Oscar Schmidt é um exemplo de superação

Oscar Schmidt é um exemplo de superação

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FEV/15 – pág. 16 e 17

Após deixar as quadras se dedica em transmitir sua experiência de 32 anos na modalidade e 20 anos defendendo a Seleção Brasileira de Basquetebol com palestras motivacionais. Em entrevista exclusiva ao “Jornal Nossa Gente” o maior ídolo do esporte faz revelações surpreendentes sobre a carreira, política e superação. Ele fala da admiração pelos emigrantes brasileiros nos USA

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Apontado como um dos mais importantes jogadores de basquetebol de todos os tempos, entre os 50 maiores atletas do mundo na modalidade, teve o seu nome incluído no Hall da Fama de Basquete dos EUA -”Basketball Hall of Fame”-, em 2013. A impetuosidade e o talento de Oscar Schmidt são incomparáveis. Carinhosamente apelidado de “Mão Santa”, tornou-se um palestrante virtuoso, após deixar as quadras, transmitindo a vasta experiência de 20 anos defendendo a Seleção Brasileira e 32 anos de atividades. Ele já proferiu cerca de 700 palestras – 400 empresas – e é um nome forte no âmbito motivacional no Brasil, mobilizando um grande público por onde passa, pois todos querem absorver os conhecimentos do ídolo.


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O encontro com Oscar Schmidt aconteceu em sua residência, em Orlando, poucos minutos após ele ter se levantado. Bem-humorado e acompanhado do amigo de mais de 20 anos, Lino Cervino, o ex- atleta recebeu a equipe do “Jornal Nossa Gente”, quando falou da carreira, da política no Brasil e do meia Kaká, atualmente no Orlando City. Objetivo em suas respostas, relatou sobre a superação da doença -câncer no cérebro-, que o tornou uma pessoa melhor, e riu de si mesmo ao lembrar que no momento não faz absolutamente nada nos Estados Unidos, desfrutando de merecidas férias. “Aqui (Orlando) eu não faço nada, curtindo a preguiça (risos). Estou muito tranquilo “, admitiu.

Indagado sobre um possível nome no basquete, que possa vir a ser o Oscar do futuro, foi enfático: “O Oscar é único. Agora, vejo que tem bons jogadores, cada qual com sua técnica e valor. Com certeza vão surgir outros nomes que possam representar o Brasil nas Olimpíadas de 2016. É importante que o jogador tenha liberdade em quadra. Ele tem que ser freado em alguns aspectos, mas precisa ser deixado para que faça a diferença. É necessário equilíbrio em equipe para atingir bons resultados. O Brasil vai disputar medalha nas Olimpíadas de 2016 e tem que estar preparado para isso. Precisamos de um bom time para nos representar”, alertou.

E quanto a possibilidade atuar como treinador no futuro, inclusive, no comando da Seleção Brasileira, a hipótese foi descartada por Schmidt. “Eu pensei muito sobre isso, mas não é possível. Não me resta tempo para isso porque tenho projetos em andamento o que torna-se inviável qualquer possibilidade como treinador. Foi cogitada a ideia, mas eu não teria espaço na minha agenda para me dedicar ao cargo. Faço palestras pelo Brasil e isso ocupa o meu dia a dia”, justificou. Entretanto, o ex-cestinha não é poupado pelos treinadores que o consultam e pedem a sua opinião sempre que possível. “Fiz amigos no esporte e, claro, converso com os treinadores sobre o basquete. E, geralmente o assunto envolve quadras e jogadores. Tenho a minha opinião e falo o que acho viável, principalmente agora que o país irá sediar as Olimpíadas e precisamos mostrar um bom trabalho. É uma conversa profissional, pois me preocupo com o futuro do nosso basquete”.

