O Espírita e a Sociedade

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OUT/13 – pág. 52

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai e eu o amarei e me manifestarei a ele” – Jesus – João, 14:21

resgate-por-amor--jesus-ajudando-um-menino-1a97dTer os mandamentos significa estudar os ensinos, buscando entendê-los cada vez melhor. E guardar os mandamentos é observá-los, aplicá-los na vida diária. Guardar alguma coisa é colocá-la em lugar conveniente e, observando a própria atividade do Mestre, sabemos que seus mandamentos eram postos a favor da orientação dos homens.


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Emmanuel, no “Livro da Esperança”, lição 71, lembra que a finalidade de nossa vida, na Terra, é a evolução espiritual. E para realizarmos essa evolução não podemos nos isolar, fugir do convívio social. Se o trabalho é a escola, o contato social é a pedra de toque a definir-lhe o aproveitamento. Vale recordar a parábola dos talentos. O servo que recebeu apenas um talento, temendo colocar aquela pequena quantia em movimento, enterrou-a. E, na prestação de contas, teve seu procedimento reprovado, pois o seu dever era movimentar os recursos confiados a sua guarda. A advertência é oportuna, porque somos morosos, negligentes, na movimentação dos recursos que o Pai nos confia. Quando se trata dos valores materiais, lutamos, empenhamo-nos ao máximo, mas, em se tratando da aquisição dos valores espirituais, não mostramos a mesma dedicação e capacidade de luta.

Emmanuel esclarece que “as leis do universo objetivam o aperfeiçoamento das criaturas”. O mundo não deve se converter em vale de mendicância e sofrimento. E cabe aos mais esclarecidos, conscientes de suas responsabilidades, trabalharem primeiro por sua própria transformação e depois em favor da coletividade, para que esta progrida. “Para construir um mundo novo precisamos de um homem novo. O mundo está cheio de erros e injustiças porque é a soma dos erros e injustiças dos homens. Todos sabemos que temos de morrer, mas só nos preocupamos com o viver passageiro da Terra. Por isso, a humanidade desencarnada que nos rodeia é ainda mais sofredora e miserável que a encarnada a que pertencemos”. (1)

Mas, por onde começar? É ainda Emmanuel que ensina: “Você pode deter um diploma acadêmico, desfrutando de melhores condições de trabalho e posição social, mas procure fazer algo para que o próximo se desvencilhe da ignorância; você pode desfrutar de residência confortável, obtida com o seu trabalho, porém procure colaborar para que os menos favorecidos tenham um abrigo; você pode contar com mesa farta, mas faça algo para diminuir a fome alheia, sem esperar que os famintos venham lhe puxar o paletó, suplicando um pedaço de pão; perfeitamente compreensível que você procure se trajar bem, visando não só a boa apresentação, como o conforto a que faz jus, mas não se esqueça de que há irmãos que tremem de frio e esperam pelo concurso amigo daqueles que podem auxiliar”. E conclui o instrutor espiritual: “Apoiemos o bem para que o bem nos apoie”. Sim, todos nós suplicamos pela misericórdia divina. Queremos saúde, êxito nos negócios, paz em família, enfim queremos receber o melhor. Mas devemos nos lembrar de que para recebermos o bem, cumpre-nos criar condições, fazer a nossa parte, para que esse bem possa nos beneficiar.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia, afirmou o Mestre. Misericordioso é aquele que se compadece e auxilia os necessitados. A misericórdia que fazemos é condição para recebermos a misericórdia de Deus. É bom lembrar que não basta fazer o bem. É importante o “como” fazer. Fazer o bem, pensando em resultados, em receber a recompensa, ainda que esse desejo seja camuflado, é comércio. Quem procede assim ainda não se libertou do hábito da troca, do egoísmo, do comércio. E esse espírito interesseiro anula o mérito da ação.

A oportunidade de fazer o bem é uma bênção que o Pai concede em favor da própria criatura, isto é, o verdadeiro beneficiado é o autor da ação. Entendeu a lei, e se sente feliz em poder contribuir para o bem do seu semelhante. Não se sente autor da ação, mas um mero instrumento do Pai.

Felicidade sozinha é egoísmo. Felicidade compartilhada volta aumentada. Devemos fazer tudo ao nosso alcance para colocar os mandamentos de Jesus em atividade. Podemos e devemos ajudar a transformar a face do nosso planeta, beneficiando aos que povoam as suas diversas faixas da vida, porque Jesus fez e faz assim, e devemos fazer também. Distribuamos o bem, em nome de Jesus, e não apenas seremos amados por Ele, como Ele se manifestará na pauta de nossa vida, soerguendo os nossos próprios ideais e partilhando conosco os embates inevitáveis da luz contra as trevas.

(1) – J. Herculano Pires – O Homem Novo

José Argemiro da Silveira
Autor do livro: Luzes do
Evangelho, Edições USE



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