Aplicativo Brainy Mouse alfabetiza criança autista

Aplicativo Brainy Mouse alfabetiza criança autista

Brainy Mouse – na versão inglês e português –, alfabetiza a criança autista e desenvolve sua interatividade e socialização, informa a brasileira empreendedora social, Ana Sarrizo, criadora do aplicativo

Edição de abril/2018 – pág. 18

Aplicativo Brainy Mouse alfabetiza criança autista

A dificuldade em assimilar conceitos e habilidades em diferentes contextos é apenas uma das características que podem dificultar a aprendizagem das crianças com transtorno do espectro autista (TEA). Nos EUA, segundo estatísticas, três milhões de crianças têm autismo, o que significa que no futuro um número considerável de adultos vão se tornar dependentes. Mas surge luz no fim do túnel, com o aplicativo para alfabetização de crianças com autismo – o Brainy Mouse –, lançado pela mineira Ana Sarrizo – empreendedora social e presidente da Brainy Mouse Foundation –, que revoluciona o mercado de games. Trata-se de um aplicativo para celulares e tablets (disponível para Android e iOS), em formato de jogo, recheado de ação e situações hilárias.

O Brainy Mouse – na versão inglês e português –, prende a atenção da criança autista e desenvolve a sua interatividade e socialização, alerta Ana Sarrizo. Uma ferramenta divertida, que ensina e também auxilia os pais e os cuidadores na tarefa de entreter e manter a criança focada no jogo. “O objetivo é ajudar os pais e os cuidadores com um jogo que de fato desperta o interesse da criança. A criança autista não pode perder o interesse pelo jogo, portanto, o game tem ação e situações curiosas. Foram quatro anos de pesquisa para se criar um aplicativo com mecanismos de envolvimento com o autista”, enfatiza. “A rotina e a repetição faz com a criança aprenda”.


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Ana Sarrizo lembrou os custos elevados do governo americano com o tratamento de crianças especiais. “Hoje, nos Estados Unidos, são três milhões de crianças com autismo, o que significa que três milhões de adultos vão crescer sem saber ler e escrever. O tratamento é caríssimo e o custo muito grande. Em cada sessenta e oito crianças americanas, uma tem autismo. Essas pessoas sofrem preconceitos, não são significantes porque não produzem e a maioria vai ficar desamparada com a ausência dos pais no futuro. É uma dura realidade”, alerta.

O aplicativo Brainy Mouse, complementa Ana, é uma forma também de ajudar o governo americano a reduzir custos. O aplicativo é benéfico, com um custo de apenas $ 4,99 – para baixar o aplicativo. Os resultados têm sido positivos e também pode ser utilizado por crianças de uma forma geral, é um produto digital, qualquer um pode jogar. No último dia 2 de abril, inclusive, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, foram disponibilizadas as versões em português e inglês do aplicativo Brainy Mouse (Rato Inteligente ou Rato Atrevido). E em apenas duas semanas, comemora Ana, foram realizados 10 mil download, denotando “um jogo sem fronteiras”.

“O custo de quatro dólares e noventa e nove para baixar o aplicativo não significa que o nosso interesse seja financeiro, o valor estipulado pela Fundação é para que possamos custear as atualizações do próprio produto. Em três meses teremos as versões do Brainy Mouse em italiano, francês, alemão e japonês. No mês de dezembro vamos lançar novos aplicativos”, adianta Ana.

Prêmio Santander e Foundation

Em 2013, a pesquisadora Ana Sarrizo pensava apenas em contribuir com os portadores de TEA de Belo Horizonte, sua cidade natal. O resultado do projeto foi tão bem-sucedido que um professor a aconselhou inscrever o trabalho no Prêmio Santander, o qual foi vencedor entre 17mil propostas. Com a premiação de R$ 100 mil e uma bolsa no curso de empreendedorismo da Babson College, uma das mais importantes do mundo, decidiu criar a Brainy Mouse Foundation, nos EUA, ficando próxima das mais importantes pesquisas sobre autismo.

Há um ano e meio em plena atividade em Orlando, a Brainy Mouse Foundation conta com quatro pessoas no momento, no entanto, com o aumento da demanda do aplicativo, “vamos requisitar mais pessoas para trabalhar nos novos projetos da fundação”, comenta Ana Sarrizo.

Consultada sobre o seu gesto humanitário com as crianças autistas nos EUA, Ana Sarrizo foi enfática: “Penso no próximo, sempre. É o que vale a pena nesta vida, ser solidário. Passar por aqui e não fazer alguma coisa em função do semelhante, não vai valer a pena. Quando eu soube que três milhões de crianças nos Estados Unidos têm autismo, fiquei consternada. Eu, brasileira, precisei fazer algo para ajudar essas crianças”, lembra com carinho.

“Imagine as dificuldades que já enfrenta um adulto autista, em um mundo que não está preparado para lidar com suas diferenças. Agora imagine um adulto autista e que ainda por cima não sabe ler e escrever”, explica a criadora do aplicativo.

“Além dos desafios da doença, o maior entrave ainda é o preconceito. O autista tem dificuldade na comunicação e, consequentemente, deficit no desenvolvimento da linguagem. As técnicas comportamentais dão muito resultados, principalmente quando estruturamos o que será ensinado com a rotina visual, valorizando principalmente os acertos”.

Como funciona o game

“O game trabalha a leitura da esquerda para direita, formação de palavras usando sílabas, interação com cores, sons e outros ‘dispositivos cognitivos’, que ajudam o usuário a trabalhar seu desenvolvimento de forma lúdica”, explica Ana.

“De forma bem interativa, a criança pode customizar seu ratinho, além de ser desafiada a conseguir ‘cheesecoin’, uma espécie de moeda virtual, que ele vai conquistando à medida que executa todas as tarefas propostas. O usuário pode utilizar destes recursos da maneira que desejar, alterando-os nas configurações e ajustando de maneira customizada. A criança é estimulada todo o tempo a executar tarefas cujo objetivo é coletar as sílabas para formar as palavras indicadas pelo Menu do restaurante”, ensina.

“O diferencial do jogo é o dispositivo ‘Rato Amigo’, que tem como objetivo trabalhar, de forma inconsciente, a atitude de pedir ajuda ao próximo, e assim estimular essa ação no seu dia a dia. Os cenários do jogo são cozinhas típicas de oito países, possibilitando a experimentação de novos cenários”, finaliza.

Serviço

Mais informações acesse: brainymouse.org



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