Produção de Verdades Secretas

Produção de Verdades Secretas

A cidade que conta parte da história

São Paulo não é apenas um pano de fundo para que seja narrada a trama de ‘Verdades Secretas’. A cidade é parte da história e está presente na maneira como os personagens falam, nos figurinos, por onde eles passam, moram e se encontram. Justamente por isso, a equipe da novela deu início às gravações, no início de abril, na capital paulistana. E mais do que isso, aproveitou alguns eventos que acontecem na cidade para inserir na trama.

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As gravações aconteceram em diversos pontos da cidade, como Vila Madalena, Vila Leopoldina, Cidade Jardim, Praça Benedito Calixto, Centro, Avenida Faria Lima, Barra Funda, Parque Cândido Portinari, Parque Trianon e Parque do Povo. Camila Queiroz, Rodrigo Lombardi, Marieta Severo, Reynaldo Gianecchini, Rainer Cadete, Grazi Massafera, Ágatha Moreira, Bel Kutner, Ana Lúcia Torre, Gabriel Leone, Yasmin Brunet, Rhaissa Batista, Jéssica Córes, Felipe de Carolis, Raphael Sander e Christian Villegas foram alguns dos atores que começaram a gravar a novela em São Paulo.

O ponto alto das gravações foi a experiência vivida na semana de moda de São Paulo. Elenco e produção circularam e gravaram pelos bastidores, sem interferir no ambiente real, nas dinâmicas dos desfiles e do backstage. Da maquiagem, passando por encontros interessantes – como o que reuniu as tops internacionais Caroline Trentini e Raica Oliveira com atores da novela – até chegar às passarelas, tudo isso foi aproveitado para contar a trama. Reynaldo Gianecchini, Camila Queiroz, Ágatha Moreira e Yasmin Brunet, entre outros atores, desfilaram pra valer, representando grifes. Marieta Severo e Rodrigo Lombardi gravaram cenas circulando pelo evento e, claro, sentados à primeira fila de concorridos desfiles. “Captar o imediatismo do que acontece na SPFW foi incrível. Uma experiência única”, disse Mauro Mendonça Filho, diretor de núcleo.


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A estrutura e a performance do internacional Fuerza Bruta também fizeram parte das gravações. Um desfile, que terá como foco a primeira aparição da protagonista, Arlete/Angel (Camila Queiroz) como modelo, acontece durante a apresentação da companhia, que tem dança, música e acrobacias aquáticas em seu repertório.

A São Paulo como ela é

A equipe de cenografia e produção de arte de ‘Verdades Secretas’ teve um grande desafio ao criar os cenários onde a trama se passa: mostrar a cidade de São Paulo como ela é. Nesta produção, o objetivo é trazer, especialmente para dentro do estúdio, a vida, as luzes e cores da capital paulistana. “A nossa inspiração está na arquitetura moderna de São Paulo, que conta com cenários espaçosos e amplos, principalmente nos ambientes dos personagens mais ricos. A arquitetura paulista tem personalidade. Vamos ver isso mais na casa da Pia (Guilhermina Guinle) e na casa do Alex (Rodrigo Lombardi)”, explica Alexandre Gomes, diretor de arte.

Para decorar os ambientes, a equipe comprou tudo em São Paulo. Móveis tops, assinados por designers brasileiros e estrangeiros, como Sergio Rodrigues e Domingos Tótora, entre outros. O cenário de Fanny (Marieta Severo) também tem peças que saltam aos olhos. Em relação às cores, a pedido do diretor de núcleo, Mauro Mendonça Filho, as equipes estão trabalhando com cores mais saturadas. Na agência de modelos, a cor é forte. Há muito vermelho e verde. Os ambientes dos personagens também têm muita cor. No caso de Fanny (Marieta Severo), há muito roxo.

A casa de Alexandre é um dos cenário mais ousados para se construir em estúdio. Há uma estrutura metálica, com pé direto duplo e mezanino.  As janelas vão do chão ao teto. É um prédio bem alto. O da Pia também se destaca. Há vários jardins internos, o que é muito presente na arquitetura paulista, que aposta na criação de pátios internos. É arquitetura paulista contemporânea, ou seja, espaços amplos e vazios.

