Um estudo da Universidade UTHealth Houston, no Texas, apontou que as pessoas adultas que tomaram a vacina da gripe tiveram uma probabilidade 40% menor de desenvolver a doença de Alzheimer em comparação com os não vacinados. O artigo será publicado na edição de agosto do periódico “Journal of Alzheimer’s Disease”.
Para chegar a esse resultado, os cientistas analisaram informações disponíveis em um banco de dados de pacientes com mais de 65 anos entre setembro de 2009 e agosto de 2019. Foram incluídos na pesquisa, cerca de 1,9 milhão de indivíduos que não tinham um diagnóstico prévio de demência. Os acompanhamentos foram realizados ao longo de quatro anos para todos os pacientes participantes. No total, o risco para o desenvolvimento da doença foi 40% maior no grupo de pessoas protegidas contra a influenza.
“Descobrimos que a vacinação contra a gripe em idosos reduz o risco de desenvolver a doença de Alzheimer por vários anos. A força desse efeito protetor aumentou com o número de anos que uma pessoa recebeu uma vacina anual contra a gripe”, comentou o pesquisador Avram Buchbinder, líder e principal responsável pelo estudo.
A explicação para a vacina diminuir as chances de Alzheimer ainda não está clara e os próprios pesquisadores lembram que outros imunizantes, como a do tétano e da herpes, possuem efeitos parecidos contra a doença. Em uma nova rodada de pesquisas, os estudiosos pretendem investigar possíveis relações com a vacina contra a Covid-19. “Pesquisas futuras devem avaliar também se a vacinação contra a gripe está associada à taxa de progressão dos sintomas em pacientes que já têm demência de Alzheimer”, diz Bukhbinder.
A preocupação dos pesquisadores com formas de se proteger, cresce junto à incidência da doença em todo mundo. Nos Estados Unidos, o número de pacientes com Alzheimer chega a 6 milhões, o que deve aumentar ainda mais com o envelhecimento da população.