Depois de denúncias de irregularidades financeiras, envolvendo dinheiro público, a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) foi alvo de investigações. A situação grave fez com que a Eletrobras suspendesse patrocínio ao basquete. É importante ressaltar que na década de noventa, no auge da carreira, descontente com a administração do basquete no Brasil, Oscar juntou-se a outros grandes ícones do esporte como Magic Paula e Hortência para criar a NLB – Nossa Liga de Basquetebol. Desta forma, organizaram uma competição nacional com estatuto, sede e juízes próprios. “Foi um período decisivo e tínhamos que fazer algo para moralizar o basquete no país. Tivemos que buscar alternativas”, lembra. Ele lamentou as irregularidades no esporte.

Hall da Fama

2bas_atlanta1996_2_oscar_bra_portorico_getty_397Mas o ídolo do basquete brasileiro recorda de momentos memoráveis de sua trajetória esportiva, quando, em 2013, recebeu a maior honraria da carreira ao ser eternizado no “Hall da Fama do Basquete de Springfield”, em Massachusetts, nos Estados Unidos, em cerimônia realizada no “Symphony Hall”. Ele obteve a outorga das mãos de um dos maiores jogadores de basquete de todos os tempos, Larry Bird, ex-craque do Boston Celtics. Oscar também faz parte do Hall da Fama da Federação Internacional de Basquete (FIBA). Incluído no Naismith Memorial, o ex-jogador se junta a Hortência e Ubiratan Macial, que entraram em 2005 e 2010, respectivamente.

“Foi o maior prêmio que recebi na minha vida”, Oscar se expressa com entusiasmo. “Só um atleta no mundo recebe esta dádiva e quando eu soube que o meu nome entraria para o Hall da Fama, não acreditei. E eu dizia às pessoas que vinham dar a boa notícia: Você tem certeza que isto está acontecendo? É verdade mesmo?”, contou. “Fiquei muito feliz porque o meu nome se juntou à dois grandes atletas no Hall da Fama: Ubiratan (Macial) e Hortência”.

O dia 23 de agosto de 1987 foi histórico para a Seleção de Basquete quando a equipe masculina do Brasil venceu o poderoso time norte-americano, representado pelos jogadores universitários da época, os favoritos e donos da casa, por 120 a 115, na final dos 10º Jogos Pan-americanos. Era a conquista da medalha de ouro e Schimidt, reconhecido pelos grandes feitos nas competições, brilhou como nunca nas quadras. E até o presente momento o atleta, apelidado de “Mão Santa”, tem o carinho do público. “Para as pessoas ainda sou o Mão Santa (sorri). É uma forma carinhosa de expressar admiração pelo meu trabalho”, disse. “A todo momento sou surpreendido por alguém que passa por mim e me chama de Mão Santa. É muito gratificante”.

E quanto a estreia do craque Kaká no Orlando City, em Orlando, que vem mobilizando uma grande torcida, Oscar fez elogios ao jogador e disse que pretende ver o ídolo em campo. “Tenho sim a intenção de ver o Kaká. É um ídolo nosso e merece o nosso prestígio. Um atleta que fez a sua história e é uma conquista para o Orlando City. Torço muito por ele”, enfatizou.

Sobre a carreira internacional, ocasião em que jogou na Europa pelo Caserna e Pávia, na Itália, e pelo Forum/Valladolid, na Espanha, lembrou Oscar que o fator financeiro pesou na sua decisão em deixar o Brasil. “Eu fui jogar na Itália e na Espanha porque precisava ganhar dinheiro. Era uma ótima oportunidade e não poderia deixar passar. Joguei nos melhores times da Europa e fiz uma campanha forte no basquete. Fiquei alguns anos por lá e tive um bom aproveitamento profissional”.

Supersticioso ou um obstinado pelo número 14? Nada disso. Para o ídolo, quando perguntado, o número 14 que aparece com frequência nas camisetas tem um significado especial, pois marcou o encontro com a pessoa mais importante de sua vida, além dos filhos Felipe e Stephanie. “Eu conheci a minha esposa – Maria Cristina – no dia 14 de janeiro. Este número passou a ter uma importância fundamental para mim. A Maria Cristina é a companheira de uma vida inteira. A ela eu devo tudo. E desde que a conheci, no dia 14, tudo mudou. O 14 é o número de grandes descobertas na minha vida”, revelou.

