Pesquisadores alertam que se a poluição plástica continuar nos níveis atuais poderá levar a declínios significativos na produção de safras e frutos-do-mar, agravando a fome global e desafios ambientais
Da Redação – Um estudo publicado no “Proceedings of the National Academy of Sciences USA” descobriu que os microplásticos podem reduzir a fotossíntese em até 12% em média, afetando tudo – plantações agrícolas até algas marinhas. Diante desta constatação, pesquisadores alertam que se a poluição plástica continuar nos níveis atuais poderá levar a declínios significativos na produção de safras e frutos-do-mar, agravando a fome global e os desafios ambientais.
De acordo com a pesquisa, os microplásticos, definidos como partículas plásticas menores que cinco milímetros, tornaram-se uma preocupação ambiental crescente. Eles se acumulam no solo, na água e no ar, expondo as plantas à contaminação em todos os estágios do crescimento.
O novo estudo descobriu que os microplásticos interferem na fotossíntese, o processo pelo qual as plantas convertem a luz solar em energia. Em diferentes ambientes, a taxa de fotossíntese caiu em milho, arroz e trigo.
Isso significa menos energia para o crescimento das plantas, levando à redução da produção agrícola e interrupções na produção de alimentos.
Quais são os riscos a longo prazo? Os efeitos dos microplásticos na vida vegetal podem ter consequências de longo alcance além da agricultura.
Se as culturas básicas como milho, arroz e trigo continuarem a diminuir, os agricultores podem enfrentar perdas de 4 a 13,5% na produção anualmente nos próximos 25 anos, aumentando a insegurança alimentar em todo o mundo.
Além disso, como a fotossíntese remove dióxido de carbono da atmosfera, um declínio generalizado na saúde das plantas pode dificultar os esforços para desacelerar as mudanças climáticas.
Muitos modelos climáticos presumem que florestas, pastagens e bancos de algas absorverão carbono a uma taxa constante, mas se o crescimento das plantas for prejudicado por microplásticos, essa captura natural de carbono pode enfraquecer.
O que pode ser feito para reduzir a poluição por plástico? Os autores do estudo estimam que reduzir o desperdício de plástico em apenas 13% poderia mitigar 30% da perda de fotossíntese causada por microplásticos. No entanto, os esforços internacionais para regular a poluição por plástico continuam paralisados.
As Nações Unidas vêm negociando um tratado global sobre plásticos desde 2017, mas as negociações mais recentes em Busan, Coreia do Sul, terminaram sem uma resolução. Cientistas alertam que, sem uma ação decisiva, os resíduos plásticos continuarão a se degradar em microplásticos, aumentando os danos ecológicos nos próximos 70 a 100 anos.
Fonte – “Proceedings of the National Academy of Sciences USA”
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