Um gesto de carinho com gatos abandonados

Um gesto de carinho com gatos abandonados

Você já se deparou com um gatinho subnutrido, perambulando pelas de Orlando? Pensou em levá-lo para casa e cuidar do bichinho? Este tem sido o trabalho do “Stray and Feral Paws of Orlando – Cat Rescue Group”, comandado por brasileiros, que recolhe os felinos, encaminha-os para castração e adoção. Uma atitude de respeito aos animais

Edição de junho/2017 – pág. 12 e 18

O amor aos animais é um gesto de complacência na era da desumanização e do individualismo. Acolher bichos que carecem de cuidados é observar a necessidade daqueles que foram abandonados por alguma razão, e que perambulam pelas ruas em busca de alimento e carinho. O gato, por exemplo, é amigo incondicional, que dá o seu melhor sem esperar nada em troca. E deixá-lo exposto a pessoa é o caminho para criar relação de afeto. Por este e outros motivos, temos que ter consciência de que são seres vivos que precisam de respeito. Há estudos que comprovam que animais nos beneficiam na saúde e podem inclusive curar doenças como depressão, entre outras enfermidades. Segundo veterinários, a convivência é terapia que equilibra as emoções e organiza os pensamentos.

Em Orlando, o “Stray and Feral Paws of Orlando – Cat Rescue Group”, integrado pelos brasileiros Ana Cláudia Bignade, Giulliana Filenti, Michelle Manceau, Karen Lima, Camila Debierre e Roberto Monzon, popularmente chamado de Tito, há dois anos vem realizando um trabalho excepcional em defesa de gatos abandonados. Sem ajuda financeira, encaminham os bichinhos para castração – em clínica especializada -, cuidam deles com carinho e os disponibilizam para adoção. Em alguns casos, os felinos são encaminhados para o Shelter. “O número de gatos abandonados em Orlando é surpreendente”, relata Ana Cláudia. “Temos várias colônias de gatos abandonados e o nosso grupo vem cuidando de cinco colônias em Orlando. É um trabalho minucioso resgatar os bichinhos das ruas, alimentá-los e procurar por pessoas que queiram adotá-los. É desumano deixá-los perecendo nas ruas”, alerta Ana.


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“Eu levo os gatos para a minha casa até que possamos encontrar um abrigo para eles”, complementa. “Geralmente são gatos doentes, malnutridos, e que precisam de tratamento, então os levo ao veterinário. Cuidamos deles com alimentação e a medicação necessária, depois da castração do bichinho. A castração é o nosso foco, evitando a procriação de animais abandonados. E depois de curados e castrados, os levo de volta para a colônia porque na minha casa não tem espaço adequado para abrigar tantos felinos e precisamos socorrer outros bichinhos”, acrescenta Ana Cláudia.

É importante ressaltar que os gastos com castração, medicamentos e ração para os gatos são custeados pelos próprios membros do “Stray and Feral Paws of Orlando – Cat Rescue Group”. Todos são voluntários e não recebem nenhum tipo de ajuda para a execução dessa importante tarefa de solidariedade aos animais abandonados. “Temos licença para levar os gatos para castração, que custa vinte e cinco dólares por animal. Eu inclusive estou pagando o atendimento veterinário de um gato que tinha câncer exposto”, lembra Ana Cláudia. “Basta você olhar nos olhos do bichinho e entender que ele precisa de ajuda. Têm pessoas que acham bonitinho, mas não fazem nada. Não ajudam e dão às costas sem compreender que o animal merece o nosso respeito. Fé sem ação é morta”, alerta.

Conta Ana que ao receber o telefonema de uma mulher que dizia ter visto uma gata e seus dois filhotes abandonados, ela se prontificou a atender a solicitação. “Naquele exato momento estava com um compromisso de trabalho e pedi àquela senhora que comprasse ração e que desse aos bichinhos até que eu pudesse ir resgatá-los, em dois dias. Eu me prontifiquei a pagar a ração quando chegasse ao local. E quando cheguei ao endereço para pegar os gatinhos, para a minha surpresa, os animais não tinham sido alimentados e um dos filhotes tinha morrido de fome. A mesma senhora que me pediu ajuda pelo telefone alegou que tinha se esquecido de comprar a ração, imagine. A ração custava muito barato, apenas 1,99. O outro gatinho, quando o encontrei, estava comendo um sapo morto. Fiquei muito chateada pela insensibilidade daquela mulher”, fala com ressentimento.