Futuro do Brasil

E quando o assunto é política, o futuro do Brasil em meio à onda de denúncias e corrupção, Oscar não se esquiva da pergunta. “Confesso que estou com muito medo pelo o que possa acontecer no Brasil. É um momento delicado e o país, economicamente falando, está fragilizado. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) colocou o Brasil nos eixos. Foi um período importante para a Nação, mas as coisas se complicaram depois que a atual presidente (Dilma Rousseff) assumiu o comando do país. Eu votei no Aécio Neves porque almejava mudanças no Brasil, a exemplo do povo brasileiro que também quer mudanças. O preço do dólar disparou e vejo a situação bem difícil por lá. O Lula (Luís Inácio da Silva) foi um bom presidente, mas depois da mudança – entrada de Dilma -, tudo complicou no Brasil”, desabafou.

Em plena forma física e disposição no trabalho, Oscar Schmidt é um exemplo de superação e garra, inclusive, na questão da saúde. Ele superou um câncer no cérebro e retomou a sua vida, atualmente proferindo palestras pelo Brasil. Faz questão de enfatizar que tornou-se uma pessoa melhor, menos explosiva. “Eu melhorei muito. Antes me irritava por besteiras. Bastava algo me incomodar que eu logo explodia. Isto não faz bem e é prejudicial à saúde. E, antes de qualquer decisão repentina procuro analisar o lado positivo da situação para então me posicionar. Ficar irritado causa danos físico e emocional. Eu prefiro assim, ficar mais tranquilo. Antes falava o que pensava, sem me preocupar. Mas é preciso ter cautela para evitar transtornos. Aprendi a ser uma pessoa melhor”, comentou.

E sobre os rumores de que a vida do campeão das quadras vai virar filme, Oscar não descartou a hipótese. Ele revelou que tem um roteiro pronto, dependendo apenas de apoio financeiro para colocar a ideia em prática. “Tenho um roteiro básico e espero que a ideia saia do papel e vá para as telas. É sobre a minha vida como atleta e acho que o público vai gostar da história. Preciso de patrocínio para fazer o filme e espero que o projeto possa ser viabilizado”, disse.

No final da entrevista, mantendo simpatia e carisma, Oscar Schmidt enviou uma mensagem aos emigrantes brasileiros nos USA, demonstrando sua admiração pelos cidadãos do mundo. “É uma gente muito especial, que tem garra e que coloca a mão na massa. Os brasileiros quando vêm para cá, se esforçam. Trabalham duro, seja consertando telhados ou em qualquer outra atividade. Tenho muito carinho por todos eles e fica o meu abraço aos brasileiros que residem Orlando e nos demais estados americanos”, concluiu

Vida de palestrante

Considerado o maior palestrante do Brasil, Oscar já proferiu mais de 700 palestras – 400 empresas – e é um nome forte da Palestra Motivacional no país, mobilizando um grande público. Com vários livros escritos, ele passou a se dedicar em transmitir ao povo brasileiro sua experiência de 32 anos dentro das quadras, onde defendeu por 20 anos a Seleção Brasileira de Basquetebol, através de palestras. Trabalhando nos seus arquivos, montou palestras motivacionais em 12 versões diferentes: “Trajetória”, “Obstinação”, “Liderança”, “Desafios”, “Oscar e Marcel”, “Lições de Vida”, “Dormindo com a bola”, “Comprometimento”, “Time”, “Brasil – USA”, “Trabalho em Equipe” e “Inovação”, onde conta sua experiência de jogador e de grupo.

Em breve o público nos Estados Unidos terá a oportunidade de assistir palestras motivacionais, proferidas do Oscar, munidas de conteúdo, intensidade e muito humor. Vídeos e inúmeras imagens da carreira do atleta, com abordagens sobre liderança, motivação, sacrifício e treinamento, serão exibidas. Para mais informações sobre a Palestra Motivacional, in Company ou eventos, entre em contato pelo E-mail: oscarschmidt@oscarschmidt.com.br

WaltherAlvarenga

Walther Alvarenga



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