Flórida atinge marco inédito na guerra contra cobras pítons invasoras

Flórida atinge marco inédito na guerra contra cobras pítons invasoras

Biólogos e especialistas em conservação ficaram alarmados com o impacto das pítons birmanesas invasoras no ecossistema do sul da Flórida. Essas serpentes causaram uma queda significativa na população da fauna local. Estudos revelaram que elas conseguiam devorar presas de grande porte inteiras, incluindo veados-de-cauda-branca e até crocodilos, o que agravou ainda mais o desequilíbrio ambiental no Parque Nacional Everglades e nas regiões próximas.

Nos últimos doze anos, uma equipe da Conservancy of Southwest Florida conseguiu eliminar impressionantes 20 toneladas de cobras pítons-birmanesas do Everglades — o equivalente a um ônibus urbano cheio de cobras — concentrando-se em uma área de 200 milhas quadradas no sudoeste do estado. A última temporada foi recorde: cerca de 6.300 lb (aproximadamente 2,85 toneladas) da espécie foram removidas só entre novembro e abril.

O êxito não é mera questão de esforço humano, mas de estratégia. O programa utiliza “scout snakes” — machos enviados com rádio para encontrar fêmeas durante a época reprodutiva. O resultado? Evitaram-se mais de 20.000 ovos de píton, minimizando o aumento populacional.


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Especialistas notam sinais animadores: esses machos rastreadores agora demoram mais para encontrar parceiras e as fêmeas capturadas estão menores do que nos primeiros anos da operação, o que indica uma pressão real sobre a população invasora. Ainda assim, estimativas do USGS apontam que dezenas de milhares de indivíduos ainda circulam pelo território maior do Everglades, que engloba mais de 7.800 milhas².

Essa realidade assusta por causa da dimensão de cada indivíduo: algumas fêmeas chegam a 5,5 metros e mais de 90 kg — a maior já flagrada no projeto pesou impressionantes 215 lb (cerca de 97 kg). E o impacto ecológico segue: cerca de 85 espécies nativas — mamíferos, aves e répteis — já foram identificadas como presas desses répteis invasores.

Para especialistas, o combate ainda é uma maratona, não um sprint. Mas a combinação de remoção em massa, monitoramento estratégico e uso da tecnologia oferece a esperança de frear esse desastre ambiental. O Everglades, um dos ecossistemas subtropicais mais ricos do hemisfério ocidental, pode finalmente respirar um pouco mais aliviado.



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