“Stray and Feral Paws of Orlando - Cat Rescue Group”, integrado pelos brasileiros Ana Cláudia Bignarde, Giulliana Filenti, Michelle Manceau e Roberto Manzon
“Stray and Feral Paws of Orlando – Cat Rescue Group”, integrado pelos brasileiros Ana Cláudia Bignarde, Giulliana Filenti, Michelle Manceau e Roberto Manzon

“O amor ao próximo, pelos animais, é um importante. E se você não gosta de animal, não será solidário com um mendigo que lhe pedir ajuda, ou com quem quer que seja. Tem gente que aponta o problema, mas não move um dedo para solucioná-lo. Ele transfere a responsabilidade. E mesmo que você não goste de animal, ajude-o de alguma forma. Toda vida é importante, preciosa. Se todos entenderem isso, será ótimo”, orienta Ana Cláudia.

Como tudo começou

Já no Brasil, Ana Cláudia Bignade – natural de Pompéia no interior de São Paulo -, demonstrava o seu amor pelos animais e os recolhia das ruas quando os encontrava abandonados e doentes. “Sempre gostei de bichos, os meus pais também gostavam de animais. E quando vim para Orlando, há dez anos, eu morava em um hotel e, certa vez encontrei um gatinho na rua, abandonado. Eu o levei para o hotel, cuidei dele e consegui uma pessoa para adotá-lo. Depois eu me casei – com o brasileiro Gilson -, e continuei a minha vida”, narra Ana. “Saí para jantar com o meu marido em um restaurante japonês, que tinha as paredes de vidro. Foi quando avistei um gatinho, magrinho, procurando por comida. Aquela cena tocou o meu coração. No meu carro sempre deixo um pacotinho de ração para qualquer eventualidade. Dei ração para gatinho e depois o segui e vi que ele pertencia a uma colônia de gatos abandonados. Eram cerca de vinte gatos. E quando dei comida a eles, outros gatos foram chegando. Impressionante”.

“Eu voltava todos os dias naquele local para levar ração aos gatos. Foi quando eu encontrei o Tito (Roberto Monzon), que também ia lá para alimentar os gatos. Era uma colônia de vinte e sete gatos. Ficamos amigos e decidimos revezar na tarefa. Nos dias que eu não ia, o Tito comparecia, e assim sucessivamente. Depois conheci a Giulliana (Filenti), que fazia adoção de gatos; a Michelle (Manceau), que também gosta de gatos; a Karen (Lima) e a Camila (Debierre), e decidimos fundar o nosso grupo – ”Stray and Feral Paws of Orlando – Cat Rescue Group” – que tem uma página no Facebook”, conta Ana Cláudia.

Há dois anos em plena atividade, o- “Stray and Feral Paws of Orlando – Cat Rescue Group” aos poucos vem conquistando a respeitabilidade da Comunidade em Orlando, recebendo doações de roupas e outros objetos, que são revertidos para compra de remédios, ração para os bichinhos e pagar os custos com a castração. “Fazemos ´Garagem Sale´ com as doações que recebemos, e o dinheiro arrecadado é revertido para ajudar no nosso trabalho. O dinheiro arrecadado ainda é muito pouco e temos tirado do nosso próprio bolso para custear as despesas”, acrescenta. “Na nossa página no Facebook têm fotos dos bichinhos que podem ser adotados. Eles foram castrados e medicados e estão prontos para adoção. São gatinhos bonzinhos. Esse tem sido o nosso trabalho, encontrar pessoas que queira adotar os bichinhos. A maioria foi abandonado pela família quando se mudam. Os gatinhos permanecem no local miando, sentindo a falta de seus donos, e isso incomoda os vizinhos”.

“Algumas pessoas têm me dito que não vou mudar o mundo, mas sei que faço a diferença na vida dos bichinhos. Eu já cuidei de gatos feridos, sem olho, subnutridos, enfim, faço o que posso; levo-os para minha casa, mas não tenho muito espaço e têm outros animaizinhos para cuidar. Eu sempre peço às pessoas para que não comprem gatos ou cães, mas que os adotem. Têm tantos bichinhos abandonados, precisando de um lar, então é muito mais simples cuidar desses animais carentes”, sugere Ana Cláudia.

“Peço que entrem em contato conosco e nos ajudem. É uma causa nobre e contamos com o apoio de todos para salvar os bichinhos da fome e do abandono. Tem uma citação do Martin Luther King que diz o seguinte: ´O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons´. Portanto, entrem nessa corrente de solidariedade, contamos com você”, finaliza Ana Cláudia.

Serviço

Contato: 407-283-3740 (falar com Ana Cláudia)

Facebook: “Stray and Feral Paws of Orlando – Cat Rescue Group”



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