Externas em São Paulo

“Quando trabalhamos na cidade, em externas gravadas nas ruas, interferimos apenas na luz e na cor. O foco é mostrar o ambiente mais real possível”, conta Alexandre Gomes. Por outro lado, quando as cenas são feitas em locações, a atuação das equipes se modifica um pouco. “Transformamos uma boate que tinha um cenário incrível – a vista era da cidade de São Paulo e a cidade ficava muito presente – em um café. Lá gravamos uma cena de Angel com Visky (Rainer Cadete), quando ele conta para a modelo que Alex vai se casar com a mãe dela, Carolina (Drica Moraes)”, explica o diretor.

Durante as gravações em desfiles reais, não houve intervenção nenhuma das equipes de cenografia e produção de arte. Mas a experiência foi proveitosa para ver na prática e de perto como funcionam os bastidores de um desfile. Esse aprendizado foi logo colocado em prática, uma vez que foi necessário criar um ambiente bem parecido para a gravação de um desfile fictício no galpão onde o grupo argentino Fuerza Bruta está se apresentando em turnê. A cenografia construiu uma passarela e criou uma estrutura para que iluminação das cenas pudesse aparecer, afinal o Fuerza Bruta usa outro tipo de iluminação. “Ficou lindo o reflexo da nossa luz na piscina. O grupo argentino foi fenomenal e eles ficaram felizes com o resultado no vídeo. O diretor artístico do Fuerza ficou do lado do André Felipe Binder, diretor-geral de ‘Verdades Secretas’, dirigindo a equipe do grupo junto com a nossa”, contou Alexandre Gomes.

Cidade cenográfica

Grande parte da cidade cenográfica de ‘Verdades Secretas’ está tomada pela escola. É lá onde Arlete (Camila Queiroz) e Giovanna (Ágatha Moreira), além de outros personagens, estudam. É uma escola de classe média alta. O espaço conta com salas de aula, cantina, quadra, pátio, corredores e biblioteca. A equipe de cenografia optou por móveis mais contemporâneos – laptop são usados em sala de aula.  “Pensamos no que há de mais moderno na escola. Uma escola tecnológica. Lousa interativa. Tudo que passe uma imagem de modernidade, ou seja, coisas que estão sendo lançadas e que serão tendência em algum momento”, revela Camila. Segundo ela, o aluno desta escola chega, mexe na tela e grava a aula. Além disso, a equipe de produção de arte criou e confeccionou toda a identidade visual da escola, como apostilas e logomarcas. A instituição leva o nome de Escola Instituto Jovem Werther de Ensino, cuja inspiração está no livro ‘Jovem Werther’, um marco do modernismo na literatura, sugestão do autor, Walcyr Carrasco.

Luxo e modernidade na produção de arte

Um dos grandes desafios da produção desta novela é dar veracidade aos cenários e personagens. Para isso, os profissionais foram ao mercado buscar parceiros, equipamentos, objetos e know how para transformar a ficção em algo muito próximo da realidade. A equipe de produção de arte, assinada por Silvana Estrella, teve como um dos pontos de partida um mergulho na cidade de São Paulo. Foram realizadas pesquisas e consulta a livros de fotógrafos que revelam a capital, além da pesquisa presencial. Visitaram boates, cafés, restaurantes, entre outros. Tudo para que fosse possível reconstruir do mesmo jeito no Projac.

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Em relação aos cenários que merecem destaque, mais uma vez aparece o do endinheirado Alex (Rodrigo Lombardi). Para as gravações em São Paulo, a locação da empresa do personagem era em um grande prédio de São Paulo, onde funciona um escritório de advocacia. Na hora de migrar para o estúdio, esse escritório foi recriado, sendo fiel às instalações originais. Com um detalhe bem especial: como a sala dele é na cobertura do prédio, o personagem podetá olhar pela janela e ver São Paulo em movimento.

