Tagarelice

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ABR/12 – pág. 52

Quando ainda menina, eu recebi uma lição preciosa por causa da minha tagarelice exagerada.


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Apesar das advertências de meus pais, vira e mexe, lá estava eu me intrometendo na conversa alheia e interrompendo a fala das pessoas.

Naquela época, eu morava no campo e, numa manhã tranquila, minha tia Ana me convidou a dar um passeio. O silêncio da manhã só era interrompido pelo canto dos pássaros. Num determinado momento, minha tia perguntou: – O que você está ouvindo?

– O canto dos passarinhos. Respondi.

Passados dois minutos ela disse: – E agora?

Prestei mais atenção e respondi: – Parece que vem uma carroça lá na estrada, agora ouço bem, e é barulhenta, né tia?

– Isto mesmo, vem vindo uma carroça vazia. Disse minha tia.

De onde estávamos não se via a estrada e eu intrigada perguntei:

– Como a Senhora sabe que a carroça está vazia?

– Por causa do barulho que ela faz. Uma carroça vazia faz muito barulho. Disse ela.

Tia Ana era experiente, observadora e sempre encontrava um jeitinho de ensinar algo importante para minha formação.

Ainda hoje, sempre que vejo uma pessoa tagarelando sem parar e interrompendo a fala de outras pessoas ou quando eu estou prestes a fazer o mesmo, lembro-me do som da carroça vazia descendo a estrada de terra.

Madu – abril/2012

Madu Caetano


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