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Essa doença, pega?
Se pegar, então estou perdido! Cruzes!
Não sei quantas vezes você já ouviu isso, mas eu já disse no mínimo mil vezes em minha vida.
Nunca também se deu e muito menos eu me dei o trabalho de tentar descobrir de onde e como ela surgiu.
A única coisa que sabemos é de que tão comum e tão simples, é dita, usada, rebuscada, todas as horas de nossos santos dias. A usamos no caso de sermos verbalmente agredidos por alguma pessoa mal humorada ou mal educada.
Também a usamos quando nos deparamos com algum disparate dito ou feito por alguma pessoa sem noção de tempo e realidade. Até mesmo quando nos encontramos diante de alguém possuído de ardente paixão ou doente morbidez, temos a mania de perguntar.
Mas em momento nos preocupamos mesmo, se essa pega. Porque até se pegar, já pegou!
Quem por acaso tomou alguma vacina ou antídoto a ela? É claro que ninguém!
Poxa! Mas então, estamos mesmo na realidade é com inveja, ciúmes, sei lá o que dessas pessoas? Parece mesmo que na realidade, conforme o caso, bem que gostaríamos que essa doença pegasse mesmo, e prá valer! Ou não?
Principalmente se fôssemos a vítima de uma paixão de alguém por nós! E daí? Qual a graça? Se não fossemos também atingidos pelo vírus, de que valeria alguém ter por nós essa avassaladora paixão? Assim, com a doença só de um lado, seria sem graça. O bom mesmo seria se a doença pegasse dos dois lados, não?
Sem graça como esta crônica de hoje, que já temo que de alguma forma, pegue em vocês. Disseram que pode doer um pouquinho. Mas não mata!
E então eu me pergunto? E se essa doença pega?
Antonio Jorge Rettenmaier, Cronista, Escritor e Palestrante. Esta crônica está em mais de noventa jornais impressos e eletrônicos no Brasil e exterior. Contatos, ajrs010@gmail.com