Universo fashion

A agência da Fanny (Marieta Severo) exigiu um cuidado especial da produção de arte. Os modelos que trabalham para ela têm suas fotos estampadas em capas de revistas e campanhas publicitárias, material que ajuda a decorar o lugar. Por isso, o elenco participou de uma sessão de fotos bastante específica. “Optamos por um fotógrafo especializado em moda, que já tem experiência em fazer catálogos. Pensamos nisso para que ficasse tudo com uma linguagem única. Também escolhemos um estúdio pra montar o composite das outras modelos. Visitamos e tomamos como referência algumas agências de São Paulo. E usamos equipamentos de estúdio fotográfico, tudo bem moderno, com refletor, canhão de luz…”, esclarece Camila.

A logomarca da Fanny Models e os books feitos em pastas reais também foram produzidos. Para isso, a equipe foi ao mercado para procurar empresas que fornecem para as agências reais. “Produzimos um site com base nas agências que existem. Apostamos em cores específicas, como o uso do preto e branco. Seguimos a linha do realismo”, explica Camila.

Na cidade cenográfica, há ainda um estúdio fotográfico, que é uma parte da agência de Fanny (Marieta Severo), e uma Hamburgueria, o ponto de encontro de Arlete e Eziel (Felipe Hintze).

Da camiseta “podrinha” ao terno italiano

‘Verdades Secretas’ respira moda e esse tema deixa a novela mais colorida. Pensando nisso, a equipe apostou em uma parceria com o estilista e consultor Dudu Bertholini para se fazer algo bem próximo do real. “Queríamos realidade, de forma que a agência de modelos estivesse inserida no mercado. Dudu nos ajudou na São Paulo Fashion Week e produziu um desfile escrito para a história. Realizamos dentro do Projac e ele desenhou os modelos.”, afirma Ellen Milet, que assina o figurino.

Segundo ela, a chegada de Dudu vai ao encontro do objetivo que é ter alguém de moda e que seja de São Paulo. O universo paulista é o que move a concepção dos figurinos. E isso será  visto nos núcleos da escola de classe média alta, na agência de modelos, das famílias mais tradicionais, da grande empresa do setor têxtil cujo dono é Alexandre (Rodrigo Lombardi). Há, claro, muita sofisticação, pois conforme conta Ellen, essa é uma característica de São Paulo. “A galera de moda se monta mais, assim como os adolescentes. Isso quer dizer que eles usam grifes, grifes internacionais, coisas caras. Eles gostam de investem no design das peças, compram coisas boas”, detalha a figurinista, que está compondo looks como se a trama se passasse no clima de outono-inverno.

O guarda-roupa dos personagens

Fanny (Marieta Severo) é poderosa, e uma personagem importante na história. Mulher forte, que se relaciona com um homem mais jovem e paga por isso, literalmente. É a dona da agência de modelos e administra a galera da moda. Sabendo disso, Ellen foi buscar inspiração em uma editora de moda de uma revista francesa, que apostava em editorias com fotos muito sensuais e chiques. Apesar de Fanny não ser editora, ela se propõe a produzir desfiles ao longo da trama, por exemplo. E, assim como a editora da revista, Fanny usa a sensualidade de suas modelos para fazer negócios. A tal editora sempre vestiu muitas peças de couro. Daí essa influência no figurino de Fanny.

A protagonista da novela, Arlete (Camila Queiroz), é muito jovem. Ela vem do interior para se tornar modelo na cidade grande. Ela usa muito jeans, tênis, peças em crochê e mochila. Obviamente, ela chega de um jeito e isso se modifica bastante quando ela começa a conviver com outras modelos e com Fanny, que a ajuda a mudar de estilo. Então ela passa a se vestir como uma modelo de verdade, e vive uma verdadeira transformação.  O look se define com short curto, uma botinha, jaqueta de couro e camiseta de malha – estilo muito comum entre as modelos.

