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Empresários brasileiros defendem acordo de livre comércio com os EUA
Representantes do empresariado defendem ‘reorganização do Mercosul’. Foi criado grupo de trabalho com empresários norte-americanos.
O presidente da seção brasileira do Conselho Empresarial Brasil-Unidos (Cebeu), Frederico Curado, e o diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi, defenderam nesta terça-feira (11), em Brasília, um acordo de livre comércio com os Estados Unidos – apesar das limitações impostas por conta do Mercosul.
“Os Estados Unidos continuam sendo o maior destino de produtos brasileiros manufaturados. A pauta bilateral é muito rica. O potencial é muito grande, é muito maior. Se puder avançar um pouco, aproveito para dizer que há três prioridades: algum tipo de acordo de livre comércio, que aumenta a relação comercial formalmente, um acordo para evitar bitributação e um acordo de facilitação de trânsito de pessoas”, disse Curado a jornalistas.
Segundo Carlos Abijaodi, da CNI, que representa o empresariado brasileiro, uma das pautas da indústria proposta aos candidatos à Presidência da República, durante a corrida eleitoral, foi a “reorganização” do Mercosul (bloco composto pelo Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela). Pelas regras do acordo comercial, um país membro não pode assinar acordos comerciais com outras nações sem o consentimento prévio do bloco.
“Vemos o Mercosul como um bloco importante. Não desvalorizamos o bloco, mas achamos que tem de haver uma maneira de poder caminhar dentro da necessidade que a indústria tem. Vamos propor que haja uma nova avaliação do Mercosul dentro de uma perspectiva que há necessidade de acordos não só com os EUA, mas com a União Europeia. O acordo do Mersocul com a União Europeia [que está sendo negociado] deve ser contrabalançado com acordos com outros países. A indústria não pode estar condicionada aos mercados que dispõe hoje, tendo a América Latina com preferências”, declarou Abijaodi a jornalistas.
Ele observou que tanto os Estados Unidos quanto a União Europeia têm acordos comerciais com países vizinhos do Brasil, o que dificulta colocar produtos nessas nações. “Estamos perdendo isonomia de competitividade por causa da situação. Temos de olhar não só Mercosul, mas também renegociar acordos com a Aladi. Acordos para a indústria brasileira representam possibilidade de negociação de barreiras não tarifárias e estimulam investimentos, tecnologia”, acrescentou o diretor da CNI.
Também presente na CNI nesta terça-feira, a a vice-presidente das Américas da US Chamber, Jodi Bond, o Brasil e os Estados Unidos poderiam estar atuando mais em conjunto para estimular a competitividade das empresas em ambos países e crescerem juntos.
“Passamos um tempo vendo condições atuais. Olhamos para parceria bilateral e todas nuances e formas que poderíamos ‘linkar’ para melhorar nosso acordo. Temos de reconhecer o que o Brasil tem e os acordos que os Estados Unidos têm com outros países e qual agenda de competitividade juntos poderemos criar”, declarou ela.
O presidente da seção brasileira do Conselho Empresarial Brasil-Unidos (Cebeu), Frederico Curado, informou que foi criado um Grupo de Trabalho, com duração de um ano, para consultar empresários do Brasil e dos Estados Unidos para estreitar as relações comerciais.
“Isso poderá ser uma preparatória para estimular o nosso governo a ter um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. O formato não pensamos ainda. O grupo de trabalho vai analisar uma série de coisas (…) Nós avaliamos do lado brasileiro e eles do lado americano. Ao longo deste tempo, vamos avaliando quais são os pontos que podermos trabalhar mais. Podemos chegar a um acordo de livre comércio”, concluiu Curado.
Fonte: g1.globo.com