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Os primeiros 30 dias de isolamento social
Foto destaque: Vanessa Caetano e seu filho Nelsinho
Eu e meu filho Nelsinho, de 15 anos, completamos 30 dias de completo isolamento social em casa, no dia 15 de abril. Eu confesso que está sendo difícil por conta da rotina que tinha em relação ao trabalho e escola do meu filho. Sinto falta de muitas pessoas e também de lugares.
Eu não vou ao mercado, faço compras pelo app e entregam na porta de casa, ou algum bom amigo vem trazer algumas coisas que não consigo achar através das compras online.
Confesso que, ao passar dos dias e sem ver muitas pessoas, porque as que eu vejo são à distância, é um pouco estranho. Acho que ninguém na vida imaginou passar por isso, uma coisa de filme, aqueles filmes americanos em que acontecem várias coisas graves que parecem sem solução e de repente vem uma supersolução e com final feliz.
Ainda não temos um final feliz e, todos os dias, eu rezo bastante e acho um tempo importante para me aproximar de Deus e para pensar na situação difícil. Temos que ter fé, existem muitas pessoas passando por dificuldades financeiras e também emocional.
Eu espero dias melhores… como diz a música do Jota Quest.
“Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz, dias a mais
Dias que não deixaremos para trás
Vivemos esperando
O dia em que seremos melhores
Melhores no amor, melhores na dor
Melhores em tudo”.
Vanessa Caetano – Tradutora Profissional – Orlando/FL
Cada pessoa escolhe como viver este tempo de isolamento. Recebi alguns depoimentos de pessoas de várias idades, profissão e lugares para relatar um pouco do que está acontecendo neste momento inesperado de pandemia mundial e a maneira pela qual eles escolheram para viver este período.
Neste tempo de quarentena, estou sofrendo o impacto de sair de uma rotina intensa de trabalho como guia de turismo, quando conduzia turistas de mais de vinte e cinco países por semana, sete dias por semana, a diversos pontos turísticos da cidade do Rio de Janeiro, e passei a viver trancado em casa. Tenho saído somente para fazer uma caminhada umas três vezes por semana, para poder manter minha sanidade física e mental. Fora isso, vou ao supermercado também. Em casa, sigo conectado à internet a todo momento e assistindo a diferentes canais de notícias na TV. As comidas que têm me relaxado mais neste momento é o amendoim e o chocolate. Considero isso tudo uma grande tragédia mundial e sei que levará alguns meses pra eu voltar à minha rotina de trabalho. Estou com minhas contas em dia, mas sofro pensando como as outras pessoas pelo mundo estão agora. E que todos fiquem bem e que este vírus reduza logo o grau de letalidade.
Vamos ter fé e força!
Ronaldo Tavares – Guia de turismo – Rio de Janeiro/Brasil
Com a quarentena, tive mais tempo de falar com minha irmã e relembrar a nossa infância. Que coisa boa! Além disso, retomei as receitas de bolos caseiros dos tempos em que vivia no sítio com meus pais. Agora compartilharmos momentos em família com um cafezinho e bolo caseiro, receitas da vovó e da mamãe. Profissionalmente, tive que me virtualizar e ficar mais atenta às notícias da minha área, pois a cada dia, a cada hora, as informações e regras no setor financeiro se modificam. Hoje mais do que nunca tenho o compromisso de compartilhar com a comunidade as alternativas e regras de mercado imobiliário. Espero que, após a quarentena, todos tenham aprendido a importância de viver em harmonia com a família e aprendido que mais do que ter dinheiro e correr atrás dele, o importante é vivermos os momentos em família, pois tudo passa. Somente as lembranças de uma vida alegre se faz permanente em nossas mentes.
Simone Negri – Agente Financeiro Imobiliário – Winter Garden/FL
Nunca imaginamos passar por um período tão delicado em nossas vidas. Temos trabalhado nosso psicológico e de nossos filhos para que nossa vida flua bem nesta fase. Não sabemos quando isso tudo irá parar, então estamos mantendo uma rotina em casa mesmo. Nossa empresa perdeu todos os contratos de trabalho e isso nos abalou, pois não temos uma conta emergencial e, provavelmente, vamos demorar para recuperar os contratos este ano. Espero que tudo passe logo e possamos retomar nossas vidas de forma melhor pós-coronavírus.
