A denúncia do governo americano aponta para crianças que chegam ao país desacompanhadas dos pais e acabam reféns e exploradas – 835 empresas que empregavam 3.800 menores foram multadas
Da Redação – Com o aumento de 69% do trabalho infantil nos EUA, envolvendo imigrantes menores de idade, a Casa Branca anunciou na segunda-feira (27) medidas austeras na tentativa de combater essa prática abusiva. A denúncia aponta para crianças que chegam ao país desacompanhadas dos pais e acabam reféns de empresas
O governo de Joe Biden informou que o trabalho infantil vem acontecendo desde 2018, e que no último ano fiscal, foram autuadas 835 empresas, que empregavam 3.800 menores. Marty Walsh, secretário do Trabalho relatou à imprensa que as investigações seguem com rigor, com intuito de levar as crianças latinas para a escola.
A empresas que mantiverem menores de idade no trabalho vão ser multadas e que novas medidas entram em vigor, incluindo mais controles nos locais de trabalho e até o aumento das multas às empresas que tiverem funcionários menores de idade atuando em cadeias de produção e trabalhos perigosos.
Atualmente, a penalidade monetária civil máxima é de US$ 15.138 (cerca de R$ 80 mil) por criança, observou o governo em comunicado à imprensa, um valor que “não é alto o suficiente para servir de impedimento”.
Regras da legislação
A legislação dos EUA permite o trabalho a partir dos 14 anos, mas com limitação de horas para os menores de 16 anos, e em trabalhos que não prejudiquem a saúde. Apenas maiores de 18 anos podem realizar trabalhos mais perigosos em plantas industriais.
De acordo com os especialistas, o trabalho infantil se agravou com a chegada ao país de menores latino-americanos desacompanhados. Isso porque, muitas vezes, eles acabam ficando com parentes distantes ou em crise financeira, ou com padrinhos que os assumem e os obrigam a trabalhar para contribuir com a renda da família.