Trump fala em deportação e nomeia staff do seu governo

Trump fala em deportação e nomeia staff do seu governo

Em fase de transição o presidente eleito Donald Trump reforça a proposta de deportar até três milhões de imigrantes com antecedentes criminais, e anuncia estratégias para 2017

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Em fase de transição de seu governo, o presidente eleito dos EUA, o republicano Donald Trump, nomeou recentemente Reince Priebus, integrante do establishment, que será chefe de gabinete, e o populista Steve Bannon, conselheiro e estrategista. O chefe de gabinete é um cargo de exímio poder em Washington, quase equivalente a um primeiro ministro, o que confere Priebus prestígio político. Ao mesmo tempo, o presidente eleito nomeou Steve Bannon, que trabalha no site extremista “Breitbart News”, como estrategista chefe e conselheiro sênior. Em contrapartida, mantendo a promessa do seu discurso de campanha, Trump fala em deportar até três milhões de estrangeiros em situação irregular no país, levando temor aos grupos de risco. Segundo seus cálculos, essa poderia ser a cifra de imigrantes indocumentados que têm antecedentes criminais. Depois, avisa, verá o que fazer com aqueles que ficarem no país. “O que vamos fazer é que vamos expulsar do país ou vamos encarcerar todos os que têm antecedentes criminais, traficantes de drogas, membros de gangues, provavelmente dois milhões, poderiam ser até três milhões. Vamos tirá-los do país”, disse o presidente durante entrevista à Rede CBS.

Ninguém pode prever como Donald Trump governará o país, e as idas e vindas durante a campanha tornam difícil fazer uma previsão sobre seu programa a partir de 20 de janeiro, quando se transformará no presidente de número 45 dos Estados Unidos. Mas os primeiros sinais indicam que poderá repensar algumas de suas promessas. Em uma entrevista ao jornal “The Wall Street Journal”, Trump diz que está disposto a preservar partes da reforma do sistema de saúde do presidente Barack Obama – Obamacare -, em vez de revogá-la como pretendia. O presidente eleito prepara a transição ao poder rodeado por sua família, veteranos políticos republicanos, doadores e oportunistas que ele insultou em campanha.
O republicano chega ao poder com poucos contatos no mundo político, sem qualquer experiência e sem um programa definido. Em um momento em que o mundo procura indícios de como Trump governará, a escolha de Priebus e Bannon é vista como uma decisão que indicaria por onde irá a incerta presidência. Parecerá mais com a campanha populista e extrema de Trump ou adotará um tom mais afinado com a tradição institucional do Partido Republicano? E quanto aos recentes nomeados para o staff presidencial, Priebus era o candidato do vilipendiado establishment, enquanto que Bannon, é o da insurgência populista que catapultou o magnata e showman nova-iorquino ao poder. Os dois representam as duas almas do trumpismo, ambos conviverão na Casa Branca de Trump.

Sistema de Saúde Obamacare

O republicano Trump disse que durante o seu encontro com o Presidente Barack Obama, na Casa Branca, o democrata lhe sugeriu algumas ideias sobre a reforma do sistema de saúde – Obamacare. A reforma do sistema de saúde, que ampliou a cobertura médica a milhões de pessoas que não a possuíam, é um elemento central no legado de Obama. No passado, Trump se mostrou aberto a um sistema que chegasse a todos os norte-americanos, mas na campanha eleitoral retomou o argumento republicano. Era necessário revogá-la completamente, dizia. O fato de seu partido possuir a maioria nas duas câmaras do Congresso o permitiria realizar tal ato.


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Entretanto, o republicano deixa aberta a possibilidade de não revogar a reforma, mas reformá-la. Segundo Trump, se trataria de manter duas partes da lei: a que proíbe às empresas de saúde privada negar um seguro às pessoas com doenças anteriores, e a que garante que o seguro dos pais cubra os filhos adultos até os 26 anos. “Gosto muito delas”, diz Trump sobre essas partes da reforma.

Quanto a construção do muro na fronteira entre EUA e México, na tentativa de barrar a invasão de mexicanos no país – item primordial de campanha – disse o presidente eleito que quando tiver tornado “segura” a fronteira, decidirá o destino dos demais. “Depois de proteger a fronteira e quando tudo estiver normalizado, tomaremos uma decisão sobre as pessoas das quais falam – não diz quem -, que é gente estupenda, estupenda, mas vamos tomar uma decisão sobre isso. Mas antes de tomar essa decisão vamos tornar a fronteira segura, isso é muito importante,” ressalta o republicano.

Principais propostas de  Donald Trump

Armas – Trump se opõe às políticas de controle de armas. Após o atentado terrorista de Paris, em novembro do ano passado, o magnata chegou a afirmar que menos pessoas teriam sido mortas se as leis de controle de armas francesas fossem menos rigorosas e se os civis pudessem revidar com tiros. “Teria sido uma situação muito, muito diferente”, disse.

Aborto – Todos os candidatos republicanos que concorreram nas primárias deste ano, inclusive Donald Trump, se opõem à legalização do aborto. Durante uma entrevista a um jornalista da emissora americana MSNBC em março, o republicano afirmou que, em um cenário hipotético no qual os abortos forem transformados em ilegais nos Estados Unidos, as mulheres deveriam ser punidas por interromper sua gravidez.

Impostos – As propostas de Donald Trump sobre tributação são bastante semelhantes às dos outros candidatos republicanos. Seus planos são de reduzir os impostos pagos tanto pela classe mais rica, quanto pelos pobres. Uma característica notável do seu plano é que os contribuintes individuais com renda inferior a 25.000 dólares anuais estarão isentos de pagar qualquer imposto de renda.

Política externa – Provavelmente, o mais profundo desacordo entre Trump e outros líderes republicanos são as questões de política externa. Em entrevista ao “The Washington Post”, Trump questionou as alianças dos EUA com nações ao redor do mundo, afirmando que elas têm custado muito caro e que seus benefícios são incertos. Ele disse, por exemplo, que a Arábia Saudita deveria receber menos ajuda financeira dos Estados Unidos. Trump também acredita que os Estados Unidos devem reduzir os seus compromissos financeiros com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). “A OTAN está nos custando uma fortuna, e sim, estamos protegendo a Europa com a OTAN, mas estamos gastando um monte de dinheiro”, afirmou.



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