Campeão de bicicross supervisiona pista para Olimpíadas no Brasil

Campeão de bicicross supervisiona pista para Olimpíadas no Brasil

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SET/15 -pág. 58

Domingos Alexandre Lammoglia supervisionou a edificação dos 450 metros da obra, em Deoboro, na capital carioca, para as competições em 2016. Com um currículo respeitável, disputou 15 mundiais, duas olimpíadas e tem 32 anos de carreira – atualmente disputando na categoria máster

Tereza de Castro


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Domingos Alexandre Lammoglia
Domingos Alexandre Lammoglia

Contratado pela companhia americana, “Elite Trax”, responsável pela construção da pista de bicicross das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, que receberá atletas de vários países, o treinador e também atleta, Domingos Alexandre Lammoglia, supervisionou a edificação dos 450 metros da obra, em Deoboro, na capital carioca, acompanhado dos diretores da empresa, Johan Lindstrom e Tom Ritz. Com um currículo respeitável, que inclui a disputa 15 mundiais, duas olimpíadas e 32 anos de carreira – atualmente disputando na categoria máster -, Lammoglia foi ao Brasil em etapas segmentadas, conferindo de perto todos os detalhes da conclusão da obra olímpica – que passará pelo teste final ainda este mês – antes de sua liberação. “A Elite Trax é uma empresa responsável pelas pistas de bicicross em todo o mundo, portanto, me sinto privilegiado por ter sido contratado e designado para importante tarefa. Abracei a oportunidade com muito prazer e fiz o melhor pelo meu país”, adianta o treinador. Ele explica que obedecendo aos padrões olímpicos,“a pista tem gate oficial com oito metros de altura, três curvas, quatro retas, com duas retas com obstáculos grandes e duas retas com obstáculos técnicos. Vamos voltar ao Brasil este mês para a prova teste da pista”, avisa.

Natural da cidade de São Paulo, Domingos conquistou fama no bicicross pelos índices surpreendentes que obteve nas competições, ressaltando ainda o seu desempenho como técnico na preparação de atletas que vêm se destacando na modalidade, a exemplo dos irmãos William e Victor Silva, promessas nas competições de bicicross nos Estados Unidos. Os garotos – ambos com 15 anos -, obtiveram títulos expressivos, demonstrando garra e empenho nas provas. “São atletas talentosos, com excelente condicionamento físico e técnico”, fala com entusiasmo.
A carreira bem sucedida do atleta Domingos, que lhe deu dois títulos olímpicos no bicicross – Holanda e África do Sul -, representando o Brasil, iniciou-se no futebol de campo, quando ele jogou pelo Palmeiras, em São Paulo, demonstrando talento promissor na modalidade. Entretanto, revela, “embora eu tivesse o dom de jogar bola, não consegui me adaptar no esporte coletivo. Não achava justo, por exemplo, dar cem por cento de mim no gramado enquanto os outros companheiros de equipe rendiam apenas cinquenta por cento. Nunca aceitei isso, e foi então que um amigo falou do bicicross. Participei de uma prova na modalidade e gostei. Eu tinha treze anos de idade, um pouco tarde porque hoje um garoto para ser atleta olímpico começa bem mais novo. Eu treinava com o técnico Camacho, na sua escolinha, e não parei mais. Fui aprender a andar de bicicleta na ocasião, mas me saí bem. Comecei perdendo,posteriormente conquistei o título de campeão paulista, depois campeão brasileiro, sul americano e pan-americano”, lembra.

William e Victor Silva
William e Victor Silva

Em 1994, Domingos veio para os Estados Unidos disputar o “Mundial de Bicicross”, em Michigan. Impressionado com a estrutura americana, ele optou em permanecer no país. “Seu eu voltasse para o Brasil seria apenas um professor de Educação Física”, confessa. Atualmente disputando pela categoria máster, Lammoglia se prepara para participar de campeonatos na Bélgica e nos Estados Unidos. Como técnico, também treina o atleta Anderson Ezequiel Junior, da Seleção Brasileira, que representou o Brasil nos “Jogos Panamericanos”, no Canadá.

O olho clínico do treinador, na descoberta de um atleta com futuro promissor, revela o Domingos, está em observar. Segundo ele, basta prestar atenção nas manobras de um garoto com sua bicicleta para identificar o campeão. “Existem dois tipos de atletas: o que tem o dom e o que treina para ser o melhor. Na maioria das vezes, o atleta que treina para ser o melhor tem uma carreira mais longa, em relação ao que tem o dom. Esse foi o meu caso, eu tinha o dom para jogar futebol e treinei para ser o melhor em bicicross. São 32 anos andando em bicicleta, portanto, a forma como o garoto senta na bicicleta, dá para avaliar o seu rendimento nas provas”, alerta.

Quanto as suas expectativas para as Olimpíadas 2016, no Rio de Janeiro, disse Domingos que ele torce pelos seus atletas nas competições.  Espera que os garotos possam obter bons resultados que os levem ao pódio.



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