Elika Souza – Empresária – Orlando/FL
De repente… um vírus! Mas o que poderia acontecer com o aparecimento de um vírus? Não dá nem pra ver. Não poderia ser perigoso. E em seguida…lockdown! O que isso significaria? Ficar em casa? Como assim? Meus amigos, a escola, o voleibol. Nada? A gente mal poderia acreditar! No início, parecia mesmo que estávamos em férias, sem horário fixo, sem homework, sem compromissos. Mas, com o passar dos dias, foi aparecendo um vazio. Faltava alguma coisa. Vontade de passear, de ir ao shopping e ao cinema com amigos. Vontade de jogar voleibol! Quantos campeonatos cancelados. Justamente agora que estávamos na melhor performance! E, ainda por cima, teríamos que nos adaptar às aulas online. Quanta mudança! Até que a escola é legal. Ainda estamos vivendo incertezas. Ainda temos receio da contaminação, mas acreditamos que logo vai passar. E a gente escuta falar que o mundo está diferente, as ruas estão mais vazias, não há tanto barulho e que nem de guerras se ouve falar. Falam também que o povo está mais solidário e que muitas orações estão sendo feitas. O que isso representa? Não sabemos… mas achamos que nada vai ser igual a antes. Será que voltaremos à escola para finalizar o middle school? E a tão sonhada festa de formatura? E nosso aniversário de 15 anos? Esperamos que tudo passe logo e que possamos voltar às nossas atividades. Ficar em casa é bom, mas como é importante conviver com os amigos. Um vírus tão pequeno não pode controlar um planeta. Esperamos que os médicos e cientistas encontrem logo a cura para esta doença. Já foram muitas vítimas. Muitas famílias tristes. Que Deus abençoe este planeta e devolva a paz!
Maria Eduarda Mello e Maria Luiza Mello – MARIAS TWINS – Orlando/FL
O que fazer diante do novo e inesperado?
Um momento que acredito que ninguém imaginou passar um dia, uma realidade que mundialmente todos, independentemente de situação econômica ou classe social, estão enfrentando; a realidade agora é que – mais do que do nunca – todos são iguais. Cada um à sua maneira está buscando seguir em frente, reinventando-se, unindo-se em solidariedade e usando todos os recursos internos e externos.
Dias de incertezas, angústias, ansiedade, medo do futuro, instabilidade total tem invadido e se espalhado a cada dia que passa. É certo que não se pode medir as consequências de forma racional, mental e emocional, pois todo o mundo será afetado. A pergunta é o que fazer diante dos desafios, do novo e do inesperado? Sim, é uma realidade e todos estão juntos no mesmo barco, o que vai determinar o nível das consequências será a forma como cada um decide lidar e vivenciar o momento.
Os obedientes e aqueles que podem estão em casa, guardando-se e aguardando, tempo esse que pode ser uma oportunidade. O tempo pode ser aproveitado para diversas ações e atividades que as pessoas certamente, em dias “normais”, não estariam realizando e, muitas vezes, esperam meses para executar. Sempre há algo bom diante do novo e das adversidades, enxergar de forma positiva e agradecer certamente trarão mais leveza para o momento.
DEZ dicas de como lidar com o momento:
- agradeça: faça um diário e escreva dez motivos de gratidão pela manhã;
- fé: ative sua espiritualidade, conecte-se, acredite em dias melhores, tenha pensamentos positivos, viva o presente;
- cuide da sua família: brinque com seus filhos (com tempo e qualidade). Siga as recomendações de prevenção, faça surpresas de amor, ligue para os parentes e amigos;
- estude: faça cursos on-line, leia livros, prepare-se para depois da pandemia;
- procure ajuda se precisar, seja física ou emocional;
- cuidado com o tempo no celular: ele pode aproximar pessoas distantes e afastar quem está perto, bem como cuidado com o que vê, escuta e fala para as pessoas;
- refaça o planejamento familiar: alinhe-se financeiramente;
- aproveite ao máximo o tempo: organize-se de dentro para fora, faça limpeza interna e externa, alimente-se de forma saudável;
- enxergue as oportunidades: há sempre novas oportunidades diante das adversidades, esteja atento;
- tenha paciência com você e com aqueles à sua volta: não desconte as frustrações da situação em quem compartilha este momento com você.
Momentos de desafios requerem fé, coragem, paciência, resiliência e acreditar que teremos – em breve – dias melhores… preparem-se!
Juliana Leal – Master Coach, graduada em Psicologia e Especialista em Desenvolvimento Humano e Família – falou ao Jornal Nossa Gente sobre o momento da adversidade que estamos vivendo por causa da pandemia mundial do COVID-19 e recomendou dez dicas para lidar com o momento atual.