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Minho, Douro e Dão: o que são?
A qualidade e variedade dos vinhos portugueses são indiscutíveis, porém as riquezas enológicas desse lindo país ficam muitas vezes “encobertas” pelos vizinhos europeus mais famosos. Este mês, exploramos as várias regiões viticultoras de Portugal, seus
vinhos e gastronomia
Edição de maio/2018 – p. 36
Respondendo à pergunta do título, Minho, Douro e Dão são consagradas regiões viticultoras portuguesas, cujos vinhos são reconhecidos em todo mundo – por exemplo, Vinho Verde vem da região do Minho, o vinho do Porto da região do Douro, e Touriga Nacional é a icônica uva portuguesa nativa da região do Dão. E por isso é tão importante falar primeiramente das regiões, pois diferente de outras partes do mundo, os vinhos portugueses são únicos uma vez que produzidos em sua maioria de uvas nativas do país. Logo, é comum não reconhecermos imediatamente uma uva ou denominação presentes no rótulo, dada a especificidade da sua procedência.
É importante saber que Portugal possui 14 regiões viticultoras que dão origem à denominação “vinho regional”. Essa é uma das primeiras informações detalhadas no rótulo que lhe dará pistas sobre o sabor, qualidade e outras características da bebida. Um vinho regional DOC especifica ainda mais a sua origem, e apresenta traços melhor definidos, ja que indica a sub-região da sua produção. Para detalhes sobre as regiões e sub-regiões portuguesas, veja o mapa a seguir:
Infelizmente os vinhos de Portugal tem distribuição limitada, seja pela produção módica, ja que as uvas utilizadas são normalmente exclusivas do país (que é duas vezes menor que o estado da Flórida), seja pelo desconhecimento técnico uma vez que dentro dessa pequena área há tanta variedade, e a já indicada popularidade global de seus vizinhos europeus – vinhos italianos, franceses, espanhóis, alemães e até austríacos tendem a ganhar precedência na “calçada da fama” do mundo enológico. Além do mais, a gastronomia desses outros países é amplamente difundida, sendo fácil pensar em seus sabores e texturas, e consequentemente criar um pano de fundo para harmonizações. Por exemplo, a delicadeza de um prato de frutos do mar francês nos remete a um igualmente delicado Chablis. O mesmo não é verdade quando nos aventuramos pela gastronomia portuguesa – as nuances de sabores desse país são tão variadas e exclusivas quanto suas regiões viticultoras.
Para descomplicar, listamos abaixo os vinhos portugueses de maior relevância e mais amplamente disponíveis no mercado, suas características e chaves para harmonização:
Quinta do Azevedo Vinho Verde: esse delicioso vinho é composto puramente das uvas loureiro (95%) e arinto (5%), com sabor fresco de limão e flores brancas. Apesar da sua delicadeza, possui equilíbrio e presença. Harmoniza perfeitamente com pratos de peixe e saladas, e está disponível na Total Wine por aproximadamente $11USD.
Adega de Borba Vinho Tinto Reserva 2013: a região do Alentejo é mais relevante por sua produção de cortiça do que por suas uvas, que ocupam apenas uma pequena parte do território. Fãs de Malbec e Cabernet Sauvignon irão apreciar esse rótulo particularmente por suas notas de frutas negras e geléia. Com camadas suaves de taninos e inegável elegância, esse vinho cai muito bem com embutidos do porco preto alentejano, e pode ser encontrado no Seabra Foods Orlando por aproximadamente $30USD.
Casa de Santar Dão Reserva 2011: um sério exemplar da região, esse vinho serve sabores defumados e de couro misturados com ameixas maduras e amora. No Dão se cultivam uvas símbolo da cultura enológica portuguesa, como a Touriga Nacional, Tinta Roriz, Jaen e Alfrocheiro, assim que nessa garrafa é possível encontrar os marcantes traços dessas uvas indígenas. Trata-se de um vinho complexo, mas delicioso. É possível encontrá-lo no Lisbon Restaurant, e uma vez la, experimente harmonizá-lo com as Costeletas de Cordeiro.
Cockburn Special Reserve Porto: disponível na ABC Fine Wine & Spirits, este vinho do porto é uma excelente introdução ao mundo dos vinhos fortificados. Delicioso (e econômico), trata-se de um belo exemplar da região do Douro. Apesar da diversidade dos vinhos do Porto, este rótulo possui características leves e acessíveis, sendo fácil harmonizá-lo com queijos e sobremesas. E lembre-se: vinhos fortificados tem maior teor alcoólico, e devem ser consumidos com maior moderação.