Outra jovem da história é Giovanna (Ágatha Moreira). As duas são meninas completamente diferentes. Giovanna tem acesso a tudo. Mas o que ela quer mesmo é chocar as pessoas. Ela choca com as roupas, com peças que ninguém teria coragem de usar. Anda com calças rasgadas. Ela tem a orelha toda furada, usa bolsas caríssimas para ir à escola e apesar da pouca idade usa saltos gigantescos. Há ainda a maquiagem. Muita cor preta em seus olhos.

Larissa (Grazi Massafera) é uma modelo que já está passando um pouco da idade. Está chegando a hora de parar, mas ainda não conseguiu sair desta vida. Ela trabalhou muito e conhece bem o mercado, conhece a moda. Mas não acha outras opções em sua vida. E ainda precisa lidar com o vício. “Ela é uma hippie moderna. Usa um estilo que está na moda, mas que tem a ver com essa característica dela, que buscamos um pouco nos festivais de rock dos anos 70, acho meio Coachella. Ouve rock’n roll e está quase sempre com uma onda ruim”, define a figurinista. Larissa usa franjas, calça boca de sino, tamancos, tops, chapéus. Muito acessório, muita prata.

Alexandre (Rodrigo Lombardi) é um homem que aposta no terno clássico, sempre bem ajustado. De acordo com Ellen, levou um tempo até que a sua equipe chegasse a esse corte. Rodrigo chegou a emagrecer para o personagem. E esse novo corpo dentro de ternos sob medida chegou a um resultado que pode ser definido com uma só palavra: elegância. Alexandre usa ternos de grifes italianas e de dois alfaites paulistas que só fazem roupas sob medida. Para cada peça, umas quatro provas de roupas foram feitas.

Outro que tem estilo próprio é Anthony (Reynaldo Gianecchini). “Ele se veste como se fosse o último suspiro”, brinca Ellen. Ele usa muita regata, calça colorida, jaqueta de couro. Está sempre muito sexy porque é o que ele tem na vida, é o que tem a oferecer. Gianecchini fez um corte radical no cabelo, com grisalho na lateral e escuro em cima. E está com formas mais angulosas, com mais cara de modelo.

Muito do que Visky (Rainer Cadete) é foi encontrado na figura do prórpio Dudu Bertholini. Como o cabelo preso com um nó no alto  da cabeça e alguns brincões que aparecem de vez em quando. Visky veste muito jeans rasgado e aquilo que é conhecido no mundo fashion como camiseta podrinha. Para compor o visual, coturno e sempre um “jaqueta importante”, de preferência uma “Balmain”. “Fizemos uma dessas jaquetas aqui e encontramos em nosso acervo uma peça incrível, preta e cheia de brilhos, que lembra a jaqueta usada por Michael Jackson em Thriller. Essa peça está no guarda-roupa de Visky”, adianta a figurinista.

Pia (Guilhermina Guinle) é uma mulher sofisticada. Mas como ela é rica de berço e a atriz empresta sua elegância para a personagem, a equipe de figurino evitou cair no óbvio. Apesar dos momentos em que ela se veste de joias, em casa ela é despojada. Pia malha muito e quer parecer jovem. Por isso ela não tem a necessidade de mostrar para o mundo, o tempo todo, que ela é rica.

Hilda é vivida por Ana Lúcia Torre. “Sempre tive vontade de trabalhar com ela, sempre fui muito fã. Por isso fiz a Hilda de um jeito que ela ficasse moderna, porque é assim que eu vejo a Ana Lucia”, confidencia a figurinista. Hilda já foi professora e guarda em seu figurino uma certa jovialidade, com o uso de saias longas, túnicas e um cabelo curtíssimo.

Na escola, o ótimo elenco permite a produção de figurinos bem diferentes. Não tem unifome. Eles se vestem com muita personalidade. E tem de tudo! Patricinha rica, outra que quer chocar, outra que lembra uma japonesa… Na ala masculina, tem o nerd, o punk. “Todos com grana e cada um com a sua onda:  tecnologia, música, grifes”, conta Ellen.



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