. Sou muito agitado e as vezes tenho dificuldades de ficar calmo no campo. mas ainda estou aprendendo a fazer isso.
Jogos Cariocas – Qual é a parte mais legal de praticar o golfe? E a coisa chata?
Lucas Lee – A parte mais legal do golfe é fazer chipping, tentar colocar a bola no buraco! A única parte chata seria ficar no mesmo local batendo bolas por muitos horas.
Jogos Cariocas – Como é a sua rotina, num dia comum?
Lucas Lee – Moro em Los Angeles, na Califórnia. Treino no Old Ranch Country Club, que fica na cidade litorânea de Seal Beach. Normalmente vou treinar às 10 h da manhã e fico lá até escurecer. Depois, volto pra casa, dou um pulo na academia e depois novamente para a casa.
Jogos Cariocas – Você entrou para a história do golfe brasileiro ao se tornar o terceiro golfista nacional a chegar ao PGA Tour Americano. Que outros feitos importantes já conquistou?
Lucas Lee – Ter entrado no PGA Tour em 2015 foi o momento mais emocionante da minha carreira. Além disso, ganhei cinco vezes em três anos de faculdade no UCLA e fui “all american” todos os anos. Também foi importante ter jogado na Copa do Mundo de golfe na China, em 2011.
Jogos Cariocas – Como estão suas chances para as Olimpíadas?
Lucas Lee – Sou o número 360 no ranking mundial. Hoje, estou fora da zona de classificação, mas tenho boas oportunidades de acumular pontos em 2016. No Brasil, meu maior adversário seria o gaúcho Adílson da Silva. Mas, como temos duas vagas, eu não o vejo como concorrente, Como ele foi meu parceiro na Copa do Mundo de 2011, na China, eu gostaria de jogar com ele de novo no Rio. Acho que isso seria muito legal para a gente e bom para o esporte no Brasil.
Jogos Cariocas – Depois de 112 anos, o golfe volta aos Jogos Olímpicos em um país onde esse esporte é pouco divulgado. Acredita que, com as Olimpíadas do Rio, o golfe possa ganhar popularidade no Brasil?
Lucas Lee – Assim como os outros esportes pouco divulgados no Brasil, se conseguirmos que um dos golfistas brasileiros esteja classificado entre os “top 3” para ganhar uma medalha, certamente isso irá chamar a atenção das pessoas que nunca ouviram falar do golfe. Mas, independentemente dos resultados, a realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro com certeza vai ajudar a difundir o golfe. E, quando as pessoas tiverem interesse, as entidades do golfe têm que estar prontas para poder educá-las e ensiná-las.
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