Tem dificuldade em dizer “Não!”?

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JUN/13 – pág. 64

noticia_25264Há pessoas que não conseguem dizer: “Não”. Um exemplo: “Pode me ajudar amanhã?” Embora, amanhã, já tivessem planos importantes, dizem que sim, ficando sobrecarregadas, ou tendo que mudar seus planos originais. Essas pessoas, embora simpáticas, vivem estressadas e ressentidas porque não sabem estabelecer limites consigo mesmas e nem com os outros, vivendo confusas, frustradas e sem respeito ou controle sobre as suas relações, o que abre as portas para a vitimização. Ninguém quer que façamos as coisas de mau humor, mesmo que, por fora, haja um sorriso.
Não podemos (e nem devemos tentar) ajudar – nem sempre, nem todo mundo. Estabelecer limites contribui para que nos sintamos mais calmos, tenhamos mais autoconfiança e melhores relacionamentos. Esses limites definem nossa identidade e protegem-nos da manipulação e do controle de outras pessoas.
Ao sabermos cuidar de nós, somos melhores companhias e possuímos uma vida com mais significado, além de senti-la melhor vivida.
Dificuldade em dizer “não” é um mau hábito, geralmente, aprendido na nossa família de origem ou nas nossas primeiras relações. Às vezes, está relacionada à insegurança, à ansiedade e à autoconsciência exagerada, que, por sua vez, está ligada ao medo, às crenças e aos pensamentos negativos que nos causam dor psíquica e dificuldade de agir livre e justamente.
Nunca é tarde para mudar e aprender crenças novas que facilitem
comportamentos mais saudáveis. É preciso tempo, apoio e boa vontade!
Na última edição, escrevi um artigo sobre as quatro formas de comunicação: passiva, passiva agressiva, agressiva e assertiva. Vamos rever alguns desses princípios. Para desenvolver e manter comunicação saudável, precisamos saber o que podemos, o que devemos e como devemos fazer.
A comunicação assertiva é direta, clara e a mais provável de trazer benefícios para os participantes. Assim como aprendemos diversas fórmulas na escola, em matemática ou em físico-química, também existem fórmulas na comunicação, ajudando-nos em alguns momentos difíceis:


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Eu me sinto…
Quando você…
E eu gostaria…

Essa é uma fórmula que pode ser aplicada em tudo e com todos, mas que exige o seguinte:

  1. Especificidade – Quando alguém diz que precisa da minha ajuda amanhã, eu respondo: “Você nunca me dá tempo para organizar a minha agenda”, ou “Você sempre me pede de última hora”, etc.
  2. Não confunda sentimentos com pensamentos. “Eu me sinto triste, ou incomodada, ou forçada”, no lugar de: “Eu sinto que você é um irresponsável, desorganizado etc.”.
  3. Procure utilizar esta comunicação de maneira clara. Quanto mais depressa melhor e no momento adequado (privadamente, se preferível, sem interrupções e quando a pessoa com quem você está falando esteja pronta para ouvi-lo. Não durante seu jogo favorito, ou quando estão muito cansados, ou com fome, ou dores de cabeça). Combinem quando é o melhor dia e a melhor hora para se falarem.

No caso do exemplo inicial, poderia ser assim: “Eu me sinto triste de não poder ajudar amanhã. Que tal depois de amanhã?”
Se essa conversa já aconteceu duas ou três vezes, tenha uma quarta fórmula, começando com “senão”: “Eu me sinto triste quando você me pede ajuda e eu não posso. Eu gostaria de pelo menos dois dias de antecedência. Senão não serei capaz de lhe dar a mão que tanto gostaria”.
Uma vez dito, cumpra!
Boa sorte!
Para qualquer pergunta ou consulta, telefone ou mande e-mail.

Foto: Divulgação

Rosario Ortigao, LMHC, MAC
Conselheira de Saúde Mental
407 628-1009
rosario@ortigao.com



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