JAN/12 – pág. 48
“Que o teu alimento seja o teu medicamento”. É uma frase do pai da medicina, Hipócrates (460-377 a.C.).
A alimentação é preocupação constante na rotina das pessoas. Seja para obter um estilo de vida saudável, seja para perder peso, melhorar a saúde ou, simplesmente, satisfazer uma necessidade fisiológica, comer é sempre bom. Contudo, a nutrição adequada se preocupa com algumas questões importantes: o que, quando, quanto e como consumir os alimentos.
Gosto muito de ler os relatórios da Organização Mundial de Saúde (OMS), porque eles me mostram como anda o perfil nutricional das pessoas em todos os países e o risco que elas correm para contrair determinadas doenças. Um dos relatórios alertou para uma epidemia mundial de obesidade no meio deste século.
Atualmente, a obesidade é um problema de saúde para a maioria das pessoas no mundo todo. Além disso, ela aumenta o risco de doenças incapacitantes que podem ser evitadas como diabetes, hipertensão arterial e outras doenças cardiovasculares. Quem mais sofre com essa epidemia são os países mais desenvolvidos, tanto que 65% da população adulta dos Estados Unidos estão com excesso de peso.
Na contramão de todas as estatísticas, estão os orientais, que são os que gastam menos com tratamentos de saúde, têm a menor taxa de obesidade e a maior expectativa de vida. A dieta dos orientais é rica em soja, peixes e vegetais. Eles evitam comer pão, biscoitos, queijos, molhos industrializados e gordura animal, tudo o que nós ocidentais adoramos! As porções dos alimentos são menores, servidas em pratos pequenos e cada refeição é um ritual. Eles se alimentam calmamente para não comerem em excesso, enquanto que os brasileiros devoram um prato cheio de carne em minutos.
Nós perdemos muito tempo diante do fogão. Abusamos das frituras, do arroz, da massa, dos temperos prontos e não sabemos viver sem o queijo. Mal terminamos de comer e já estamos pensando na sobremesa, que geralmente é rica em açúcar e gordura hidrogenada. A cozinha oriental é rápida, simples, com alimentos frescos e não processada. Eles fazem somente as três principais refeições e (entre elas) costumam beber chá em vez de refrigerantes.
Eles têm o saudável hábito de cozinhar no vapor, grelhar ou refogar em fogo baixo. De acordo com a OMS, a dieta contém pouca carne, açúcar, gordura hidrogenada, gordura animal e manteiga. Apesar de gostarem de doces, as porções são menores, têm pouco açúcar, não levam creme de leite nem margarina e os doces mais populares são os de feijão, alga, gelatina e farinha de arroz. Se comermos muitos doces e alimentos gordurosos na infância, esse hábito continuará na idade adulta. Devemos lembrar que educar é também ensinar a comer de maneira saudável, os orientais passam esses ensinamentos de geração para geração. Temos muito ainda que aprender com essas civilizações milenares. Estamos viciados em determinados alimentos e temos que aprender a substitui-los.
A melhor terapia para a obesidade é o exercício físico e a dieta. Precisamos começar agora a prevenir a obesidade! Ainda dá tempo de termos uma geração saudável na metade deste século, basta começar agora a ensinar a comer de maneira saudável em casa, nos colégios e usar os meios de comunicação para alertar sobre os alimentos que curam e os que adoecem as pessoas.
Elaine Peleje Vac
elaine@nossagente.net
(Médica no Brasil)
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