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2019 pode ser o ano do investimento em mercado imobiliário
Edição de dezembro/2018 – p. 16
Por Geovany Dias
Em 2018 muita gente aproveitou a baixa de preços pelo metro quadrado na Flórida para investir em mercado imobiliário, o chamado Real Estate nos Estados Unidos. A revista Forbes fez um levantamento em parceria com o Local Market Monitor e publicou em julho deste ano que a Flórida é estado mais favorável ao investimento imobiliário em todo os Estados Unidos, a frente de estados tradicionalmente rentáveis neste mercado, como Texas, Nova York e Colorado. Jacksonville, Tampa, São Petersburgo e Orlando estão entre as 5 melhores cidades para se investir no país, o que torna o estado da Flórida extremamente atrativo ao mercado brasileiro.
Depois de um período em que os valores de imóveis aumentaram em todo o país, a disponibilidade de casas entrou em declínio e, com isso, ficou difícil realizar investimentos razoáveis. Entretanto, em outras regiões dos Estados Unidos, algumas cidades possuem uma interessante relação entre oferta de emprego e crescimento imobiliário e elas foram listadas como seguras para um crescimento econômico sustentável em médio e longo prazo. E, pelo segundo ano consecutivo, Orlando ficou em primeiro lugar. Os valores de imóveis em Orlando aumentaram 9% em 2017, chegando a uma média de US $ 247,550.00. O Local Market Monitor deduz que o mercado permanece em movimento favorável ao investimento e estipula que preços poderão aumentar em 35% até 2021. Um dos fatores que apoiam a previsão positiva é de que a oferta de emprego cresceu 7,1% nos últimos dois anos e a população teve aumento de 7,6% nos últimos três anos.
Relação Brasil e Estados Unidos – quando o assunto é investimento no exterior, a primeira questão que aparece é variação cambial. Nos últimos meses, com a instabilidade do Real, a moeda oscilou drasticamente em relação ao Dólar, batendo marcas históricas. Em setembro de 2018, o Dólar chegou a ser vendido por R$ 4,19, batendo o recorde anterior de R$ 4,13, registrado em 2016.
Entretanto, com as políticas que devem ser adotadas pelo novo governo, espera-se que a chamada “fase de lua-de-mel” consiga reduzir o impacto e diminuir a variação cambial e, portanto, influenciar diretamente no potencial de compra do investidor brasileiro no exterior. Essa também é a projeção de Márcio Silva, corretor de imóveis e especialista em mercado imobiliário. “O câmbio deverá se normalizar com o tempo, não será imediatamente. Mas já sentimos e poderemos sentir ainda mais a estabilidade cambial. Sem a oscilação abrupta e constante do câmbio, o investidor poderá se programar e a valorização imobiliária compensará a pequena variação que possamos ter”, explica Márcio, que também é proprietário da MS Realtor, em Orlando.
Com o aumento do potencial de investimento do brasileiro e com a crescente atividade da Flórida como ponto turístico na América, cidades como Orlando passam a ser cada vez mais visadas. “Orlando é uma cidade em constante movimento e com um imenso crescimento projetado. O volume de projetos na Flórida Central tem movimentado muito o mercado imobiliário de Orlando. A busca por imóveis e o pouco inventário tem ajudado à constante valorização imobiliária. Mesmo com a variação cambial um pouco em desvantagem, estamos em um ótimo momento para o investimento imobiliário”, comentou Márcio. Em 2017, segundo a MarketWatch, o preço médio do imóvel em Orlando valorizou 10.7%.
O retorno do pequeno investidor – De acordo com a projeção do especialista, o que deve ainda ser mais visível em 2019 no que se refere a investimento em marcado imobiliário internacional, ou seja, quando o investidor está no Brasil e depende das finanças do país, é o retorno do investimento de menor porte, ou seja, do pequeno investidor. Com a crise econômica e, por conseguinte, instabilidade do Real em relação ao Dólar, a queda neste tipo de investimento foi a mais perceptível e, ao mesmo tempo, a mudança neste cenário será um provável termômetro para avaliar o aquecimento da economia brasileira. “Acredito que o mercado se estabilizando no Brasil, trará de volta o pequeno investidor, que por segurança financeira, ou diversificação de investimento, se repreendeu de investir já que estava com receio do câmbio alto e da insegurança no Brasil”, explica Márcio.
Quem seria pequeno investidor – a nomenclatura tem mais a ver o risco de investimento do que com o volume de dinheiro. O pequeno investidor é aquele que tem uma reserva financeira menor e precisa fazer um investimento certeiro para que seu patrimônio cresça. Com o enrijecimento da crise, esse perfil de investidor reduziu em decorrência da instabilidade no mercado, que acarretou na insegurança de efetivar qualquer transação enquanto não houvesse sinais de melhora. O grande investidor seria aquele que investe com mais frequência e que pode assumir riscos maiores por ter maiores fundos de reserva. “O grande investidor continuará investindo, uma vez que o painel de oportunidades só mostra melhoras. E teremos o retorno do pequeno investidor, que voltará a apostar suas economias neste mercado de crescimento marcante e seguro”, finalizou Márcio.