Americanos e brasileiros cidadãos enfrentam o drama na demora da entrega do passaporte americano, causando revolta e adiamento nas viagens. O governo federal alega falta de pessoal e aumento nos pedidos do documento
Da Redação – Se no Brasil a instabilidade na emissão de passaporte foi corrigida – com mais investimentos do governo federal –, nos EUA, americanos e brasileiros cidadãos enfrentam a morosidade na entrega do documento para viagens. Segundo famílias, e mesmo quem está tirando o passaporte pela primeira vez, a demora tem sido desesperadora, principalmente nas vésperas do feriado de 4 de julho, para quem precisava tirar ou renovar o passaporte americano – há mais de 500.000 solicitações por semana.
Os requerentes de passaporte descrevem uma agonia em câmera lenta de espera – ficar na fila, atualizar a tela, reclamar ao Congresso, pagar taxas extras e seguir instruções incorretas. Alguns, inclusive, estão comprando passagens aéreas adicionais para processar os passaportes em outras cidades, a tempo de pegar os voos que reservaram em primeiro lugar.
O quadro é insatisfatório, e as autoridades americanas nem mesmo negam o problema ou preveem quando ele diminuirá. Culpam os épicos tempos de espera pela persistente escassez de pessoal relacionada à pandemia e uma pausa no processamento online este ano. Isso deixou a agência de passaportes inundada com um recorde de 500.000 solicitações por semana. O dilúvio está a caminho de ultrapassar os 22 milhões de passaportes emitidos no ano passado, diz o “Departamento de Estado”.
Com os nervos à flor da pele, muitos pretensos viajantes tiveram que cancelar as respectivas viagens nesse feriado da independência, pela demora na entrega do passaporte – a maioria dos casos, com promessa de entrega somente após o feriado. O “Departamento de Estado” então aumentou o tempo de espera por um passaporte comum para 13 semanas.
Em março, viajantes preocupados começaram a pedir respostas e depois exigir ajuda, inclusive de seus representantes na Câmara e no Senado, que relataram amplamente em audiências este ano que estavam recebendo mais reclamações de eleitores sobre atrasos de passaporte do que sobre qualquer outro problema.
Demissão de funcionários
Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA alegou que com a Covid-19, o governo demitiu contratados e realocou funcionários que lidavam com passaportes. Também precisou interromper o sistema de renovação online para garantir ajustes e melhora no atendimento, mas, mesmo assim, não conseguiu atender a demanda de solicitações do documento.
Com os atrasos na emissão de passaportes, solicitantes inundaram os grupos de mídia social dos legisladores e linhas telefônicas com perguntas, pedidos de conselho e pedidos de ajuda. Os grupos do Facebook e do WhatsApp estão repletos de relatos de perplexidade.
Mas o número de americanos com passaportes americanos válidos cresceu cerca de 10% mais rápido do que a população nas últimas três décadas, de acordo com Jay Zagorsky, economista da Universidade de Boston. O cenário é preocupante, e a fila de espera por um passaporte segue, na expectativa que o documento seja entregue antes mesmo das festividades de fim de ano.